Após ter sido revelado um caso de doping do tenista Thomaz Bellucci, que disse em sua defesa que o produto que usou de uma farmácia de manipulação foi contaminado, chamou a atenção da Associação nacional de farmacêuticos magistrais. A entidade, que representa o setor magistral, voltado para a manipulação de medicamentos e produtos para a saúde de forma personalizada, se pronunciou via Ademir Valério, presidente do Conselho que disse, que mesmo se houvesse erro, o produto teria tido outros problemas:
"O processo de manipulação é seguro e não permite a contaminação. Porém, vamos extrapolar: admitindo que houvesse eventual equívoco no processo que levasse à contaminação acidental com um diurético, necessariamente haveria também a presença de outros fármacos combinados com essas substâncias, uma vez que elas estão sempre em associação nos medicamentos manipulados. Além disso, a distribuição desse diurético não seria uniforme entre supostas cápsulas contaminadas. Isso pode ser rastreado e precisa ser levado em conta" - disse.
Thomaz Bellucci alegou em sua defesa que houve contaminação por conta da farmácia de um suplemento polivitamínico que costuma consumir regularmente. Ele vai processar o laboratório do Rio de Janeiro que não teve o nome divulgado. A Associação ainda lembrou, em comunicado oficial, que as farmácias com manipulação passam por um rígido controle:
"As farmácias são obrigadas por lei a manter um livro de registro com todas as receitas médicas aviadas e esse é um documento importante na busca pela resposta de uma investigação, já que pode apontar se houve ou não manipulação do diurético no mesmo dia da preparação do medicamento consumido pelo paciente em questão e, portanto, se havia ou não possibilidade, mesmo que remota, de contaminação cruzada" diz a nota.
Bellucci foi notificado do doping no dia 18 de setembro, quando estava na China, se preparando para o ATP de Shenzen. O tenista então voltou ao Brasil para tratar uma lesão no tendão de Aquiles e preparar sua defesa. Ele enviou amostras do polivitamínico contaminado a laboratórios dos Estados Unidos e do Canadá, que comprovaram a contaminação, segundo seu advogado. O atleta também passou por exames de urina e cabelo fora do país para comprovar que não fez uso de substâncias proibidas para melhorar sua performance.
foto: Getty Images
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