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Especialista diz que ainda é cedo para afirmar que o coronavírus afetará Olimpíada em 2021


Contrariando o que se tem dito nos últimos dias, o especialista em segurança de saúde global e prevenção contra surtos, Brian McCloskey, afirmou que ainda é muito cedo para tirar quaisquer conclusões de que o coronavírus possa impactar a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021.

A próxima edição da Olimpíada estava programada para acontecer em julho deste ano, mas foi adiada em um ano exatamente por conta da pandemia de Covid-19. O incessante crescimento do número de infectados e mortos pela doença e a falta de panoramas otimistas quanto a obtenção de uma vacina fizeram com que muitos questionamentos surgissem sobre se os Jogos realmente acontecerão em um ambiente seguro no próximo ano.

"Acho que isso é um pouco prematuro, no sentido de que temos mais 15 meses de planejamento e preparação para as Olimpíadas em 2021", disse McCloskey à Reuters. "Então, acho prematuro dizer que não é realista (que os Jogos não podem ser realizados em 2021)", completou ele, que também é membro da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesta semana, a professora de saúde pública global da Universidade de Edimburgo, Devi Sridhar, advertiu ser "irreal" pensar na organização dos Jogos de Tóquio sem que uma vacina contra o coronavírus seja encontrada até o próximo ano. McCloskey, no entanto, não considera a vacina como algo essencial para a realização do megaevento, apesar de conhecer sua importância.

“Claramente, tomar uma vacina seria extremamente útil, não apenas para as Olimpíadas, mas para todos nós. Mas mesmo sem uma vacina, acho que existem outras medidas de mitigação para garantir que possamos executar os Jogos com segurança", disse McCloskey. 

Ao redor do mundo, o coronavírus já fez mais de 162 mil vítimas fatais e infectou quase 2,4 milhões de pessoas. No Japão, sede dos Jogos Olímpicos, mais de 10 mil casos já foram confirmados e 220 pessoas morreram, com o sistema de saúde do país estando à beira de um colapsoA própria organização de Tóquio-2020 confirmou que o coronavírus poderá ser um problema para a realização do megaevento no próximo ano.

Segundo o especialista, as autoridades japonesas foram pegas de surpresa este ano, sendo que as medidas de saúde exigidas pela OMS vão muito além daquelas que o Japão consegue atender. "Mas isso pode ter mudado até o próximo ano. Portanto, é bem possível que o surto esteja em um nível gerenciável sem nenhum risco específico", disse ele.

As falas de McCloskey de "esperar até o último momento" se assemelham muito à postura do COI. Vale lembrar que a entidade máxima do esporte olímpico mundial foi a responsável por impacientar atletas, comitês e federações em sua demora na decisão de adiar os Jogos de Tóquio, em março. "É um desafio, mas eu diria que é muito cedo para dizer que [Tóquio-2020] não pode acontecer", completou o especialista.

Foto: Kim Kyung-Hoon/REUTERS




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