A nadadora pernambucana Carol Santiago, 33, quebrou duas vezes, na
sexta-feira, 26, o recorde mundial dos 100m peito classe SB12, para
atletas com baixa visão. É a segunda marca histórica quebrada no Open
Internacional de Atletismo e Natação Paralímpicos, que ocorre ate
sábado, 27, no CT Paralímpico, em São Paulo.
Na quinta-feira, 25,
Vinicius Rodrigues obteve o feito nos 100m T63, para amputados de perna,
no atletismo. O evento reúne 602 atletas de 20 países.
Carol
venceu sua eliminatória dos 100m peito SB12 com o tempo de 1min14s94,
oito centésimos abaixo do tempo da alemã Elena Krawzow (1min15s02),
estabelecido em Eindhoven, na Holanda, no início deste mês. Na parte da
tarde, retornou ao centro aquático e venceu a final da prova com o tempo
de 1min14s79. É o primeiro recorde mundial da natação feminina
paralímpica brasileira desde 2004, quando Fabiana Sugimori faturou os
50m livre nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.
Esta é a estreia
de Carol Santiago em competições internacionais. A atleta praticava
natação convencional até outubro passado, em Recife. Por ter nascido com
Síndrome de Morning Glory (alteração congênita na retina que reduz seu
campo de visão), chamou a atenção de seu treinador, que entrou em
contato com Ana Paula Brandão, técnica do Grêmio Náutico União, de Porto
Alegre, para analisar a possibilidade de uma transição ao esporte
paralímpico. Obteve sua classificação funcional e rapidamente
destacou-se no Campeonato Brasileiro de 2018.
"Estou muito feliz
e emocionada por ter conseguido quebrar este recorde mundial. Fui
apresentada ao esporte paralímpico recentemente e não poderia me sentir
melhor. Ainda tenho pela frente a etapa nacional do Circuito Loterias
Caixa, em maio, mas estou muito ansiosa para disputar as competições
internacionais deste ano pelo Brasil", disse Carol Santiago.
A
atleta passou o último mês no CT Paralímpico, onde fez um trabalho
específico com Leonardo Tomasello, técnico-chefe da natação pelo Comitê
Paralímpico Brasileiro. No Open, registrou ainda os novos recordes
continentais dos 50m e 100m livre, classe S12. No sábado, encerrará sua
participação nos 100m borboleta.
O Open é chave para a classificação aos respectivos
Mundiais e aos Jogos Parapan-Americanos de Lima, que acontecerão no
segundo semestre. Carol carimbou seu passaporte para ambos os eventos
com a performance desta semana.
Outros recordes das Américas
caíram nesta sexta. Gabriel Cristiano tornou-se o mais veloz dos 50m
livre S8, com 26s63, e Cecília Araújo venceu a versão feminina da prova
em 30s69 cravados. No atletismo, a argentina Antonella Ruiz venceu o
lançamento de disco feminino F41 e tornou-se recordista continental, com
24,51m.
Foto: CPB
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