A equipe feminina do 4x100 m
parte para um grande desafio no Campeonato Mundial de Revezamentos, que
será disputado no fim de semana, no Estádio Internacional de Yokohama,
no Japão. Ganhar confiança e voltar a brigar pelas primeiras colocações.
O objetivo é garantir vaga para o Mundial de Doha, no Catar, no final
de setembro e início de outubro.
Carlos Alberto Cavalheiro, treinador-chefe da Seleção Brasileira e
responsável pela equipe feminina, acredita num bom desempenho do grupo,
mesmo com o desfalque de nomes importantes como Rosangela Santos e Ana
Cláudia Lemos.
"A equipe está unida, tanto fora como dentro da pista, o que favorece o
entrosamento na competição", acredita Cavalheiro, que ficou feliz com o
resultado de 43.24 no Mito Invitational Meet, no domingo (5/5),
realizado com vento muito forte. "Mostrou que elas estão competitivas e
podem chegar à final", completou.
A prova teve Andressa Moreira Fidélis, Lorraine Martins, Franciela
Krasucki e Vitória Cristina Rosa. Ana Carolina Azevedo ficou como opção.
Outro ponto lembrado por Cavalheiro é a colocação do Ranking Mundial. O
Brasil, com o resultado do Japão, está em quarto lugar entre as
seleções. "Isso mostra que estamos na briga. As meninas estão treinando
muito", disse o experiente técnico, responsável pela vitoriosa carreira
do velocista Robson Caetano da Silva, entre muitos outros.
O destaque individual da equipe é Vitória Cristina Rosa, de 22 anos, que
vem melhorando seus resultados pessoais ano a ano. Ela tem como
recordes 11.03 (0.3) nos 100 m e 22.73 (1.9) nos 200 m, ambos
conquistados em 2018.
A mais jovem da equipe e grande promessa é Lorraine Barbosa Martins, que
completou 19 anos em abril. Tem resultados importantes em todas as
categorias de base, como os quartos lugares nos 100 e nos 200 m no
Mundial Sub-18 de Nairóbi, no Quênia, em 2017.
O coração do time, porém, é Franciela Krasucki, a mais experiente. Aos
30 anos, assumiu o papel de "madrinha" da equipe. "Aqui estou tentando
deixar todas tranquilas por ser a mais velha e por ser o primeiro
mundial adulto de algumas", disse, sorrindo. "Já participei de mais de
15 mundiais, mais a cada campeonato é uma energia diferente, a ansiedade
e aquele nervoso natural são os mesmos. A vontade de correr só aumenta e
a cobrança de um bom resultado também."
A atleta do Pinheiros sofreu nos últimos anos com uma série de lesões e
precisou de muita determinação para continuar. "Estou muito feliz por
estar no Japão. Quem me acompanha sabe que tenho passado por momentos
difíceis, superando contusões e suportando dores", lembrou. "Tenho
certeza que iremos fazer uma ótima prova e vamos representar bem a
velocidade feminina do Brasil", concluiu.
Os recordes brasileiro e sul-americano do revezamento 4x100 m feminino é
da Seleção, obtido nas semifinais do Campeonato Mundial de Moscou 2013.
Evelyn Santos, Ana Cláudia Lemos, Franciela Krasucki e Rosangela Santos
completaram a prova em 42.29.
Nas três edições do Mundial de Revezamentos já realizadas, sempre em
Nassau, nas Bahamas, a equipe feminina obteve como melhor resultado o
sexto lugar em 2015, com 42.92. O grupo foi formado por Vanusa Santos,
Ana Cláudia Lemos, Franciela Krasucki e Rosangela Santos. Em 2014, a
equipe foi sétima colocada e, em 2017, foi desclassificada na final por
um erro na passagem de bastão.
O grande momento da história da equipe é a medalha de bronze nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008, alcançada pelo grupo formado por Rosemar
Coelho Neto, Lucimar Moura, Thaissa Presti e Rosangela Santos.
Inaugurado em 1998 e com capacidade de 72.327 pessoais, o Estádio de
Yokohama traz boas lembranças para os brasileiros. Foi lá em 2002 que o
Brasil derrotou a Alemanha na final da Copa do Mundo de Futebol.
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