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Coluna Drop Shot - Roger Federer vive começo do fim?


Por Renato Toniol

Notícia que pegou o mundo de surpresa nesta quinta-feira, o suíço Roger Federer, fará uma pausa de alguns meses devido à realização de uma artroscopia no joelho direito.

Pela segunda vez em sua carreira (a primeira foi em 2016), o tenista da Basiléia teve de recorrer à um procedimento cirúrgico em seu joelho, porém, com a idade mais avançada, fica impossível não levantarmos alguns questionamentos, que já foram levados em consideração na sua primeira pausa, mas que agora, devem voltar à tona.

Lembro que em 2016, já com idade avançada, o craque suíço já era apontado como “carta fora do baralho” após o acontecimento. Destacamos que, na ocasião, Federer machucou o joelho de forma inusitada, ao dar banho em suas filhas, e alegou ter sofrido a lesão em um movimento simples, que provavelmente já teria executada inúmeras vezes. Foi “aposentado” por muitos fãs e jornalistas, quando na metade daquele ano decidiu fazer longa parada de seis meses, buscando uma recuperação plena. A sua volta, no início de 2017 não poderia ser mais magistral, com título no Aberto da Austrália, em final épica diante de seu maior rival, o espanhol Rafael Nadal.

Agora, em 2020, o cenário é totalmente diferente, ainda que sua pausa não será tão longa quanto em 2016, já que ele se propõe a voltar na temporada de quadras de grama, em junho, porém, vê um Novak Djokovic com extrema dominância, Rafael Nadal se reinventando temporada após temporada, além de a nova geração estar cada vez mais “encorpada”, demonstrando maior capacidade física e técnica.

Antes de tudo, temos de saber qual o rumo que Federer pretende dar para a sua carreira daqui em diante. Acho pouco provável que um tenista de seu calibre entre nos torneios para ser mero coadjuvante. Não creio que ele estenderá a sua jornada caso perceba que já não tem mais condições físicas de competir com os seus maiores rivais.

Os meses após a sua volta serão determinantes para entendermos em qual patamar ele se encontrará, e o quão esta cirurgia afetará o seu rendimento. Impossível não associarmos este momento ao início de 2017, com a volta triunfal citada acima. Será que dessa vez será possível um retorno tão fenomenal? Ou estaria Federer vivendo o começo do fim de sua brilhante carreira?

Sinceramente, não creio que algo tão magistral como naquele ano possa ocorrer. Por outro lado, não duvido em nada de ele voltar de forma totalmente competitiva. Esse tenista já nos proporcionou inúmeras lições de amor ao esporte, e não tenho dúvidas de que fará todo o possível para voltar no melhor nível possível.

Se ele irá conseguir, pouco importa. Beirando os 39 anos de idade, com tudo o que conquistou, Roger Federer não precisa provar mais nada. São diversas marcas, como 20 títulos de Grand Slam, 6 ATP Finals, 310 semanas liderando o ranking, além de ser considerado há anos pela imprensa e fãs, como o tenista mais querido.

Como jornalista amante do tênis, e fã de Roger Feder, meu coração pede: Fica, Roger! O tênis precisa de você.

Como ser humano racional, meu coração pede: Roger, coloque na balança e veja o quão valerá a pena seguir na ativa. Ouça a voz do seu coração, mas lembre-se que tu tens uma família linda, e deve presar por ela também.

Enfim, é o ciclo natural para todos os atletas, um dia dar o adeus às suas carreiras. Se está chegando para Roger, ainda não sabemos, mas que a sua trajetória seja sempre lembrada não somente pelo brilhantismo e plasticidade de suas jogadas, mas também e pela maneira cordial pela qual sempre tratou os seus adversários, público e imprensa, além das ações sociais por ele realizadas. Tenista nota 10, ser humano nota 1000!

Foto? AP/Andy Brownbill

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