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A lenta morte do basquete brasileiro

Não bastava ver o basquete brasileiro ter uma atuação ruim nos Jogos Rio 2016, ver que a CBB está em situação falimentar, tanto que a  FIBA nomeou um interventor para cuidar da entidade, que tem uma dívida absurda de mais de 17 milhões de reais,vimos (mais) um pouco do basquete brasileiro morrer, afinal, o Brasil não enviará seleção sub15 ao sul-americano masculino da categoria. Com isso, o Brasil está fora da Copa América sub16 e do mundial sub17. Uma geração que começa a dar seus primeiros passos no basquete será extremamente prejudicada, pois só terá a oportunidade de jogar internacionalmente, se conseguir também,  no sul-americano sub17. O basquete brasileiro vem agonizando e a morte parece estar próxima.

O mais chocante de tudo foi a surreal entrevista do presidente Carlos Nunes da CBB a Fábio Balassiano, do blog bala na cesta., sobre a explicação do problema Chega a ser assustador a complacência do comandante maior do basquete brasileiro,que respondia às questões apresentadas com frases sucintas. "vamos tentar reverter isso" "Vamos ver, Vamos ver" Se em mais de oito anos, ele pôs o basquete brasileiro no fundo do poço, vai conseguir resolver alguma coisa agora em questão de dias? Sem contar que a chance do sub15 feminino também não participar é muito grande.

Vendo toda a gestão do Senhor Carlos Nunes, vimos que a classificação para os jogos de Londres em 2012 e o sexto lugar no mundial de 2014 foram pontos fora da curva. as seleções de base tiveram cada vez menos tempo para treinamentos e com isso, o desempenho das seleções em competições mundiais foi muito abaixo do que espera de um país que é bicampeão mundial e tem três medalhas olímpicas.

E se o futuro está comprometido, o presente é triste. O masculino, em que a CBB depositou todas as suas fichas nesse último ciclo olímpico, acabou ficando na primeira fase dos Jogos olímpicos e decepcionou. Sim, o grupo que o Brasil ficou era o 'grupo da morte', mas todas as partidas que a seleção de Rúben Magnano perdeu eram jogos que podiam ser vencidos se os jogadores tivesse mais calma e atenção aos detalhes, principalmente contra a Argentina. No feminino, abandonado desde 2008, o fim já começou e sem luz no fim do túnel . Começo a ter dúvidas de que teremos o basquete feminino nos jogos olímpicos de Tóquio em 2020. O masculino, também periga a ficar de fora, mas creio que no próximo ciclo, de 2024, quando a renovação, que é cada vez mais baixa, vai cobrar o seu preço.

Outro fator de indignação é o silêncio de muita gente que poderia bradar contra a confederação, mas prefere ficar quieto. Na Argentina, nomes como Ginóbili, Scola, Leo Gutierrez, Walter Hermann se voltaram contra a confederação de basquete argentina e exigiram mudanças para continuar na seleção. a CABB, pressionada pela geração de ouro argentina, foi obrigada a ceder e ser mais transparente em sua gestão. E o que se faz por aqui? O representante do sindicato dos jogadores, Guilherme Giovanoani, aprova os orçamentos da CBB, que já teve várias provas de que Carlos Nunens teve muita mordomia com o dinheiro que deveria ser gasto no basquete  Ter um posicionamento político é mais importante do que o rabo preso, o medo de sofrer retaliação e não ser mais convocado. Incomoda demais o silêncio dos grandes nomes do basquete brasileiro.

Queria mesmo falar de outros assuntos, como a NBA, o NBB preses a começarem, mas a seleção nacional me preocupa. O basquete como um todo preocupa O interventor que será enviado pela FIBA ganha status de messias que poderá tirar a CBB do poço sem fundo em que se encontra O tempo fica cada vez mais escasso e se não for feito algo logo, o basquete brasileiro, que agoniza nas mãos de incompetentes dirigentes, morrerá e será apenas uma saudosa lembrança nas mentes dos seus entusiastas.


*O artigo publicado é de inteira responsabilidade de seu autor. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do site Surto olímpico.

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