O Ministério do Esporte publicou na segunda-feira (12) no Diário Oficial o nome de mais 56 atletas olímpicos e paralímpicos beneficiários do Bolsa Pódio.
São 23 medalhistas dos Jogos Rio 2016. O investimento é de R$ 5,256 milhões para os 38 atletas paralímpicos beneficiados, e de outros R$ 2,448 milhões para 18 representantes de modalidades olímpicas, totalizando um desembolso anual de R$ 7,7 milhões.
O anúncio oficial da nova lista foi realizado pelo ministro do Esporte, Leonardo Picciani, na última segunda, no Rio de Janeiro, no Muro dos Campeões, no Parque Olímpico da Barra e contou com a participação de Karla Cardoso (judô paralímpico), Felipe Gomes (atletismo paralímpico), Flávia Saraiva (ginástica) e Isabel Clark (snowboard), que assinaram o termo de adesão ao programa, entre os atletas.
Muita gente pensa que ser atleta é um hobby, mas é uma profissão. Não somos atletas por apenas quatro horas, mas 24h. Temos que treinar, descansar e comer como atletas. A Bolsa Pódio é uma super ajuda que a gente tem para manter o rendimento e melhorar cada vez mais. Desde que ela surgiu, os resultados dos brasileiros deram um salto enorme, e continuam dando", avalia Verônica Hipólito, medalhista de prata (100m T38) e de bronze (400m T38) no atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. "Com a bolsa, eu pude me dedicar mais ao esporte sem me preocupar com o resto. Antes, muita gente me falava que eu precisava de um emprego, que não podia me dedicar 24h ao atletismo", compara.
Outra contemplada entre os paralímpicos é Jane Karla Rodrigues, ex-atleta do tênis de mesa e que, desde 2015, representa o país no tiro com arco. Em sua estreia nos Jogos pela nova modalidade, a arqueira por pouco não beliscou o pódio, caindo nas quartas de final do arco composto diante da chinesa vice-campeã mundial Yueshan Lin. A brasileira foi campeã dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015.
"A Bolsa Pódio é uma força muito grande para a gente porque no esporte, em geral, é difícil conseguir patrocínio. Se não fosse a bolsa, eu não teria chegado tão longe, e esse novo apoio vai trazer ainda mais resultados", acredita. "O investimento engloba tudo: equipamentos, viagens. Eu me dedico 100% ao esporte, não tenho outra renda, então ela também mantém a minha casa. Fiz até uma salinha de treinamento", conta.
Agora com um ciclo completo pela frente para se dedicar ao tiro com arco, Jane Karla já considera os Jogos de Tóquio 2020 como um grande sonho a ser concretizado. "Quero muito estar lá. Vou disputar uma seletiva no fim do mês, em Goiânia, que vale vaga para o Mundial de setembro, em Pequim. Se Deus quiser estarei representando o Brasil", deseja.
Novos nomes
A relação publicada na segunda-feira conta com 10 estreantes na categoria Pódio, um deles beneficiado pela primeira vez dentro do programa Bolsa Atleta. Julio Cesar Agripino, do atletismo paralímpico, disputou os Jogos do Rio 2016. No Circuito Caixa Nacional do ano passado, foi campeão nos 1.500m. Já no Circuito Loterias Caixa deste mês, levou o ouro nos 1.500m e nos 5.000m.
Ainda entre os paralímpicos, integram a lista da Bolsa Pódio pela primeira vez: Fábio Bordignon, Cícero Nobre, Gabriela Ferreira, Kesley Teodoro e Mauro Evaristo, todos do atletismo, além de Marcelo dos Santos, prata nas duplas mistas na bocha (BC4), e de Patrícia dos Santos, da natação. Já os dois atletas olímpicos estreantes são Ane Marcelle, do tiro com arco, e Evandro Gonçalves, do vôlei de praia.
No time dos atletas que já eram bolsistas estão os medalhistas Thiago Braz, que conquistou o inédito ouro na prova de salto com vara, além de quebrar o recorde olímpico; o ginasta Arthur Zanetti, ouro nas argolas em Londres-2012 e prata no Rio; Felipe Wu, medalhista de prata na pistola de ar 10m do tiro esportivo; a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs na classe 49er FX, o primeiro ouro feminino brasileiro da vela na história das Olimpíadas; e Poliana Okimoto, bronze em maratonas aquáticas, a primeira medalha do país na modalidade.
Poliana acredita que o apoio da Bolsa Pódio teve participação na conquista do bronze no Rio de Janeiro. "Recebo desde 2013 e isso me ajudou muito no último ciclo. Fui para três Olimpíadas, e nas duas anteriores (Londres e Pequim) não tínhamos esse auxílio. Para o Rio 2016, o patrocínio foi fundamental para ganhar a medalha de bronze", destaca a campeã mundial de 2013. "Todo detalhe faz diferença no esporte de alto rendimento. O Bolsa Pódio me deu estrutura, tranquilidade para treinar, para comprar os meus suplementos e equipamentos, fazer as viagens que precisava fazer. Acho que uma parte da medalha foi graças à Bolsa Pódio", acrescenta.
Entre os atletas paralímpicos que já eram bolsistas estão também: Daniel Martins, ouro nos 400m livre (classe T20) e recorde mundial da prova; Phelipe Rodrigues, com quatro medalhas na natação; Antônio Tenório, que conquistou sua sexta medalha paralímpica da carreira com a prata na categoria até 100kg; e Bruna Alexandre, que se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha no tênis de mesa nos Jogos, com o bronze na classe 10.
Novas listas
O prazo para indicação de atletas à Bolsa Pódio neste ciclo olímpico, conforme o primeiro edital, lançado em dezembro de 2016, segue até 10 de outubro. Outras listas de contemplados devem ser publicadas até o fim deste ano. Para concorrer, o atleta deve estar em plena atividade, vinculado a uma entidade de prática esportiva ou a alguma entidade nacional de administração do desporto, e entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica.
O atleta deve, ainda, ser indicado pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte. Também precisa apresentar declaração de recebimento, ou não, de qualquer tipo de patrocínio de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, apontando valores efetivamente recebidos e os períodos de vigência dos contratos. Os bolsistas que conquistaram medalhas na última edição dos Jogos Rio 2016 têm prioridade na renovação das bolsas, conforme determina a Lei nº 12.395, de 2011.
A análise das indicações e dos planos esportivos é realizada pelos grupos de trabalho instituídos pela Portaria nº 456, de 24 de novembro de 2016, do Ministério do Esporte, respeitada a modalidade específica de cada atleta. Após a aprovação da indicação, o atleta é notificado para, em até sete dias úteis, preencher o cadastro on-line e apresentar o plano esportivo.
A permanência do atleta é reavaliada anualmente e está condicionada ao cumprimento do plano esportivo, previamente aprovado pelo grupo de trabalho, e à permanência no ranqueamento da respectiva entidade internacional.
Foto: Ministério do Esporte
São 23 medalhistas dos Jogos Rio 2016. O investimento é de R$ 5,256 milhões para os 38 atletas paralímpicos beneficiados, e de outros R$ 2,448 milhões para 18 representantes de modalidades olímpicas, totalizando um desembolso anual de R$ 7,7 milhões.
O anúncio oficial da nova lista foi realizado pelo ministro do Esporte, Leonardo Picciani, na última segunda, no Rio de Janeiro, no Muro dos Campeões, no Parque Olímpico da Barra e contou com a participação de Karla Cardoso (judô paralímpico), Felipe Gomes (atletismo paralímpico), Flávia Saraiva (ginástica) e Isabel Clark (snowboard), que assinaram o termo de adesão ao programa, entre os atletas.
Muita gente pensa que ser atleta é um hobby, mas é uma profissão. Não somos atletas por apenas quatro horas, mas 24h. Temos que treinar, descansar e comer como atletas. A Bolsa Pódio é uma super ajuda que a gente tem para manter o rendimento e melhorar cada vez mais. Desde que ela surgiu, os resultados dos brasileiros deram um salto enorme, e continuam dando", avalia Verônica Hipólito, medalhista de prata (100m T38) e de bronze (400m T38) no atletismo dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. "Com a bolsa, eu pude me dedicar mais ao esporte sem me preocupar com o resto. Antes, muita gente me falava que eu precisava de um emprego, que não podia me dedicar 24h ao atletismo", compara.
Outra contemplada entre os paralímpicos é Jane Karla Rodrigues, ex-atleta do tênis de mesa e que, desde 2015, representa o país no tiro com arco. Em sua estreia nos Jogos pela nova modalidade, a arqueira por pouco não beliscou o pódio, caindo nas quartas de final do arco composto diante da chinesa vice-campeã mundial Yueshan Lin. A brasileira foi campeã dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015.
"A Bolsa Pódio é uma força muito grande para a gente porque no esporte, em geral, é difícil conseguir patrocínio. Se não fosse a bolsa, eu não teria chegado tão longe, e esse novo apoio vai trazer ainda mais resultados", acredita. "O investimento engloba tudo: equipamentos, viagens. Eu me dedico 100% ao esporte, não tenho outra renda, então ela também mantém a minha casa. Fiz até uma salinha de treinamento", conta.
Agora com um ciclo completo pela frente para se dedicar ao tiro com arco, Jane Karla já considera os Jogos de Tóquio 2020 como um grande sonho a ser concretizado. "Quero muito estar lá. Vou disputar uma seletiva no fim do mês, em Goiânia, que vale vaga para o Mundial de setembro, em Pequim. Se Deus quiser estarei representando o Brasil", deseja.
Novos nomes
A relação publicada na segunda-feira conta com 10 estreantes na categoria Pódio, um deles beneficiado pela primeira vez dentro do programa Bolsa Atleta. Julio Cesar Agripino, do atletismo paralímpico, disputou os Jogos do Rio 2016. No Circuito Caixa Nacional do ano passado, foi campeão nos 1.500m. Já no Circuito Loterias Caixa deste mês, levou o ouro nos 1.500m e nos 5.000m.
Ainda entre os paralímpicos, integram a lista da Bolsa Pódio pela primeira vez: Fábio Bordignon, Cícero Nobre, Gabriela Ferreira, Kesley Teodoro e Mauro Evaristo, todos do atletismo, além de Marcelo dos Santos, prata nas duplas mistas na bocha (BC4), e de Patrícia dos Santos, da natação. Já os dois atletas olímpicos estreantes são Ane Marcelle, do tiro com arco, e Evandro Gonçalves, do vôlei de praia.
No time dos atletas que já eram bolsistas estão os medalhistas Thiago Braz, que conquistou o inédito ouro na prova de salto com vara, além de quebrar o recorde olímpico; o ginasta Arthur Zanetti, ouro nas argolas em Londres-2012 e prata no Rio; Felipe Wu, medalhista de prata na pistola de ar 10m do tiro esportivo; a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs na classe 49er FX, o primeiro ouro feminino brasileiro da vela na história das Olimpíadas; e Poliana Okimoto, bronze em maratonas aquáticas, a primeira medalha do país na modalidade.
Poliana acredita que o apoio da Bolsa Pódio teve participação na conquista do bronze no Rio de Janeiro. "Recebo desde 2013 e isso me ajudou muito no último ciclo. Fui para três Olimpíadas, e nas duas anteriores (Londres e Pequim) não tínhamos esse auxílio. Para o Rio 2016, o patrocínio foi fundamental para ganhar a medalha de bronze", destaca a campeã mundial de 2013. "Todo detalhe faz diferença no esporte de alto rendimento. O Bolsa Pódio me deu estrutura, tranquilidade para treinar, para comprar os meus suplementos e equipamentos, fazer as viagens que precisava fazer. Acho que uma parte da medalha foi graças à Bolsa Pódio", acrescenta.
Entre os atletas paralímpicos que já eram bolsistas estão também: Daniel Martins, ouro nos 400m livre (classe T20) e recorde mundial da prova; Phelipe Rodrigues, com quatro medalhas na natação; Antônio Tenório, que conquistou sua sexta medalha paralímpica da carreira com a prata na categoria até 100kg; e Bruna Alexandre, que se tornou a primeira brasileira a conquistar uma medalha no tênis de mesa nos Jogos, com o bronze na classe 10.
Novas listas
O prazo para indicação de atletas à Bolsa Pódio neste ciclo olímpico, conforme o primeiro edital, lançado em dezembro de 2016, segue até 10 de outubro. Outras listas de contemplados devem ser publicadas até o fim deste ano. Para concorrer, o atleta deve estar em plena atividade, vinculado a uma entidade de prática esportiva ou a alguma entidade nacional de administração do desporto, e entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica.
O atleta deve, ainda, ser indicado pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte. Também precisa apresentar declaração de recebimento, ou não, de qualquer tipo de patrocínio de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, apontando valores efetivamente recebidos e os períodos de vigência dos contratos. Os bolsistas que conquistaram medalhas na última edição dos Jogos Rio 2016 têm prioridade na renovação das bolsas, conforme determina a Lei nº 12.395, de 2011.
A análise das indicações e dos planos esportivos é realizada pelos grupos de trabalho instituídos pela Portaria nº 456, de 24 de novembro de 2016, do Ministério do Esporte, respeitada a modalidade específica de cada atleta. Após a aprovação da indicação, o atleta é notificado para, em até sete dias úteis, preencher o cadastro on-line e apresentar o plano esportivo.
A permanência do atleta é reavaliada anualmente e está condicionada ao cumprimento do plano esportivo, previamente aprovado pelo grupo de trabalho, e à permanência no ranqueamento da respectiva entidade internacional.
Foto: Ministério do Esporte
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