Tem repercutido mal o veto do presidente americano Donald Trump de restringir a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos Estados Unidos. Várias personalidades do esporte americano têm vindo a público condenar o decreto de Trump. Autoridades olímpicas e do futebol também se mostraram preocupadas com a possibilidade de o decreto prejudicar a candidatura americana a edição de 2024 dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo de 2026, que seria lançada uma candidatura conjunta com o México e com o Canadá.
O objetivo da medida de Trump é diminuir supostas ameaças terroristas ao território americano. O veto a visitantes de sete países acontece em um momento delicado para a candidatura de Los Angeles como sede da Olimpíada de 2024. A cidade da Califórnia compete com Paris e Budapeste. O resultado da votação será conhecido em setembro.
David Wallechinsky, membro do Comitê Olímpico Internacional, já havia dito que a eleição de Trump em novembro tinha prejudicado a candidatura de Los Angeles porque muitos delegados veem o presidente como "uma pessoa contra muçulmanos, mulheres e latinos."
"Agora é pior", disse ele ao jornal "The New York Times" sobre o veto a muçulmanos. "Eu diria que é um golpe contra a candidatura. Não fatal, mas um golpe."
"Estamos trabalhando próximos à Administração para entender as novas regras e como melhor conduzi-las no que diz respeito a atletas visitantes. Sabemos que eles (o Governo) apoiam o Movimento Olímpico e nossa campanha de Los Angeles. Acreditamos que teremos um bom relacionamento de trabalho com eles para assegurar nosso sucesso em sediar eventos" Disse Patrick Sandusky, porta-voz do USOC.
Os Estados Unidos também esperam ser eleitos para receber a Copa do Mundo de 2026. Em junho, o presidente da federação de futebol local, Sunil Gulati, tinha dito que um futuro governo Trump "complicaria" as chances dos Estados Unidos, principalmente se eles tentassem uma candidatura conjunta com o México e o Canadá, parecido como o que foi feito em 2002 entre Japão e Coreia do Sul. Trump já avisou que pretende seguir em frente com o plano de construir um muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Grandes Ligas como a NBA e MLS, estão preocupadas por terem jogadores nascidos nos países vetados por Trump. Os jogadores da liga de basquete Luol Deng e Thom Maker nasceram no Sudão e ambos tem dupla cidadania. Deng tem nacionalidade britânica e Maker, australiana. Na liga de futebol, Steve Beitashour, do Toronto, já defendeu a seleção do Irã, enquanto Justin Meram, de Columbus, jogou pelo Iraque. Assim como a NBA, a MLS está estudando como a ordem executiva afetará os jogadores.
Personalidades esportivas muçulmanas como Mo Farah, se pronunciaram contra a medida de Trump. Farah , que tem residência nos Estados Unidos, não sabe se poderá voltar ao país, já que nasceu na Somália e tem cidadania britânica.
Medalhista na rio 2016 e muçulmana, a americana Ibtihaj Muhammad, que se tornou a primeira americana a competir vestindo um hijab na história das Olimpíadas postou nas redes sociais que "Nossa diversidade faz nosso país forte. Não ao veto. Não ao muro"
Our diversity makes our country strong 🇺🇸 #NoBanNoWall— Ibtihaj Muhammad (@IbtihajMuhammad) 29 de janeiro de 2017
O capitão da seleção americana de futebol, Michael Bradley, que antes da posse de Trump tinha dito que era preciso "dar apoio ao presidente", agora deu uma entrevista criticando duramente o decreto que restringe a entrada de cidadãos de países muçulmanos.
Os Os atletas americanos também podem ser impactados pela retaliação dos países. A seleção de luta olímpica do país tem no dia 8 de fevereiro uma competição no Irã. No entanto, em resposta ao veto dos Estados Unidos, o país asiático também deve impedir que americanos entrem em seu território. A ordem executiva de Trump, aliás, colocou em xeque os laços de intercâmbios que Estados Unidos e Irã têm na modalidade.
No domingo (29), após ser criticado duramente por autoridades internacionais, o governo recuou e disse que estrangeiros com "green card", a permissão para trabalhar e morar legalmente no país, não serão afetados pelo decreto, contrariando a previsão inicial.
foto: divulgação
Com informações de UOL e globoesporte.com
foto: divulgação
Com informações de UOL e globoesporte.com
0 Comentários