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Cerca de 2 mil pedidos de credenciamento para os Jogos de 2016 são “contraindicados” pela Secretaria de Segurança

Foto: SESGE

Dentro das ações de combate ao terrorismo e a outras ameaças para a segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, cerca de 2 mil pessoas que solicitaram o credenciamento para o evento já tiveram seus perfis considerados como "contraindicados". Segundo a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça e Cidadania (Sesge/MJ), foram analisados até o momento os dados de aproximadamente 300 mil pessoas que se inscreveram para atuar em alguma função nas Olimpíadas, como jornalistas, atletas, condutores da tocha e membros de delegações.

De acordo com o secretário Andrei Rodrigues, há diversas ações em curso para reduzir qualquer tipo de risco aos Jogos. "Temos um sistema de controle de entrada de estrangeiros no Brasil e um sistema de background check. Nós checamos todos os credenciados que vão acessar as instalações e participar dos Jogos", explica. "São pessoas com algum histórico criminal, condenação ou qualquer registro policial criminal que contraindique que essa pessoa tenha acesso às instalações dos Jogos", detalha Rodrigues sobre os perfis apontados pelo filtro.

"É uma parceria nossa com o Comitê Rio 2016 em que recebemos todos os dados das pessoas que vão ingressar nas instalações e fazemos esse controle para saber quem são elas, assim como os estrangeiros que vêm ao Brasil, e que a Polícia Federal também recebe as informações e faz o rastreamento", compara o secretário, acrescentando que alguns casos ainda poderão passar por uma nova análise enquanto outros já terão, de fato, o credenciamento recusado. "O Brasil adota as melhores políticas globais de segurança de enfrentamento às ameaças que poderão ocorrer", ressalta.

O número de perfis analisados ainda deverá aumentar nos próximos dias. "Em Londres, em torno de 600 mil pessoas passaram pelo background check. Nós estamos num processo ainda, não sabemos a que número vamos chegar de checagens no final", argumenta Rodrigues. "Os mais de 12 mil condutores da tocha olímpica, por exemplo, também são submetidos ao background check, ou seja, todas as pessoas que vão participar desse evento são analisadas. Percentualmente, não é um número exagerado. É um controle que nós fazemos", aponta.

"O Brasil tem o maior desafio da sua história em segurança pública", afirma. "Estamos fazendo tudo aquilo que está ao alcance de um país que se propõe a receber um evento dessa importância", destaca o secretário, comentando ainda as ações de cooperação internacional desenvolvidas também no combate ao terrorismo. "Nós temos o Centro de Cooperação Policial Internacional, que terá 250 policiais estrangeiros aqui no Brasil atuando em parceria conosco, como tivemos na Copa do Mundo. Já temos sete países confirmados no Centro de Enfrentamento ao Terrorismo, que atuarão especificamente nessa missão de cooperar e trabalhar dados conjuntos para enfrentamento ao terrorismo", menciona.

"Ainda no ano passado, nós mapeamos os principais riscos para o evento, dentre eles o de terrorismo. Em relação a cada um dos riscos mapeados, temos uma ação contrapondo essa ameaça. Nós seguimos nosso planejamento, acompanhando obviamente o cenário global e cada vez mais promovendo capacitação, intercâmbio e cooperação internacional como um dos pilares dessa preparação."

Capacitação
Foi concluída mais uma capacitação de profissionais que atuarão na segurança durante os Jogos Olímpicos. Em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos, 24 agentes de inteligência da Sesge/MJ, da Polícia Federal e das polícias militares dos estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo, Tocantins e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, participaram do curso "O Papel de Liderança da Polícia no Combate ao Terrorismo" (Police Leaders Role in Combatting Terrorism), ministrado por instrutores do Departamento de Segurança Diplomática dos Estados Unidos.

"O curso trouxe um pouco da visão sobre o terrorismo atualmente. É sempre bom que a gente discuta sobre isso porque realmente é a maior ameaça aos Jogos Olímpicos que estão por vir", destaca Rômulo Fish Menezes, diretor de Inteligência substituto da Sesge. "Temos um processo de tentar de alguma forma prevenir e se, infelizmente, algo vier a acontecer, remediar da melhor maneira possível a questão da ameaça terrorista e tudo que ela pode representar num evento como esse", acrescenta.

Ao todo, já foram realizados 15 cursos da Sesge em parceria com a embaixada americana, que capacitaram mais de 400 profissionais. "Essa parceria vai continuar durante a realização dos Jogos e permanecer como mais um legado que os grandes eventos deixam para o nosso país", adianta Andrei Rodrigues. "Tínhamos uma meta de 15 mil capacitados para os Jogos e acho que já ultrapassamos. Isso se soma aos mais de 22 mil capacitados durante a preparação para a Copa do Mundo (2014), o que nos dá a satisfação de saber que estamos contribuindo não só com a segurança de grandes eventos, mas com o dia a dia da segurança pública do nosso país", afirma.

O adido policial da Embaixada dos Estados Unidos, Jeffrey Dee, também ressaltou a importância das capacitações. "Na construção da capacidade antiterrorista para as Olimpíadas, compartilhar experiências, metodologias e inteligência é importante para nós e para vocês", disse, durante a cerimônia. A proposta da embaixada é oferecer treinamentos às nações parceiras no combate ao terrorismo.

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