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Seleção feminina de futebol dos EUA vai recorrer derrota em processo judicial sobre igualdade salarial


Megan Rapinoe e Alex Morgan, duas das principais atletas da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos afirmaram que a equipe vai recorrer contra a derrota no processo de igualdade salarial em relação a equipe nacional de futebol masculino. Além da equiparação dos pagamentos, as integrantes da seleção pediram uma indenização de US$ 66 milhões de dólares, cerca de 360 milhões de reais. 

Na ocasião, 28 jogadoras da seleção moveram uma ação contra a Federação de Futebol dos Estados Unidos ao acusar a entidade de estar engajada há muitos anos em uma discriminação de gênero institucionalizada. As jogadoras afirmam representar todas atletas que já passaram pela seleção desde fevereiro de 2015, cobrando pagamentos de salários e premiações de forma justa e igualitária. Tudo isso ocorreu a três meses do início do Mundial na França, que culminou no quarto título de Copa do Mundo das norte-americanas.

Mas em uma decisão amplamente inesperada, o juiz Gary Klausner rejeitou o pedido da seleção feminina para equiparar os salários ao da seleção masculina, alegando que as mulheres receberam mais dinheiro no acumulado, por partida, do que os homens, dizendo ainda que não houve tratamento desigual. 

Em declaração durante o programa Good Morning America, da emissora ABC, Rapinoe e Morgan manifestaram indignação diante a decisão da justiça norte-americana.

"Estamos chocadas", disse Morgan. "Está decisão ficou fora de campo para nós. Acho que para os dois lados foi inesperado. Mas definitivamente seguiremos em frente. Continuaremos a lutar juntas por isso".

Rapinoe refutou a declaração de Klausner sobre o futebol feminino dos EUA terem recebido mais dinheiro do que o masculino durante o período em que a discriminação salarial foi alegada.

No período em questão, a equipe feminina jogou 111 jogos e faturou US$ 24,5 milhões. Os homens jogaram 87 jogos e ganharam US$ 18,5 milhões. No entanto a seleção masculina de futebol dos EUA não se classificou para a última edição da Copa do Mundo, em 2018, o que faria sua receita aumentar substancialmente caso tivessem disputado o torneio. 

Rapinoe foi eleita a melhor jogadora da Copa do Mundo de 2019. Foto: Benoit Tessier/Reuters
Além disso, ao recusar o pedido da seleção dos EUA de futebol feminino, Klausner afirmou que o caso não se justificava porque haviam evidências de que anteriormente as mulheres rejeitaram uma oferta de negociações do Acordo Coletivo de Trabalho a ser paga seguindo as linhas da equipe masculina dos EUA.

Entretanto Rapinoe contestou a alegação do juiz. "O contrato dos homens nunca foi oferecido a nós e certamente não é a mesma quantia em dinheiro", afirmou. "Eu acho que muitas mulheres conseguem entender o que é esse sentimento de entrar em uma negociação, sabendo que a igualdade salarial não está na mesa".

"Se estivéssemos sob o contrato masculino, ganharíamos três vezes mais", disse Rapinoe. "Para que você possa ver a compensação total. Desde 2015 ganhamos um pouco mais porque conquistamos duas Copas do Mundo e vencemos praticamente todos os jogos em que participamos."

A melhor participação dos Estados Unidos na Copa do Mundo de futebol masculino ocorreu no primeiro evento, em 1930, com uma terceira colocação. Na última vez que disputou o mundial, os norte-americanos foram eliminados pela Bélgica, nas oitavas de final da Copa do Mundo do Brasil em 2014. 

Foto: Christian Hartmann/Reuters

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