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Terezinha Guilhermina abre mão dos 400m para se dedicar ao salto em distância

Em busca de motivação após perder a supremacia das pistas paralímpicas, Terezinha Guilhermina resolveu se aventurar em outra modalidade do atletismo. Aos 38 anos e virada a página da Rio 2016, a brasileira decidiu mudar seu programa  e trocar os 400m pelo salto em distância. Mesmo ainda iniciante na prova, a veterana já tem metas ousadas. Incentivada pela campeã olímpica Mauren Maggi, quer estrear em competições em março e brigar por vaga no Mundial Paralímpico de Londres, em julho.

Terezinha chegou à Paralimpíada do Rio buscando títulos nos 100m, 200m, 400m e no revezamento 4x100m. Foi desclassificada nos dois primeiros eventos e faturou bronze e prata nos dois últimos, respectivamente. Na prova mais rápida, a brasileira criticou muito a participação da britânica Libby Clegg, que teve a desclassificação por ter sido supostamente puxada pelo guia revertida na semifinal e depois sagrou-se campeã paralímpica.

Ficar fora do pódio após anos de supremacia nas pistas mexeu com a mineira, que decidiu então abrir-se a uma nova possibilidade. Ao reavaliar seu programa de provas, lembrou de todas as vezes em que foi elogiada por seu potencial de impulsão. E assim decidiu deixar os 400m de lado para experimentar o salto em distância. 

"Eu sempre gostei muito de treino pliométrico e sempre usei saltos no aquecimento para as provas de velocidade. Os treinadores falavam que tinha muita impulsão e seria interessante se fizesse salto, mas nunca tinha pensado nisso. (...) Eu gosto de me desafiar, e o salto exige um nível de concentração e consciência corporal que preciso adquirir. A essa altura do campeonato vem como um motivador. É tudo tão novo, diferente da corrida que eu dominava. E tem um quê de protesto também. Pelo menos aqui não vou competir contra guias. É uma maneira de dizer que dizer que consigo sozinha, sem ninguém para me puxar" disse, em referência à polêmica envolvendo Libby e à própria eliminação na final dos 100m sob a mesma alegação.

O primeiro treino de Terezinha saltando foi no dia 17 de janeiro. Como uma iniciante, foi apresentada primeiro à teoria antes de se arriscar na prática. Conheceu a caixa de areia, aprendeu a confiar na voz do treinador para correr sozinha e saber o momento certo de levantar voo.

Para ganhar confiança com os pés longe do chão, a atleta tem trabalhado com frequência em uma cama elástica. Com a programação traçada pelo técnico Everaldo Braz, a atleta vai se soltando aos poucos e ganhando coragem para compartilhar cada evolução nas redes sociais. Recentemente ficou toda boba ao receber um comentário da campeã olímpica de 2008, Maurren Maggi, no Instagram.

Nesta nova empreitada, Terezinha tem a companhia do guia Rafael Lazarini, ao lado de quem disputa as provas de corrida. Também diante de um desafio inédito, o corredor acredita que a experiência motivará a parceira e renderá bons frutos também nas pistas. 

Nesta temporada, tanto Terezinha quanto Rafael comemoram justamente a saúde do corpo. No ano passado os dois sofreram com lesões em diferentes momentos e tiveram poucas chances de trabalhar juntos e afinar a sintonia para os Jogos. Agora, devidamente recuperados e liberados pelo departamento médico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os dois projetam uma temporada de recomeço. 
"Agora finalmente estou zerada, o Rafael também, e a gente realmente vai conseguir trabalhar o que precisa. Com a sequência de lesões que tivemos não deu tempo direito, e isso comprometeu o nosso trabalho. Agora estamos voltando a pegar pesado. Esse ano tem Mundial em julho e uma sequência de competições a partir de março. Temos que estar bem porque os critérios mudaram."

Os critérios a que Terezinha se refere são a adoção de índices mais altos pelo CPB em relação aos previamente estabelecidos pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para a formação da equipe que disputará o Mundial de Londres, focando em uma delegação menor e com mais chances de subir ao pódio. No caminho para se enquadrar nesses novos parâmetros, Terezinha abrirá a temporada no Grand Prix de Dubai, de 20 a 23 de março, na primeira de nove etapas do circuito internacional.  


Com informações de globoesporte.com

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