Dmitry Shlyakhtin, chefe do atletismo russo, está a
caminho de Londres onde tentará suspender a proibição que impede os seus
atletas de participarem de competições internacionais da modalidade. O
dirigente se reunirá com membros da Associação Internacional das Federações de
Atletismo (IAAF), que participam do congresso do esporte, às vésperas do
mundial de Londres.
Cerca de um ano antes das Olimpíadas do Rio de Janeiro, um
grande escândalo de dopagem em atletas da Rússia abalou as estruturas do atletismo
mundial. Com graves indícios de um sistema corrupto, que acobertava um esquema
maciço de dopagem dos atletas, e com grande participação da agência antidopagem e do governo do país, a
Rússia acabou entrando no foco do Comitê Olímpico Internacional (COI) e também
da IAAF, órgão que gere o atletismo mundial. Após a divulgação de um relatório independente por parte da Agência Mundial Antidopagem (WADA), onde afirmava que o doping dos
atletas locais era realmente patrocinado pelo governo, a Rússia foi banida de
todas as competições do atletismo mundial.
Shlyakhtin, que é presidente da Federação Russa de Atletismo
(RUSAF), fará um discurso no congresso na quinta-feira, e tentará provar que as
medidas exigidas pela IAAF em relação ao controle de doping no país foram
atendidas. A agência antidopagem da Rússia (RUSADA) ainda não é considerada
dentro dos padrões exigidos pela WADA, embora já tenha sido liberada a fazer
testes sob a supervisão de agentes internacionais e membros da agência
antidopagem do Reino Unido (UKAD), após seguirem uma série de recomendações de
um corpo técnico de antidoping global.
Embora o espaço tenha sido aberto para a RUSAF fazer seu
discurso, o vice primeiro ministro do país europeu diz não acreditar muito que
os atletas sejam liberados para competirem. Para Vitaly Mutko, embora 19
atletas tenham sido liberados para competirem como neutros, o país não será
liberado pelo Congresso nesse momento. “É claro que gostaríamos de esperar a
decisão positiva, mas acredito que já podemos adivinhar o resultado. Embora não
seja uma decisão do COI, todos irão aguardar” garantiu.
Foto: Getty Images
0 Comentários