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COI adia criação de novas regras para participação de transexuais após discordância de cientistas


O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu adiar a introdução de novas regras envolvendo atletas transgêneros. A decisão foi resultado da discordância entre os cientistas em um tema tão delicado e sensível. A recomendação inicial era a redução, pela metade, dos níveis de testosterona permitidos para as mulheres trans em esportes de alto rendimento.

De acordo com as diretrizes atuais do COI, de novembro de 2015, atletas que fazem a mudança de homens para mulheres poderiam competir na categoria feminina sem a cirurgia de remoção dos testículos, desde que o nível total do hormônio estivesse abaixo dos 10 nanomols por litro no período de 12 meses.

No caso feminino, a quantidade varia entre 0,12 nmol/l a 1,79nmol/l. Já nos homens, o nível fica entre 7,7 nmol/l e 29,4nmol/l. Dessa forma, a redução para 5 nmol/l seria um caminho mais justo permitindo a inclusão das novas atletas.

Entretanto, descobertas recentes feitas pelo Instituto de Karolinska, na Suécia, mostram que a diminuição da testosterona gera poucos efeitos na redução da força muscular, mesmo num período de 12 meses e que assim as vantagens físicas da puberdade são mantidas, mesmo com a transição.

Uma fonte disse ao jornal britânico The Guardian que as propostas preliminares do COI "haviam circulado pelas casas" sem chegar a lugar algum e que era difícil chegar a uma posição de consenso ainda antes das Olimpíadas de Tóquio. Outro disse estar mais esperançoso, mas reconheceu que chegar a um acordo "se mostrou muito mais difícil do que o esperado, porque esta é uma questão política e emotiva tão complicada".

Apesar do discurso inclusivo, muitos atletas ainda se apresentam contrários, ou no mínimo receosos, quanto a participação de trans. No Brasil a polêmica gira em torno da jogadora de voleibol Tiffany, do Clube Bauru, e Ana Paula Henkel, bronze em Atlanta 1996, que vai contra a participação de atletas trans em modalidades femininas tendo em vista que elas apresentam uma vantagem injusta em comparação com as demais jogadoras.

Foto: AFP

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