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Após reclassificação, André Brasil é considerado inelegível para natação paralímpica


Um dos maiores nadadores paralímpicos brasileiros foi alijado do esporte na quarta (24). Após a reclassificação internacional obrigatória, o nadador André Brasil foi considerado inelegível para a natação paralímpica. Integrante da classe S10, o nadador não foi considerado apto ao esporte que pratica pelos os avaliadores, mesmo tendo passado por outras três classificações ao longo de sua carreira e representado o Brasil durante quatorze anos.

"Indignação, revolta, tristeza... uma história apagada em um dia... somos tratados como números de pontos na classificação e não como seres humanos. Isso é o que chamamos de esporte paralímpico?" disse André nas redes sociais.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) também se manifestou pelas redes sociais, em solidariedade ao atleta que participou de três Jogos Paralímpicos, com 14 medalhas conquistadas (sendo sete de ouro), cinco Campeonatos Mundiais e três Jogos ParaPan-Americanos, sendo quatro vezes recordista mundial. Segundo o CPB, o atleta não perde as medalhas já conquistadas na carreira.


Aos 34 anos, André Brasil passou por reclassificação porque iria participar do Open Internacional, competição que será realizada em São Paulo de quinta-feira a sábado, com competidores do mundo todo. Essa reclassificação internacional é obrigatória. É um procedimento de análise para os atletas com deficiência funcional na reclassificação em normas aprovadas pelo Comitê Paralímpico Internacional. 

Estas normas sofrem alterações desde o ano passado gerando inúmeras controvérsias. Na última  reclassificação, André Brasil foi considerado fora do padrão da classe S10, a mais alta das classes funcionais. Ou seja, é como dizer que André não tem qualquer deficiência e só pode competir na natação convencional. Assim, com a decisão atual, o brasileiro está impedido de participar de qualquer competição do esporte adaptado a partir de agora.

O nadador teve poliomielite aos três meses de vida e, como sequela, uma diferença de cinco centímetros de uma perna para outra. Além disso, não tem sensibilidade, força e equilíbrio na perna esquerda. Passou por sete cirurgias durante a infância que não reverteram a lesão. Andre Brasil entrou para o esporte adaptado em 2005 e desde então participou de mais de 300 competições.

Mesmo o nadador tendo laudos médicos que comprovem a sua lesão e sua falta de mobilidade na perna esquerda, não foram suficientes para o atleta permanecer no esporte, segundo as avaliações atuais. Andre Brasil estava se preparando para voltar às competições, após a cirurgia do ombro esquerdo em 2018. Esta seria uma das chances do atleta fazer o índice para os Jogos ParaPan-Americano e o Campeonato Mundial de 2019. Pela primeira vez, desde que começou sua carreira, Andre Brasil não representará o país em uma dessas competições.

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