Faltam dois anos para a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio,
que serão disputados entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020. Com o
marco simbólico da contagem regressiva no horizonte, os jogadores
brasileiros de badminton intensificam os treinamentos para tentar
garantir a segunda participação nacional na história do maior evento
multiesportivo do planeta. A corrida tem como base o ranking da
Federação Mundial de Badminton (BWF), que depende de
resultados em torneios internacionais.
Para construir uma base mais homogênea e com chances de buscar a vaga, a
Seleção Brasileira permanente trocou a cidade de Campinas (SP) por
Americana, no interior paulista. "Até o momento os atletas participaram
de algumas fases pontuais de treinamentos, além de competições. Agora,
vamos trabalhar para que fiquem reunidos de forma frequente até o fim do
ciclo", explicou o técnico da Seleção Brasileira, o português Marco
Vasconcelos. Em agosto, ele divulga a primeira lista de convocados. "Já
temos praticamente o time montado e queremos começar o trabalho o quanto
antes".
No CT, os atletas vão contar com equipe multidisciplinar, com
psicólogo, fisioterapeuta e preparador físico. Serão treinos diários, em
dois períodos, dentro e fora de quadra. O projeto da Confederação
Brasileira de Badminton (CBBd) é de curto e médio prazo, com o horizonte
até os Jogos de 2024, em Paris.
"Será uma experiência em várias frentes importantes. Quando a gente
concentra os atletas, conseguimos controlar mais o trabalho do que
quando eles estão nos clubes. Temos a experiência do ciclo passado que
deu resultado", disse Vasconcelos.
Briga boa no masculino
Principal brasileiro na modalidade, o carioca Ygor Coelho, que joga
desde os três anos de idade, continua evoluindo, em busca de repetir a
experiência olímpica dos Jogos Rio 2016. Ele começou no esporte
influenciado pelo pai, Sebastião Oliveira, responsável pelo projeto
Miratus, na Comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro.
"O Ygor está sendo bem assessorado para buscar a vaga. Para isso, ele
tem que aproveitar as oportunidades. Agora, ele está treinando na
Holanda para disputar o Mundial de Badminton em Nanquim, na China, entre
29 de julho e 5 de agosto", afirmou Sebastião.
Para chegar ao fim da corrida olímpica sem ficar pelo caminho,
Sebastião alerta que, se o atleta relaxar, outros brasileiros estarão
prontos para beliscar um lugar na Vila Olímpica. "O Ygor tem tudo para
manter o desempenho, mas sabe que tem outros jovens com grande
potencial, como o Fabrício Farias e o Artur Pomoceno, acrescenta.
Pan de Lima, um marco estratégico
No caminho até Tóquio, os brasileiros terão um teste importante em
2019, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Por ser uma competição
continental, o evento soma pontos estratégicos. "O foco é preparar o
time para os Jogos de Lima. As medalhas no Pan são importantes para o
Brasil", avaliou Vasconcelos.
Este ano, a equipe deu mostras de consistência ao marcar presença nas
seis finais dos Jogos Sul-Americanos (equipe masculina e feminina,
duplas masculina e feminina e individual masculino e feminino),
disputados em Cochabamba, na Bolívia. Ao todo, foram quatro ouros e três pratas. Sete medalhas porque a final individual foi entre Ygor Coelho e Artur Pomoceno, com vitória apertada de Ygor.
Segundo o treinador, o badminton nacional funciona como uma
espécie de esponja de estilos, que busca técnicas de diferentes países
para chegar a uma característica única. "Os atletas da Ásia, da Europa e
da América são diferentes. Tentamos aproximar o nosso treino ao perfil
dos nossos atletas. O brasileiro não é tão explosivo como os asiáticos,
mas é mais habilidoso".
No Brasil desde 2013, o técnico português Marco
Vasconcelos diz que a vivência no país vem sendo enriquecedora no
amadurecimento como técnico. "O atleta europeu é diferente,
principalmente no aspecto social. Aqui, o treinador tem de estar
preparado para várias áreas. Muitas vezes os atletas vêm com vários
problemas sociais e déficit em diferentes áreas. Está sendo uma
experiência fabulosa", finaliza.
Foto: Rede do Esporte
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