A França foi um dos primeiros países a subir o tom em
relação à segurança dos Jogos Olímpicos de PyeongChang e a crescente tensão na
península coreana. Segunda a ministra do esporte do país, Laura Flessel, se a
situação na região continuar piorando, o time França corre o risco de não
disputar a próxima edição das Olimpíadas de Inverno.
Se referindo aos constantes testes com mísseis e armas
nucleares promovidos pela Coreia do Norte e com a escalada na troca de ameaças
entre os norte-coreanos e os Estados Unidos, a ministra garantiu que a
segurança da delegação francesa é prioridade. "Se isso piorar e nós não tivermos
a nossa segurança garantida, nossa equipe francesa permanecerá aqui (na
França). Não colocamos nossa equipe em perigo", asseguro Flessel.
A francesa é a primeira líder política a lançar dúvidas
sobre a participação de um país nas Olimpíadas, que acontecerão entre os dias 9
e 25 de fevereiro. O evento ocorre na cidade de PyeongChang, na Coreia do Sul,
e fica há apenas 80 km da fronteira com a Coreia do Norte.
As declarações de Flessel aconteceram poucos dias depois de
o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, garantir que
as Olimpíadas de PyeongChang não corria nenhum risco quanto a segurança. "Não
há sequer uma dica de que exista uma ameaça para a segurança dos jogos no
contexto das tensões entre a Coréia do Norte e alguns outros países",
disse Bach. Bach acrescentou que o COI estava em contato com os governos na
península e disse que "não havia dúvida sobre os Jogos Olímpicos de
Inverno em 2018".
Apesar das afirmações, Flessel disse que não imagina as
Olimpíadas sendo canceladas, e garantiu que nesse momento, a equipe francesa
está assegurada nos Jogos. "Hoje não estamos neste ponto e eu digo a você
e peço-lhe especialmente que não se preocupe com esta equipe da França que
trabalha há mais de quatro anos. Estamos conscientes da situação e, com o
Ministério dos Negócios Estrangeiros, temos uma relação estreita para continuar
a assistir, analisar", garantiu a ministra francesa.
As tensões na península coreana estão cada vez maiores. Em menos
de um mês a Coreia do Norte realizou o seu sexto teste nuclear e disparou dois
mísseis que sobrevoaram o espaço aéreo japonês. Enquanto isso, o presidente
Donald Trump alertou os líderes reunidos na Assembleia Geral da ONU na
terça-feira que os Estados Unidos podem ter que destruir a Coréia do Norte se o
regime de armas nucleares de Kim Jong-Un ameaçar seus vizinhos. "Os
Estados Unidos têm grande força e paciência, mas se for forçado a se defender
ou a defender seus aliados, não teremos escolha senão destruir totalmente a
Coréia do Norte", garantiu Trump.
Foto: Franck Fife/AFP
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