Últimas Notícias

Atletismo nos Jogos Olímpicos de Londres: Os mais sujos da história?

É sexta-feira, dia 10 de agosto de 2012, Jogos Olímpicos de Londres, o estádio olímpico recebe a final dos 1.500 metros feminino no atletismo. Treze atletas de nove países largam em busca das tão sonhadas medalhas olímpicas. Final de prova, festa absolutamente turca. Asli Çakir Alptekin fica com o título, a também turca Gamze Bulut é vice campeã e Maryam Yusuf Jamal faz história com a primeira medalha olímpica da história do Barein. Bronze com sabor de ouro. Literalmente com sabor de ouro.

Um ano depois, começa a sangria. Se iniciam os retestes em atletas que competiram nas duas últimas olimpíadas por meio de amostras de urina e sangue coletadas durante o evento. A prova acima citada, se torna um exemplo negativo do que mais se tem escutado nos últimos anos no esporte de alto rendimento: O Doping

Das treze finalistas, quatro estavam sob efeito de substâncias proibidas em Londres - incluindo as duas turcas - e outras duas, a russa Tatyana Tamoshova da Rússia  (4° lugar) e Abeba Aregawi da Etiópia (5° lugar) já foram suspensas em suas carreiras por caírem no antidoping e por isso não devem herdar as medalhas.

Não é apenas os 1.500 feminino que são afetados. Sergey Kirdyapkin (Rússia / Marcha atlética 50 km), Tatyana Lysenko (Rússia / martelo) Mariya Savinova (Rússia/ 800m),Yuliya Zaripova (Rússia / 3.000 m com obstáculos) e Nadezda Ospanchuk (Belarus / peso) também perderam as medalhas de ouro conquistas. No total, foram 29 desclassificações por doping.

Em uma pesquisa do site Mail Online sobre os Jogos Olímpicos de Londres, estatísticas alarmantes tem sido apresentadas. Dos 656 atletas que chegaram as finais em 2012, 87 deles (ou 13%) já haviam cometido alguma violação por doping previamente. Outros 138 finalistas (ou 21%) tem uma conexão indireta com o doping, ou seja, seus treinadores, médicos ou agentes já estiveram envolvidos com substâncias proibidas na carreira. Isso significa que, um terço (34%) dos atletas que correram, lançaram ou saltaram em Londres estiveram conectados direta ou indiretamente com o doping anteriormente. O país que "ganha" nessa estatística é sem surpresas a Rússia, cujo esquema de dopagem já doi descoberto. Atletas de países como Belarus, Cazaquistão, Quênia, Jamaica, Estados Unidos e até o Brasil estão nessa lista.

Os Jogos Olímpicos seriam os mais sujos da história?

Apesar de Sabastian Coe (Presidente do Comitê Organizador na época) ter dito antes dos Jogos que faria o possível para que Londres fosse o mais limpo da história, testando todos os atletas antes da competição, parece que isso não funcionou muito bem.

Além de manchar negativamente um torneio e até um país, o uso de substâncias proibidas tem prejudicado atletas limpos há décadas, desde questões financeiras até emotivas. O ato de subir em um pódio olímpico e ver sua bandeira hasteada é algo que 10 entre 10 atletas no mundo sonham. A trapaça rouba esse momento de alguns.
Investigações e até descobertas de esquemas como o da Rússia tem revelado e punido cada vez mais atletas, mas é um consenso geral de que eles não são os únicos vilões da história, várias nações também estão envolvidas.

No mesmo estádio onde os feitos como os ouros de Bolt, Mo Farah, Jessica Ennis e David Rudisha acabaram ficando a sombra de escândalos e desconfianças causadas por atletas trapaceiros, terá início na próxima sexta-feira (04), mais uma edição do Campeonato Mundial de Atletismo, competição que reunirá a nata do esporte pela segunda vez em cinco anos na capital britânica.

Construído sob o valor de 430 milhões de libras, a expectativa é de casa cheia para todos os dias no estádio olímpico. Homens, mulheres e crianças, britânicos ou não que querem e sonham em ver uma competição limpa, onde o atleta vencedor seja lembrado no futuro apenas pela sua glória e não por sua desonestidade. Só o tempo dirá se desta vez, Londres receberá um torneio honesto. Enquanto isso, o que resta é torcer.

Foto: Getty Images 






0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar