Quando a escalada esportiva fizer sua estreia olímpica, em Tóquio/2020, três modalidades distintas - velocidade, dificuldade e boulder - serão combinadas em um único evento, cujos resultados do somatório determinarão quem recebe o ouro, a prata e o bronze.
Há diversas críticas a essa fórmula adotada pelo Comitê Olímpico Internacional após proposta da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC), vez que as modalidades, embora componentes de um mesmo esporte, são diferentes. E os atletas costumam se especializar em apenas uma delas.
É o que diz a atleta australiana Emma Hora: "É definitivamente estranho. A maioria dos escaladores se especializa em apenas um dos três tipos de escalada".
A escalada de dificuldade é a forma mais tradicional de escalada indoor. Os competidores usam os suportes fixos no muro de escalada para superar os obstáculos e subirem 15 metros. Cada atleta tem apenas uma tentativa e seis minutos para subir.
A escalada de velocidade é semelhante ao da dificuldade em altura, mas é uma "corrida" para o topo e as rotas são mais fáceis, recompensando escaladas mais velozes e explosivas.
Por fim, o Boulder é diferente dos demais. As paredes de escalada têm apenas quatro metros de altura, mas os escaladores não têm cordas para segurá-los se caírem. Os alpinistas têm tentativas ilimitadas e o vencedor é a pessoa que alcança o topo das subidas com o menor número de tentativas.
Para atletas como a australiana Horan, o estilo da competição olímpica é muito diferente da história do esporte, que surgiu e se desenvolveu ao ar livre, o que, segundo ela, afasta alguns alpinistas de tentarem vaga olímpica: "Há aquele aspecto ao ar livre, que falta na competição olímpica, que muitos escaladores no topo do mundo estão realmente interessados", diz.
Mas para outros, como Ben Abel: "Se você é um atleta olímpico, então chegou ao topo". Abel é um dos melhores escaladores da Austrália. No país, inclusive, a procura pelo esporte, após ingressa no Programa Olímpico, aumentou exponencialmente.
Novos campos de competição têm sido criados no país e uma forte integração com confederações europeias, as mais fortes do mundo, possibilita o crescimento técnico dos atletas.
É uma reação natural à inclusão do esporte no programa olímpico, aumentando a curiosidade das pessoas sobre a modalidade e das confederações, gerando maiores investimentos.
Aqui no Brasil o esporte é ainda embrionário. São poucos os competidores e os locais para integração de novos atletas. As chances de obter vaga olímpica, que serão vinte em cada gênero, são remotas.
De toda forma, após se tornar esporte olímpico, a escalada passou a receber recursos e atenção do COB, que tem realizado laboratórios e vem tentando implementar ações que fomentem a difusão do esporte.
Foto: Divulgação
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