A Coreia do Sul
concordou em assumir as contas da participação da Coreia do Norte nos Jogos
Olímpios de PyeongChang. A delegação do país vizinho conta com mais de uma
centena de membros. O Conselho de Promoção da Cooperação do Sul e Norte concordou
na quarta-feira em utilizar 2,64 milhões de dólares do governo sul-coreano para
pagar as despesas do Norte enquanto estiverem em Pyeongchang.
O dinheiro pagará
pelos membros de uma uma equipe artística que se apresentou em Seul durante os
Jogos, uma turma de torcedores que chamou a atenção durante um jogo da equipe
da Coréia unificada e de outros membros da delegação de nível inferior. Já o Comitê
Olímpico Internacional (COI) está pagando as despesas dos 22 atletas
norte-coreanos que viajaram para os jogos.
A delegação
incluiu também a irmã de Kim Jong Un, Kim Yo Jong. Ela se encontrou com o
presidente sul-coreano Moon Jae-in às vesperas dos Jogos. As despesas para ela
e outros líderes norte-coreanos de alto nível serão pagas por outro fluxo de
financiamento, disse o porta-voz do ministério da unificação da Coréia do Sul,
Baik Tae-hyun, a repórteres. Ele não especificou de onde esse dinheiro viria.
A visita de Kim
Yo Jong marcou a primeira visita de um mebro da família dos governantes Kim à
Coreia do Sul desde que os países se separaram ao fim da Segunda Guerra
Mundial. "As Olimpíadas tornaram-se uma chance para o Norte se comunicar
com a comunidade internacional", disse o ministro sul-coreano da
unificação, Cho Myoung-gyon. "Isso poderia abrir caminho para a discussão
para construir e sustentar a paz na península".
A participação
nos Jogos e o apoio da Coreia do Sul a essa participação é significativo. O regime norte-corano tem sido economicamente isolado de grande parte dos
países ao redor do mundo como retaliação ao seu programa de mísseis nucleares e
balísticos A presença do Norte nos Jogos de PyeongChang não era assegurada até
poucas semanas antes da abertura do evento. O COI falou abertamente em fazer
tudo o que podia para garantir que a Coréia do Norte estivesse presente em solo
sul-coreano e a Coréia do Sul concordou em compartilhar sua equipe de hóquei
feminino com o país, disputando o torneio como Coreia Unificada, assim como os
atletas desfilarem na cerimônia de abertura sob a mesma bandeira da unificação.
Kim, que no passado ameaçou bombardear a residência
oficial do presidente sul-coreano, elogiou a Coreia do Sul após o retorno a
Pyongyang de sua irmã e outros membros de alto nível da delegação, de acordo
com a KCNA, a agência oficial de notícias da Coréia do Norte.
Antes dos Jogos Olímpicos de Verão de 1988 em Seul, os
norte-coreanos bombardearam um avião comercial coreano de Seul, ocasionando a
morte de 115 pessoas que estavam a bordo.
A administração de Donald Trump descartou que as ameaças
feitas no ano passado pela Coreia do Norte fossem apenas propaganda. O
secretário de Defesa, Jim Mattis, disse aos repórteres esta semana que era
"muito cedo para contar" se a participação olímpica e a aproximação
entre as Coreias podem conduzir a qualquer mudança substancial no comportamento
do regime norte-coreano. Ele lembrou que Kim realizou um desfile militar que
destacou as capacidades dos mísseis balísticos de Pyongyang na véspera dos Jogos.
"Esse é um momento muito estranho se, na verdade, ele está tentando se
sentir aquecido para o país que ele atacou repetidamente como um fantoche
americano", disse Mattis.
Foto: AFP/Getty Images
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