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Patinador artístico australiano será o primeiro aborígene do país a competir em uma Olimpíadas de inverno

A Austrália terá pela primeira vez em sua história um indígena competindo em uma Olimpíadas de Inverno.  O patinador artístico Harley Windsor, que é aborígene, foi selecionado para compor a equipe do país da Oceania nos Jogos de PyeongChang 2018, em um esporte em que há pouco mais de uma década o atleta não conhecia e acabou entrando sem querer na sua vida.

Windsor e a sua dupla Ekaterina Alexandrovskaya, uma adolescente nascida na Rússia, foram campeões mundiais juniores de duplas. Agora eles conseguiram uma vaga nas Olimpíadas com uma medalha de bronze em uma competição de qualificação que ocorreu na Alemanha no final de setembro e estão entre os quatro primeiros atletas a serem confirmados na equipe australiana na quinta-feira, 9 de novembro. Brendan Kerry e Kailani Craine foram selecionados para competir nos eventos individuais de patinação artística em PyeongChang.

Windsor, de apenas 21 anos, é do oeste de Sydney, e afirmou que a sua seleção para as olimpíadas "parece uma conquista incrível e fantástica". "Eu cresci na comunidade aborígene e sempre estive em torno da cultura aborígene, por isso tem sido uma grande parte da minha vida e algo do qual estou muito orgulhoso", afirmou o atleta.

O país conta com 51 atletas indígenas que já participaram de Olímpiadas, mas todos em Jogos de verão. Entre esses atletas olímpicos, destaque para Cathy Freeman, que acendeu a pira olímpico na cerimônia de abertura de Sydney 2000 e venceu os 400 metros na semana seguinte. "Ela era tão grande... uma grande inspiração para mim quando eu era jovem. Espero poder dar a outros jovens atletas indígenas alguma inspiração, que possamos chegar ao mais alto nível nos esportes olímpicos de inverno, tal como fizemos nos esportes de verão".

Para o chefe executivo do Comitê Olímpico Australiano, Matt Carroll, a classificação de Windsor para os Jogos foi histórica para o movimento olímpico na Austrália. "Assim como o Harley afirmou que quer, esperamos que ele ofereça inspiração aos jovens atletas indígenas, que possam seguir seu caminho e competir em um alto nível nos esportes de inverno", disse Carroll.

O jovem patinador acabou no esporte por “acidente” aos 8 anos de idade. Sua mãe se dirigia com o garoto para um restaurante de fast-food, mas acabou pegando uma rua errada e acabou se dirigindo para o parque de estacionamento de uma pequena pista de gelo. Windsor então pediu a mãe para conhecer o interior do local, e após muita insistência, deixou que o filho calçasse um par de patins. Ele então entrou no rinque e deslizou no gelo pela primeira vez e depois nunca mais parou de patinar. "Eu realmente gostei, então eu perguntei se poderia voltar na semana seguinte. Então na semana seguinte, depois na semana seguinte. Eu não pensei que iria a lugar algum, mas quando eu comecei a levar a sério, eu realmente comecei a gostar do esporte ainda mais. Foi um trabalho árduo, mas porque eu comecei a me apaixonar pelo esporte e comecei a melhorar muito rapidamente, de certa forma não foi difícil porque eu simplesmente gostei muito", contou o patinador.

Apesar da paixão pelo esporte, Windsor quase desistiu da patinação. Há dois anos estava frustrado por não encontrar a parceira ideal para formar uma dupla forte. Foi então que o seu treinador russo sugeriu que ele fosse a Moscou para encontrar um par perfeito. Foi lá que o jovem atleta foi apresentado a Alexandrovskaya, uma especialista em duplas, que também estava à procura da parceria ideal.


O casal começou a competir juntos e rapidamente criaram uma boa relação de trabalho. Apesar de estarem baseado a maior parte do tempo em Moscou, com a maioria dos treinos acontecendo na cidade, Alexandrovskaya concordou em abandonar seu sonho de competir pela Rússia e solicitou a cidadania australiana. Alexandrovskaya, de 17 anos, recebeu a cidadania no mês passado. "Para ser sincero, no começo, eu não sabia que isso iria tão bem, mas quanto mais nós caminhávamos, mais nós começamos a nos encontrar. Eu acho que isso funciona bem para nós, porque ela é um pouco mais ardente no gelo e eu sou um pouco mais calmo, então isso se equilibra. Nós temos nossas lutas e coisas, obviamente, mas nos misturamos muito bem e treinamos muito bem e nós dois somos concorrentes fortes", concluiu Windsor.

Foto: Getty Images


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