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COB lança curso de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte


O Comitê Olímpico do Brasil (COB) lançou o Curso de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte (PEAAE), que tem como objetivo difundir o tema, contribuindo para a cultura de prevenção, enfrentamento e adoção de boas práticas, conforme a Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual e Abuso Sexual criada pelo entidade em 2018. O evento, que reuniu cerca de 80 atletas, treinadores, Confederações e colaboradores no auditório do Centro de Treinamento do Time Brasil, contou com a participação do presidente do COB, Paulo Wanderley, do vice-presidente, Marco La Porta, e do diretor geral, Rogério Sampaio. 

Para debater o tema, o apresentador e comentarista esportivo Carlos Eduardo Éboli comandou uma mesa-redonda com os atletas olímpicos Joanna Maranhão e Bruno Mendonça; a psicóloga do COB, Aline Wolff; a gerente de Projetos da ONU Mulheres, Carolina Ferracini, e o advogado Paulo Schmitt, presidente da Comissão de Integridade da Federação Paulista de Futebol.

“Além de ser reconhecido por sua importante contribuição à saúde e bem-estar, o esporte também desenvolve valores para a vida: respeito às regras do jogo, trabalho em equipe, disciplina, ganhar ou perder. Por isso, a implementação de princípios gerais de segurança no esporte deve ser uma meta de todos, de forma a garantir a integridade do atleta ou de qualquer envolvido com o esporte. A criação deste curso é uma das nossas principais ações voltadas à prevenção do assédio e abuso que contribuirá para a promoção de um ambiente seguro, acolhedor e respeitador para todos”, diz Paulo Wanderley, presidente do COB.

Conhecimento como aliado
Desenvolvido pelo Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), área de Educação do COB, a iniciativa pretende mostrar como o assédio e o abuso podem se manifestar no meio esportivo, de que forma reconhecer seus sinais e como as organizações podem enfrentar essas práticas, informando sobre as ações de prevenção, denúncia, enfrentamento e acolhimento às vítimas. “Acreditamos que o melhor caminho para a segurança no esporte é o conhecimento. A criação desse curso nos trouxe desafios, pois a nossa meta era abordar um assunto delicado, porém altamente relevante, de uma forma simples, objetiva e adaptada ao esporte”, conta Soraya Carvalho, gerente do IOB.

“Hoje é um dia de muito orgulho. O lançamento deste curso à distância, com a inscrição muito simples, totalmente gratuito, terá um impacto não só no Movimento Olímpico, mas também naquele clube que está um pouquinho mais distante, ou em uma escola que oferece determinada modalidade. Sei que ainda temos muito para desenvolver, muito para avançar, mas é sempre importante demonstrar que não estamos parados. Estamos trabalhando e não aceitamos mais um ambiente na área esportiva que não seja saudável”, revela o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio.

“Eu considero essa ação muito significativa, especialmente vindo da instituição que tem foco no esporte de alto rendimento. Então ver que o COB tem esse olhar de humanização para esse problema que a gente sabe que é endêmico, que é muito velado, silenciado, é um passo muito importante. Por isso, o que estamos fazendo aqui é plantar uma semente de transformação. A curto prazo vai haver um aumento no número de denúncias. Que bom que as federações e as confederações estão tendo esses canais de ouvidoria que têm que ser capacitados para fazer essa escuta, colher essas informações e fazer o devido encaminhamento”, afirma a atleta olímpica Joanna Maranhão. 

Os principais temas do curso
O curso, que vai capacitar só em 2020 cerca de 7.500 profissionais do esporte, tem seu conteúdo organizado em quatro temas principais: “O que é assédio e abuso?” – definições e categorias; “Reconhecendo os sinais.” – como identificar casos de assédio e abuso; “Conhecendo o seu papel” – reconhecer, denunciar e prevenir; e “O que as organizações esportivas podem fazer.” – como atuar na prevenção do assédio e abuso no esporte. Toda a delegação que participará dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 terá até o mês de junho para concluir o curso.

“Ele é importante porque proporciona uma ferramenta para capilarizar o tema do enfretamento ao abuso, assédio sexual e moral. Hoje a gente pode chegar com essa ferramenta nas instituições de esporte de base, nas escolas e em todos os locais, inclusive nas organizações da sociedade civil que promovem o esporte. Então nós podemos chegar muito perto de prevenir e de trabalhar o tema da prevenção, violência e abuso sexual, principalmente contra crianças e adolescentes. Hoje nós temos a possibilidade de objetivamente debater esse tema, remover o tabu que existe em volta desse tema e começar a trabalhar com ferramentas mais concretas”, explica Carolina Ferracini, da ONU Mulheres.

Inspirado no curso Safeguarding Athletes from Harassment and Abuse do Comitê Olímpico Internacional (COI); na Política de Prevenção e enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual do COB; e no trabalho da Organização das Nações Unidas – ONU Mulheres, além do seu Programa Uma Vitória Leva à Outra, o PEAAE é oferecido na modalidade de ensino a distância (EAD), a partir de videoaulas, conteúdo teórico, reflexões, avaliações objetivas e acesso a documentos de apoio. A proposta do PEAAE é apresentar informações, conceitos e ferramentas para que atletas, treinadores e treinadoras ou membros de uma organização esportiva possam identificar e enfrentar práticas de assédio e abuso. 

O PEAAE é oferecido em duas versões: adulta, para atletas, treinadores, membros de uma organização esportiva e todos os agentes envolvidos no esporte olímpico; e jovem, para atletas de 12 a 17 anos. As inscrições da versão adulta podem ser feitas a partir de 13 de março. Em breve, também estarão abertas as vagas para os atletas jovens. 

Quando a Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual e Abuso Sexual foi criada, o COB reforçou o compromisso em garantir um ambiente saudável, de acolhimento, de orientação, proteção e prevenção, e pôs à disposição dos atletas e agentes envolvidos no esporte olímpico um canal aberto para denúncias de casos de assédio e de abuso moral e sexual. Essa política vale tanto para integrantes do Time Brasil em competições nacionais e internacionais, quanto para funcionários e membros dos poderes do COB, prestadores de serviço e voluntários.

Foto: COB

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