O dirigente Frank Fredericks foi suspenso nesta segunda-feira pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), sob suspeita de ter recebido US$ 300 mil (R$ 955 mil) no dia 2 de outubro de 2009, data em que o Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar a Olimpíada de 2016 em votação dos membros do Comitê Olímpico Internacional.
A medida vale enquanto Fredericks é investigado. Dono de quatro medalhas de prata, o ex-velocista da Namíbia, de 49 anos, ocupou vários cargos na IAAF e atualmente fazia parte do conselho governante. Em março deste ano, após as primeiras denúncias do jornal "Le Monde", ele deixou a força-tarefa da entidade que estudava a possibilidade da Rússia voltar às competições após o escândalo de doping. Fredericks também presidia a comissão que avaliava as candidaturas de Los Angeles e Paris para sediar os Jogos Olímpicos de 2024.
De acordo com investigações do Ministério Público da França, a origem do dinheiro viria de empresários ligados à campanha do Rio para sediar os Jogos. A distribuição seria feita por uma empresa de marketing do filho do ex-presidente da IAAF, Lamine Diack, cuja família é suspeita de ter recebido, ao todo, US$ 1,5 milhão. Fredericks teria relação com a Pamodzi, que repassava o dinheiro para a offshore Yemli Limited. Ele era um dos monitores da votação para a escolha da cidade sede da Olimpíada de 2016.
De acordo com a IAAF, "Fredericks não tem, nas respostas e explicações que forneceu até à data, à primeira vista de assuntos que justificam a investigação". Fredericks nega as irregularidades, alegando que o dinheiro era para um trabalho de consultoria. Ele planeja contestar a suspensão em uma audiência.
Desde as primeiras suspeitas de propina o Comitê Rio 2016 alega que a vitória da cidade em 2009 foi por ampla margem de votos, e portanto não haveria necessidade de comprar votos. Na última votação o Rio venceu Madri por 66 a 32.
foto: Reuters
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