Unir o legado esportivo dos Jogos Rio 2016 com o Centro de Treinamento
em São Paulo é a principal estratégia do Comitê Paralímpico Brasileiro
(CPB) para manter o crescimento esportivo do país nos próximos anos.
Após os dois campos do futebol de 5 utilizados no megaevento terem sido
doados para a instalação que será a casa das seleções nacionais de 15
modalidades, agora é a vez dos bancos do halterofilismo chegarem ao CT, o
que deve ocorrer em uma semana.
“A gente está acompanhando de perto esse momento de dissolução do Comitê
Rio 2016 em que estão falando sobre a destinação de equipamentos
esportivos e não esportivos. Queremos trazer esses materiais para cá e
juntar o legado de lá com o daqui. A ideia é tirar o maior proveito”,
afirmou Andrew Parsons, presidente do CPB, durante a Terceira Etapa do
Circuito Loterias Caixa de atletismo, halterofilismo e natação,
realizado no próprio Centro de Treinamento no último fim de semana.
As negociações envolvem, segundo Parsons, uma série de questões
burocráticas, já que os materiais usados nas Olimpíadas e Paralimpíadas
foram adquiridos de diversas formas pelo Comitê Rio 2016. “Muito pela
origem, como foi comprado, tem doações... Como que faz? Quem toma conta?
Alguns dos bancos de halterofilismo adquiridos no Parapan de 2007, a
gente, volta e meia, tem que comprovar para o Ministério do Esporte que
eles estão sendo usados, que estão em bom estado. Isso é importante,
pois foram comprados com dinheiro público, não podem ficar jogados em um
depósito qualquer. Isso requer certa burocracia, tem que ser
transferido do Rio 2016 para a gente e cada lote foi comprado de uma
maneira diferente, não é algo uniforme”, analisou Parsons.
O CPB pleiteia todos os materiais exclusivamente paralímpicos usados
nos Jogos do Rio 2016, além de parte de outros equipamentos, como o de
atletismo, que serviu para as Olimpíadas e Paralimpíadas, como revelou
Ciro Winckler, coordenador de ciência esportiva da entidade. “Estamos
pleiteando um terço do material do atletismo, dividindo com as Forças
Armadas e o COB (Comitê Olímpico do Brasil), todo o material dos
esportes paralímpicos a gente já fez a solicitação e algumas modalidades
mistas a gente também fez o pedido para que possamos equipar e manter o
Centro de Treinamento”.
Bruno Carra, halterofilista que ficou na quarta posição nos Jogos Rio
2016, destaca a importância de se ter materiais de ponta, como os
utilizados nas Paralimpíadas. “A gente precisa daquilo que é necessário
ao atleta de alto rendimento, dessa parte de academia bem equipada,
bancos oficiais, que não encontramos em uma academia normal, dos pesos
aferidos, igual aos que temos aqui no Circuito. No peso de 25kg há erro
de 50g aqui, já na academia convencional, 10Kg têm erro de 1kg, só para
se ter idéia da diferença e da importância disso. Além da parte de
fisioterapia, nutricional e recuperação”, enumera.
Foto: CPB
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