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Pepê Gonçalves mira medalha em Tóquio e diz já estar preparado para Olimpíada


Depois de perder a vaga aos Jogos Olímpicos de Londres 2012 de maneira sofrida, Pedro Gonçalves se reergueu, sacudiu a poeira e foi em frente. Um ciclo mais tarde, na Rio-2016, fez história e terminou na sexta colocação do K1. Agora, mais maduro, o atleta da canoagem slalom quer mais e seu foco é uma medalha na Olimpíada de Tóquio, e nem mesmo seu adiamento para o próximo ano frustrou seus planos.

"Depois do Rio, tive mais quatro anos pra treinar pra Tóquio. E mais um ano agora, um plus. A final olímpica eu já sei como é, agora a gente quer a medalha", contou Pepê, em live feita no Instagram do Time Brasil, nesta terça-feira, 19.

"Eu tô preparado pro que der e vier. Se os Jogos forem amanhã, eu vou estar preparado. Se os Jogos fossem ontem, eu estava preparado. Se for daqui um ano, eu vou estar preparado. Pra mim, só aumentou mais um ano pra eu treinar e pra eu me preparar. Vou chegar em Tóquio com tudo, no meu melhor, e brigando por medalha, se Deus quiser", disse o paulista.

Pepê terminou em sexto lugar no K1 dos Jogos da Rio 2016, se tornando o primeiro brasileiro a chegar numa final olímpica da canoagem slalom. Ele superou um terrível trauma de quatro anos antes, quando perdeu a vaga a Londres por 0.13 segundos, errando a penúltima baliza de sua descida na seletiva nacional. Para Tóquio, o atleta garantiu uma vaga no K1 para o Brasil no Mundial de 2019 e confirmou seu nome na Olimpíada após vencer a seletiva nacional.

Pepê Gonçalves e Ana Sátila conquistaram quatro ouros em Lima-2019 e querem repetir a dose em Tóquio (Jonne Roriz/COB)
Suas esperanças de pódio não ficam somente por sua conta. Pepê acredita que o Brasil pode conquistar mais de uma medalha na canoagem slalom, assim como aconteceu no Pan de 2019Ana Sátila já garantiu vaga olímpica no C1 e no K1 e tem chance real nas duas provas. "A Ana é uma monstra, favorita. E eu acredito muito no potencial dela, acredito no meu. Por que não uma dobradinha? A canoagem tem potencial pra isso", questionou o decacampeão brasileiro.


Quarentena

O mesmo coronavírus que adiou Tóquio-2020 fez Pepê retornar a sua cidade natal, Piraju, no interior de São Paulo. Ele estava radicado no Rio de Janeiro, onde utilizava das instalações de qualidade do Parque Olímpico de Deodoro e do Centro de Treinamento Maria Lenk para treinar. Assim como todos os outros atletas, ele teve que se adaptar à nova rotina, mas se considera "abençoado" durante esse delicado momento.

"Montei uma academia em casa, com ajuda de uma empresa, e eu consigo ir pro rio, que é aqui perto de casa, questão de cinco minutos, sem ter contato com ninguém, respeitando às orientações. E consigo remar lá. Não é um treino olímpico, igual a gente tava acostumado em Deodoro ou no Maria Lenk, mas eu consigo me manter ativo e ficar bem", disse o atleta, que também pedala 40km por semana para ficar em forma.



A mudança no estilo de vida não foi um problema para Pepê. Ele contou que seu esporte requer adaptação, então sempre esteve acostumado com adversidades. Além disso, o amor que tem pela canoagem ajuda muito a encarar os novos desafios.

"Já sofri com oito meses sem salário, já sofri com oito meses de paralisação, sem pista pra treinar. Então, a gente sempre teve que se adaptar. O amor que eu tenho pelo esporte me ajudou a tocar o barco", relatou Pedro.


Caiaque extreme e Paris 2024

amor que Pepê tem pelo esporte realmente o ajudou a chegar até ali. Ele teve o primeiro contato com a canoagem aos 12 anos de idade. Entre idas e vindas entre a modalidade velocidade e a slalom, optou pela segunda, após se apaixonar pelo caiaque extremo, prova na qual é o líder do ranking mundial e foi medalhista de bronze no Mundial do ano passado.

A prova, no entanto, ainda não é olímpica, mas está bem próximo de entrar no programa dos Jogos de Paris em 2024. E essa é uma das principais motivações para Pepê continuar ativo após Tóquio e competir em mais um ciclo. "Não tem nem como dizer não. Se fosse hoje, eu era o favorito mundial. Então, a gente teria duas chances de ganhar medalha. No caiaque extremo, a gente é o número um", relatou ele.

Pepê conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima no ano passado, uma delas no caiaque extremo. A prova é uma especialidade do brasileiro e a ótima temporada rendeu a ele o título de Melhor Atleta do Ano. Além do ouro no Pan, foi bronze no Mundial e garantiu duas pratas na Copa do Mundo.




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Toda essas conquistas, em ambas as disciplinas (K1 e extreme), só foram possíveis graças ao apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). De acordo com o canoísta, a infraestrutura do Maria Lenk é a melhor do Brasil, e condicionam ao país a melhor qualidade de treinamento no mundo.

"Acho difícil alguém no mundo que tinha as condições de treinos que a gente tinha. Eu tô falando a realidade. A gente tava treinando na pista olímpica do Rio de Janeiro, que é a que mais se assemelha a de Tóquio. A gente tinha o suporte total da confederação brasileira e do comitê olímpico. O CT do Maria Lenk é o CT mais fera do Brasil. A gente tava muito bem estruturado. Nossa condição de treino era a melhor do mundo e vai continuar sendo, se Deus quiser", contou Pepê.

Durante a quarentena, fisioterapeutas e médicos continuaram dando total apoio aos atletas. Pepê falou na live que estava com uma dor no joelho há alguns dias, mas recebeu instruções dos médicos virtualmente e conseguiu se recuperar logo, já retomando seus treinamentos com foco na Olimpíada.

Foto: Jonne Roriz/COB


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