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Mark Spitz: "Acho que o coronavírus vai mudar a maneira como fazemos muitas coisas, não só no esporte."


Nove vezes campeão olímpico, o ex-nadador norte-americano Mark Spitz declarou em entrevista ao site do prêmio Laureus que a pandemia do coronavírus deve alterar a vida "normal", tanto nos esportes como no cotidiano. 

"Acho que o coronavírus vai mudar a maneira como fazemos muitas coisas, não só no esporte. Não acho que realmente tenhamos todas as respostas para esse vírus que está conosco agora, e nem sobre como isso afetará economicamente o mundo", disparou Spitz.

O norte-americano comentou ainda sobre a possibilidade da criação de uma vacina contra o coronavírus, além de destacar a importância dos atletas neste combate. 

“As pessoas tendem a ouvir o que os grandes astros do esporte têm a dizer como modelos e espero que possamos ajudar a transmitir essa importante mensagem. Mantenha a esperança, aguente firme, mantenha-se saudável" afirmou. "Não há garantia de que vamos encontrar uma vacina para esse vírus. Você sabe que já faz quase 40 anos e eles ainda não têm uma vacina contra o HIV. Então espero muito em breve, que todos voltemos ao normal, seja lá o que for normal ”, disse Spitz.

“Uma das grandes perguntas que você deve fazer é o que acontece daqui a um ano, quando estivermos a cerca de um mês dos Jogos Olímpicos, e descobrimos que o Japão não está preparado economicamente para ser capaz de sediar os jogos?", indagou o ex-nadador, que conquistou suas 11 medalhas olímpicas durante os Jogos Olímpicos da Cidade do México em 1968 e na fatídica Olimpíada de Munique em 1972, evento que foi alvo de um ataque terrorista. Acontecimento no qual Spitz também comentou na entrevista. 

Munique 1972

Foto: COI
Mark Spitz faturou sete medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Munique. Mesmo com este feito, o evento ficou marcado por uma mancha negativa. O ataque terrorista do grupo palestino Setembro Negro, que resultou no sequestro de 11 membros da equipe olímpica de Israel, que foram assassinados posteriormente. 

Após quase 50 anos do ocorrido, Spitz comentou o atentado. “Infelizmente, no dia seguinte ao término da minha competição de natação, os israelenses, 11 deles, foram mortos a tiros por terroristas".

“Quando acordei, não fazia ideia de que isso estava acontecendo. Eu estava indo a uma conferência de imprensa para falar sobre o sucesso que tinha alcançado ao ganhar sete medalhas de ouro. Mas quando cheguei, tornou-se uma grande discussão sobre o que eu sabia, vindo da vila olímpica. E aí falaram sobre boatos de que israelenses haviam sido capturados", contou.

“Foi só no final da noite que percebemos que eles haviam sido levados para uma base militar onde todos haviam sido mortos". 

O ex-nadador falou ainda sobre a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) não dar por encerrado os Jogos Olímpicos, após o ataque terrorista. 

“Eu continuei minha vida nos últimos 48 anos, explicando quais foram meus sentimentos sobre esse trágico incidente. Depois de entrar em contato e conhecer as esposas de alguns dos atletas que foram mortos, sei que eles pensaram que as Olimpíadas deveriam continuar. Não 'em memória deles', mas o que aconteceu com eles acabou se tornando menos importante do que a ideia de que o terrorismo não iria prevalecer", apontou. 

As Olimpíadas de Munique foram temporariamente paralisadas, mas o COI, juntamente ao governo alemão decidiram seguir com o evento. 

Foto: Reprodução/SporTV

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