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Joaquim Cruz lamenta inexistência de esportes nas escolas para criação de novos atletas: 'A massa em si não chega nem a experimentar um esporte'



Primeiro brasileiro a ganhar uma medalha de ouro no atletismo após Adhemar Ferreira da Silva ao vencer os 800m nas olimpíadas de 1984 em Los Angeles, Joaquim Cruz teve seus pés imortalizados no hall da fama do esporte olímpico do COB, em cerimônia realizada no prêmio Brasil olímpico de 2019.

Em entrevista para o Surto Olímpico, Joaquim se mostrou extremamente honrado pela lembrança, já que o Brasil é um país que costuma esquecer às glórias do seu passado:  "Um país sem memória, é um país sem história. E nós brasileiros não somos muito bons de memória... E o fato de eu estar sendo reconhecido, é muito importante não só para mim, mas para toda uma nova geração de atletas que sabe que pode chegar a ficar aqui, e a outros atletas que também fizeram muito pelo esporte e ainda não receberam essa homenagem ainda. Acho essa uma iniciativa muito boa, pois é muito importante manter viva a história olímpica do Brasil."

E depois de Joaquim Cruz, o Brasil nunca mais teve um médio-fundista do mesmo nível. E Joaquim entende que a falta de detecção de novos talentos na escolas seja o principal motivo de seu legado não ter tido continuidade: 

"Não temos muitas escolas com educação física, crianças mal praticam esportes e fica difícil você identificar um talento. E a gente fica muito dependente nos clubes e são pouquíssimos atletas que conseguem chegar lá. A massa em si não chega nem a experimentar um esporte. A gente tá perdendo muito gente boa porque nós não temos esse trabalho nas escolas. Não existe trabalho na base para modalidades diferentes do atletismo, como o meio-fundo, saltos, arremesso...Nesse momento, que tá sendo o momento dos velocistas e um pouquinho do peso, por conta do Darlan. Daqui a dez anos vai ser outra modalidade, se não existir o trabalho para formar novos velocistas e novos Darlans"

Já citados por Joaquim Cruz, os velocistas são as principais esperanças do campeão olímpico para conquistarem uma medalha em Tóquio, no revezamento 4x100m: "É o momento dos velocistas e do revezamento. Eles ficaram muito próximos da medalha nesse mundial e estão fazendo o trabalho deles e ano que vem se acertarem direitinho, o revezamento pode chegar ao pódio em Tóquio"

Treinador de atletas paralímpicos nos Estados unidos, onde mora, Joaquim Cruz também comentou sobre o atletismo paralímpico brasileiro e não hesitou como o melhor atletismo do mundo: "O atletismo paralímpico brasileiro, não preciso falar muito deles, pois os resultados falam por si só. O Brasil é potência mundial entre os paralímpicos"

Por fim, Joaquim confirmou a expectativa de que o seu momento olímpico mais marcante da vida foi a final dos 800m em Los Angeles: "é difícil falar de momento olímpico sem falar das olimpíadas de Los Angeles em 84. Foi minha primeira olimpíada, tava muito bem em todos os sentidos da minha vida e eu consegui canalizar aquela energia toda e usar no momento exato que foi naquela final" concluiu.

foto: Abelardo Mendes Jr/Rede doesporte.gov.br

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