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Surto Opina: O saldo da ginástica brasileira após o mundial é positivo

O mundial de ginástica terminou no último dia 3 e o Brasil saiu de Doha com uma medalha de prata, conquistada por Arthur Zanetti, nas argolas. Olhando pelo viés resultadista, tivemos abaixo do esperado, mas se vermos por outro lado, nossos ginastas foram bem. atingimos um ótimo número de final- oito, um a mais do que a 2006, onda o Brasil esteve em sete finais - e batemos na trave pelo pódio em duas oportunidade. 2019 promete ser um grande ano para os ginastas.
Entre os homens, Arthur Zanetti continua soberano, já que além de ser referência mundial nas argolas, ajuda agora em outros aparelhos na competição por equipes, como solo e o salto, o que será de grande ajuda para garantir uma das vagas por equipes restantes. Nas Argolas, se passar o próximo ano saudável deverá dominar a prova novamente, já que desde 2015 tem Eleftherios Petrounias vencendo as principais competições. Mas como o grego fará uma cirurgia no ombro, pode demorar um pouco mais para recuperar a confiança, coisa que Zanetti já tem e que sabe que pode melhorar sua nota muito mais. Sem problemas de contusão é um dos favoritos a medalha em Tóquio

A seleção masculina está bem representada e o sétimo lugar no último mundial foi um bom resultado, embora saibamos que se tivéssemos Arthur Nory 100% ele seria diferente, pelo menos entre os top 5 ficaríamos. Nory é um generalista que assim como Zanetti e todos os ginastas que serão citados, se mantiver saudável será um grande nome para comandar o Brasil por equipes e quem sabe medalha em provas como o Solo e o salto. Não sei como anda Sérgio Sasaki, mas se ele estiver bem, vejo também ele sendo de grande valia à equipe. Diego Hypólito vai buscar a vaga em Tóquio como especialista e por isso tem ficado de fora da equipe, mas espera que ele contribua em Tóquio também.

A seleção masculina ainda tem nomes como Lucas Bittencourt, Caio Souza, Francisco Barretto, e creio que para alcançar voos maiores agora tem que evoluir no cavalo com alça, pedra no sapato dos ginastas. A evolução desse aparelho seria ideal para almejarmos voos mais altos no mundial de 2019 e em Tóquio.

Entre as mulheres, a lacuna técnica entre as adversárias é menor (com exceção dos Estados unidos que está anos luz à frente das adversárias) e talvez esse ciclo de Tóquio seja das mulheres. A prova foi o tempo que o país ficou na terceira posição na final por equipes até a prova das Barras assimétricas, ponto fraco das meninas. Caímos para sétimo, mas vimos ali a certeza que se conseguimos melhoras nas barras e fazer um desempenho melhor na trave, dá pra até conseguir uma medalha por equipes dependendo de um mal dia de Rússia e/ou China. 

Nas provas individuais, Flavia Saraiva é o melhor nome para sonhar com medalhas, em especial no solo e na trave - onde ela não foi muito bem no mundial. Jade Barbosa e Rebeca Andrade superaram contusões e podem ser uma boa surpresa nos saltos e podem até brigar pra ver quem acompanha Flavinha na final do individual geral se continuarem saudáveis. Ainda temos Thaís Fidelis se não fosse uma contusão sofrida no inicio do ano, estaria com resultados melhores do que no mundial do ano passado e Daniele Hypólito não pode ser descartada na vaga de especialista, afinal, experiência e talento ela tem de sobra.

Acho que as três medalhas na Rio 2016 elevaram a ginástica brasileira de patamar e nesse mundial confirmamos entre os melhores do mundo no esporte. Mas Ginástica é detalhe e pódios e títulos se ganham nos detalhes - vide o pé fora do tablado de Flavinha que lhe tirou o Bronze no solo - Temos dois anos para trabalhar todos os detalhes de execução - a ajuda de Valeri Liukin como consultor será fundamental nesse aspecto -, todo o mental dos atletas que podem sim tirar a gente desse monte de quase que tivemos em 2018 e  igualar ou até trazer mais medalhas do que em 2016 nos Jogos de Tóquio.

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

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