O Rio de Janeiro recebeu a visita do
ministro da Saúde, Marcelo Castro. Além de visitar as obras da Vila dos
Atletas e do Parque Olímpico da Barra, Castro se reuniu com as
secretarias de saúde municipal e estadual do Rio de Janeiro para
divulgar as operações de saúde na cidade durante os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016.
Um dos temas de maior preocupação, o vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti,
recebeu atenção especial dos membros do governo. Segundo eles, o
período dos Jogos – inverno no Brasil – é favorável no combate à
proliferação. O ministro da Saúde apresentou gráfico sobre o registro de
casos no Rio de Janeiro, mostrando que os períodos de maior incidência
são março e abril.
"Em agosto e setembro, período dos Jogos, é onde temos o menor
número", ressaltou Marcelo Castro. "Como estamos fazendo um esforço
nunca feito antes no Brasil, máximo ao nível dos governos, esperamos que
a situação seja mais favorável ainda. Especialmente aqui no Rio, onde
estamos com foco e ações específicas", declarou o ministro.
Durante os Jogos, os serviços de saúde serão divididos entre os
governos municipal e estadual e o Comitê Rio 2016. De acordo com o
secretário municipal de saúde do Rio, Daniel Soranz, o comitê será
responsável pela prestação de serviços dentro das áreas de competição. O
governo estadual ficará a cargo da operação das ambulâncias, enquanto o
governo municipal vai regular as remoções necessárias para os hospitais
da cidade, além de prestar o atendimento hospitalar e intensificar as
ações de combate ao Aedes aegypti.
A previsão de atendimentos é de 22 mil no período dos Jogos, com 700
transferências hospitalares. "Estamos trabalhando com o dobro da
previsão, montando estruturas entre todos os setores para os 22 mil
atendimentos", disse o secretário. "Só na epidemia de dengue em 2012
foram 145 mil pessoas atendidas em três meses. No réveillon de
Copacabana há um número muito maior do que nos dias olímpicos",
argumentou Soranz. Para ele, a experiência do Rio de Janeiro com
outros grandes eventos, como a Copa do Mundo da FIFA 2014, a Rio+20 e a
Jornada da Juventude, além de acontecimentos anuais, como o carnaval e o
réveillon, dão tranquilidade à cidade em relação às operações de saúde.
De acordo com os representantes do governo, os números não tratam das
chamadas famílias olímpicas e paraolímpicas, compostas por atletas,
treinadores e delegações. Caso estas pessoas necessitem de atendimento
médico no período dos Jogos, serão encaminhados para hospitais
particulares que fecharam convênio com o Comitê Rio 2016.
Reforço federal
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 vão render um grande
reforço para a área de saúde do Rio de Janeiro. Para o evento esportivo,
o Ministério da Saúde investiu R$ 42 milhões na aquisição e equipagem
de 146 ambulâncias, além de R$ 30 milhões para a operacionalização dos
veículos. Além disso, o Rio contará com 130 leitos de retaguarda e 2.493
profissionais temporários contratados para atuar na rede federal no
estado.
Após os Jogos Rio 2016, as ambulâncias ficarão como legado para o
país inteiro, já que serão realocadas em outras cidades para reforçar a
frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Dez unidades
foram entregues já em 2015, enquanto as outras já estão disponíveis na
fábrica de Tatuí (SP). Em relação à operação dos veículos durante os
Jogos, o repasse dos R$ 30 milhões será concluído em três parcelas,
sendo a primeira em março, a segunda em abril e a última em agosto.
Além disso, o Ministério da Saúde já oferece o download do aplicativo para celulares Guardiões da Saúde.
A ferramenta permite que os usuários relatem suas condições de saúde e
sintomas, dando condições aos governos federal, estadual e municipal de
monitorar a ocorrência similar por regiões. Além disso, o público poderá
acompanhar orientações em relação aos cuidados com as doenças mais
comuns no país, como o vírus Zika.
O aplicativo também contará com um mecanismo de busca por UPAs e
farmácias por geolocalização. Além das versões para celular, o Guardiões
da Saúde também pode ser acessado pela internet, no guardioesdasaude.org.
Utilizado em outros grandes eventos sediados no Brasil, como a
Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo da FIFA 2014, o Centro
Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS) será ativado novamente
para o Rio 2016. O centro funcionará de 5 de julho a 5 de outubro e irá
monitorar situações de risco, a demanda por atendimento, a vigilância
epidemiológica e sanitária e coordenar respostas diante de emergências
públicas. Em 2014, o monitoramento realizado pelo CIOCS verificou
que apenas 0,2% dos participantes do evento necessitaram de algum tipo
de atendimento de saúde fora das arenas.
Por último, o Ministério da Saúde também vai atualizar a página Saúde do Viajante (www.saude.gov.br/viajante),
que visa orientar os turistas com informações preventivas de saúde. O
conteúdo pode ser acessado em português, inglês, espanhol e francês.
Foto: Brasil 2016
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