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Austrália contesta participação de transexual neozelandesa do levantamento de peso nos Jogos da Comunidade Britânica de 2018

A polêmica envolvendo a participação de transgêneros no esporte deve ganhar mais um capítulo nos Jogos da Comunidade Britância (Commonwealth Games), que acontecerão este ano na cidade australiana de Gold Coast. A levantadora de peso da Nova Zelândia, a transexual Laurel Hubbard, foi liberada pela Federação da Commonwealth Games para disputar os jogos, mas a Austrália vêm pedindo a proibição da atleta.

Hubbard, de 39 anos, recebeu permissão para competir no evento feminino de levantamento de peso, mas Michael Keelan, presidente-executivo da Federação Australiana de Halterofilismo, escreveu uma carta contestando a decisão de deixar Hubbard competir.

Keelan afirmou que existe uma desvantagem significativa para as levantadoras de peso quando comparadas à Hubbard. "É nossa visão forte de que o levantamento de peso sempre foi um esporte específico para homens e mulheres, não uma competição entre indivíduos de vários níveis de testosterona", escreveu ele em uma carta enviada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), à Federação da Commonwealth Games e o Comitê Olímpico Australiano e que foi obtido pelo The Daily Telegraph.

"Em nossa visão respeitosa, os critérios atuais e sua aplicação têm o potencial de desvalorizar o levantamento de peso feminino e desencorajar as atletas nascidas do sexo feminino de perseguir o esporte no nível de elite no futuro. A Federação Internacional de Halterofilismo deve esclarecer por que os critérios atuais são considerados adequados e justos, caso contrário, uma alternativa ao status quo deve ser considerada urgentemente", afirmou o dirigente.

Keelan tem sido um crítico consistente da decisão de deixar Hubbard, nascido como Gavin e que viveu como homem por 35 anos, competir desde que foi selecionada pelo Comitê Olímpico da Nova Zelândia em novembro passado.

Hubbard está liberada para competir em Gold Coast 2018 porque passou pelos critérios do COI para atletas transgêneros depois de provar que seus níveis de testosterona ficaram abaixo de certos níveis nos 12 meses que antecederam o evento.

Ela conquistou uma medalha de prata na categoria até 90 kg no Campeonato Mundial da Federação Internacional de Halterofilismo em Anaheim em dezembro, o melhor desempenho de uma levantadora da Nova Zelândia.

O New Zealand Herald informou que Hubbard também registrou recentemente níveis baixos de testosterona em seus testes. Níveis comprovadamente consistentes com as atletas nascidas com o sexo feminino.

Garry Marshall, presidente da Federação de Levantamento de Peso da Nova Zelândia, rebateu as críticas de Keelan e afirmou que o dirigente está tentando impedir Hubbard de competir para aumentar as chances de Deborah Acason, da Austrália, de conquistar o ouro em Gold Coast 2018, que se realizará entre os dias 4 e 15 de abril. "Eu não acho que Mike esteja fazendo algo além de tentar aumentar as chances de uma levantadora australiana e tentar nos negar um pouco", disse Marshall à New Zealand Herald.


"Michael está jogando o jogo, ele está querendo ajudar seus próprios levantadores fazendo esse comentário porque a Austrália tem uma levantadora na mesma categoria que Laurel Hubbard. Ele está tentando ajudá-las, e ele já fez isso antes, ele quer pressionar-nos, eu acho, e nos preocupar", concluiu.

Foto: Facebook


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