O Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ganhou cinco novos integrantes na última terça-feira, 10 de dezembro, durante o Prêmio Brasil Olímpico (PBO), no Rio de Janeiro. Guilherme Paraense (tiro esportivo), Joaquim Cruz (atletismo), João do Pulo (atletismo), Maria Lenk (natação) e Sylvio de Magalhães Padilha (atletismo) foram homenageados pela excelência de suas trajetórias esportivas.
“É uma alegria imensa e uma honra enorme ser reconhecido ao lado desses atletas, só engrandece a homenagem. Um país sem memória não tem história, não tem futuro”, disse Joaquim Cruz, ouro nos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984 e prata em Seul 1988, ambas na prova dos 800m.
“Não temos que morrer com a nossa história, ela deve ser passada adiante. É importante que a nova geração saiba quem nós somos e o que fizemos. Assim, eles vão poder fazer ainda melhor”, completou o meio-fundista.
Os demais atletas receberam homenagens póstumas e foram representados por seus familiares. Foi o caso de Thaís Evelyn de Oliveira, filha de João do Pulo, antigo recordista mundial do salto triplo e duas vezes medalhista olímpico: bronze em Montreal 1976 e Moscou 1980.
“Fico feliz porque vivemos em um país que tem poucas lembranças e mediante tudo o que o meu pai passou, acho importante que as pessoas reconheçam seus feitos. E esse reconhecimento acaba me aproximando dele, porque eu tinha dez anos quando ele faleceu”, falou a emocionada Thaís.
Compareceram ainda ao evento outros dois ídolos do esporte brasileiro que ingressaram no Hall da Fama em 2019: Hortência Marcari, prata em Atlanta 1996, e Chiaki Ishii, bronze em Munique 1972. Enquanto a Rainha do basquete foi homenageada no Parque Aquático Maria Lenk, o judoca participou de uma ação do COB no bairro da Liberdade, em São Paulo, que celebrava a data de um ano para Tóquio 2020.
“Foi um momento emocionante, um dos dias mais felizes da minha vida. Passados 47 anos da minha conquista, vejo que o judô brasileiro já ganhou 22 medalhas nos Jogos Olímpicos e fico muito feliz com o crescimento da modalidade”, comentou o judoca, à época.
Idealizado em 2018, o Hall da Fama pretende eternizar os atletas e treinadores que ajudaram a construir a história olímpica do país, promovendo o Olimpismo e inspirando as futuras gerações. Para isso, será montado um espaço exclusivo, aberto à visitação pública, no Centro de Treinamento Time Brasil, futura sede administrativa da entidade.
“Conhecer a história do esporte olímpico brasileiro é fundamental para qualquer atleta que busca construir uma trajetória vitoriosa. Todos os nossos ídolos têm histórias riquíssimas, diferentes umas das outras. Esse encontro de gerações no PBO fortalece ainda mais o Movimento Olímpico”, analisou Rogério Sampaio, diretor geral do COB.
Para fazer parte deste seleto grupo, os atletas devem ter, no mínimo, cinco anos de aposentadoria e obtido resultados expressivos em Jogos Pan-americanos ou Olímpicos. No caso dos treinadores, exige-se ao menos dez anos no alto rendimento, além de contribuição relevante no Pan ou nos Jogos Olímpicos; e ambos devem ter vivenciado e promovido os valores olímpicos ao longo da carreira, inspirando os jovens.
Em 2019, o COB recebeu 23 indicações para o Hall da Fama, sendo que apenas 17 estavam elegíveis às regras do edital. A escolha dos novos membros ocorreu por meio de um processo de seleção, que reuniu uma Comissão Avaliadora formada por sete membros da diretoria do COB; dois representantes nacionais do Comitê Olímpico Internacional (COI); dois integrantes da Comissão de Atletas do COB; e quatro componentes do Conselho de Administração do COB. Para que o candidato fosse eleito, era necessário ter, pelo menos, 75% dos votos da Comissão Avaliadora.
Integram ainda o Hall da Fama: os treinadores Bernardinho e Zé Roberto Guimarães, campeões olímpicos de vôlei; Torben Grael, cinco medalhas olímpicas na vela; Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze na maratona em Atenas 2004 e único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin, maior honraria do Movimento Olímpico; e a dupla Sandra Pires e Jackie Silva, ouro no vôlei de praia em Atlanta 1996 e primeiras brasileiras campeãs olímpicas na história.
Prata no basquete em Atlanta 1996, Magic Paula também foi eleita para o Hall da Fama em 2019, mas não pode comparecer ao PBO devido a outros compromissos. A armadora será devidamente homenageada no próximo ano.
Foto: Wander Roberto/COB
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