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Secretário geral da FIBA critica CBB e afirma: "é hora de mudar"

A Federação Internacional de Basquete (FIBA), que resolveu suspender a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) na última segunda-feira (14), tem um objetivo claro com a decisão: Mudar o rumo do basquete no Brasil.

O secretário-geral da entidade, Patrick Baumann afirmou que se for preciso, a FIBA dará uma suspensão ainda maior para a CBB. Durante o período, o Brasil fica impedido de disputar qualquer competição internacional de basquete organizada pela Fiba.

Em entrevista ao site Globoesporte.com, Baumann usou palavras duras pra explicar a situação do basquete brasileiro. Disse que a suspensão já estava sendo estudada mesmo antes dos Jogos Olímpicos, mas que a Fiba fechou os olhos devido à disputa da primeira Olimpíada do país. O momento de uma intervenção, ele afirma, é agora. 

"Eu acho que não é questão do que aconteceu agora, entre o fim dos Jogos para cá. É um processo que está acontecendo há muito tempo. Se você lembrar, foram vários problemas. Em 2012, em 2013, quando jogadores não queriam jogar pela seleção, o time não se classificou para a Copa do Mundo, tivemos de achar meios de colocá-los lá. Não conseguiram honrar suas promessas, então procuramos acordos durante os Jogos Pan-Americanos para ajudar a resolver. Infelizmente, é uma situação endêmica que está acontecendo. Nós tomamos uma posição muito clara. Nós tínhamos de achar um jeito, mesmo fechando os olhos. Porque aqueles homens precisavam jogar em casa. Se não tivéssemos tomado medidas extremas, nada seria feito" afirmou

Baumann alega que as promessas feitas pela gerência da CBB, presidida por Carlos Nunes, não foram cumpridas nos últimos anos. Agora, ele diz, é hora de mudar toda a situação.
Foram promessas feitas no passado. Isso não é problema de uma só pessoa. Isso não é um problema do Mr. Nunes. Isso é o problema de um sistema que não funciona. A Confederação não tem força, não tem fundações fortes. Tem problemas para organizar sua liga nacional, tem problemas para buscar recursos, e tem um problema de credibilidade

Segundo Baumann, a Fiba adiou a decisão por um tempo. Quis esperar que a situação mudasse depois do anúncio da criação de uma força-tarefa para gerenciar o basquete brasileiro. A medida, ele diz, pouco alterou o andamento do esporte no país. O secretário afirma que há uma falta de consenso entre os atores principais para a evolução do cenário.

"A realidade não mudou nas últimas semanas. Nós não vimos passos drásticos no basquete brasileiro. Todos estão indo em suas próprias direções. A Liga está fazendo suas próprias coisas, não liga para a Confederação, a Confederação tem problemas com a Liga. Os grandes ex-jogadores não querem se meter, não querem falar sobre estrutura. Chegamos à conclusão de que é melhor dizer "pare", limpar a mesa, embaralhar as cartas e ver quem quer trabalhar, quem está interessado no jogo, quem está cheio de vontade de fazer algo. Esqueça as estruturas. Nós podemos criar novas estruturas. Claro, respeitando as leis e a autonomia do país. Todos que queiram participar deveriam participar. Nós queremos promover o basquete em lugares que não se joga. É curioso como o país é tão grande e há tão poucos clubes."

Baumann ressalta que a CBB sempre teve um suporte financeiro de patrocinadores fortes, assim como do Governo Federal. Acredita, no entanto, que faltou iniciativa da organização de buscar recursos próprios." Eles (CBB) sempre tiveram a sorte de ter recursos porque o sistema brasileiro dá suporte ao esporte. Mas, como uma federação, como organização, você não pode apenas esperar pelo sistema para receber o dinheiro. Você precisa criar suas próprias maneiras de conseguir. A dinâmica precisa mudar. "

Durante a assembleia da ANOC, Baumann conversou com Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil. Pediu ajuda para a criação de uma força-tarefa mais ampla, que mudasse os passos do basquete no país. Ele afirma estar cansado de ouvir apenas os problemas. "Todos os anos estamos falando sobre os problemas no basquete. Mas chega o momento em que você quer falar sobre o sucesso do basquete."

A CBB lançou na última quarta-feira(16) um comunicado reafirmando sua surpresa em ter sido suspensa pela FIBA e que o presidente da entidade, Carlos Nunes, vai conceder uma entrevista coletiva na segunda dia 21 para explicar qual será o posicionamento da entidade após a suspensão imposta pela FIBA. Mas o que chamou mais atenção o comunicado que a CBB divulgou na íntegra, contendo todos os motivos que fez a FIBA  suspender o basquete brasileiro.

No comunicado,entre outras coisas, a FIBA afirma que "deu suporte a sua Federação em múltiplas ocasiões nos últimos anos e demonstrou um alto nível de flexibilidade diante de sua situação financeira, institucional e outros problemas, antes e depois de garantir aos seus times as vagas na Olimpíada Rio 2016. Entretanto, como discutimos em inúmeras ocasiões, a Federação precisa se reestruturar e cumprir inteiramente com suas obrigações como membro da FIBA e as exigências do Estatuto Geral e da Regulamentação Interna"

A CBB está suspensa de participar de qualquer competição internacional, o que afeta seleções e clubes, e sua suspensão será revista em 29 de janeiro de 2017.


Com informações de globoesporte.com
foto: João Gabriel Rodrigues

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