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Atletas vivem a expectativa de conduzir a tocha olímpica em várias partes do Brasil


A velocista Terezinha Guilhermina lembra bem a emoção que sentiu ao conduzir a tocha pan-americana em 2007, em Curitiba (PR). Quando recebeu o convite para carregar a tocha dos Jogos Olímpicos de 2016, a alegria foi muito grande, e por um motivo especial: desta vez, ela participará do revezamento na capital do estado onde nasceu. No dia 14 de maio, Terezinha, que é natural de Betim (MG), cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, conduzirá a chama olímpica pertinho da família em BH.

“Participar deste momento em Belo Horizonte tem algo a mais, com a minha família, a presença de todo mundo, e é um povo que eu represento, uai! Para mim, vai ser um privilégio, recebi com uma alegria muito grande a notícia de que seria em BH. Vou ter minha turma toda lá, para desfrutar desse momento comigo”, diz a dona de seis medalhas paralímpicas.

Em família

Jane Karla Gögel trocou de esporte para não trocar de cidade. Diante da dificuldade de seguir treinando com a seleção paralímpica de tênis de mesa em Piracicaba (SP), optou pelo tiro com arco. Ela continua morando em Aparecida de Goiânia (GO), cidade onde nasceu, e treinando a 20 km dali, na capital Goiânia.

Nesses dois municípios, a tocha e a história da família dela vão se cruzar nos dias 5 e 6 de maio. Jane conduzirá a chama no dia 5 em Goiânia, e o marido Joachim participará do revezamento no dia seguinte, em Aparecida. “É muito gratificante. Conduzir a tocha é um sonho de todo atleta e fui chamada agora. A emoção é grande, acho que vou chorar muito”, conta Jane.

O marido, que era seu treinador no tênis de mesa e a acompanha de perto no tiro com arco, está igualmente empolgado com a oportunidade. “Eu vim da Alemanha por causa do esporte, já representei o Brasil em vários eventos como técnico (do tênis de mesa), e é muito especial participar desse momento. Normalmente a Jane vai e eu fico ali atrás, o que está certo. Mas agora vou participar também”, comemora Joachim Gögel.

De volta ao Nordeste

A vontade de fazer parte do revezamento em casa é compartilhada por Andressa de Morais, do lançamento de disco. Ela mora em São Paulo, mas tem saudades dos tios, avós e amigos que ficaram na Paraíba. Aí veio o convite para carregar a tocha na capital João Pessoa. Agora Andressa aguarda com ansiedade o dia 3 de junho. Para mim é uma honra muito grande, porque hoje eu compito pelo estado de São Paulo, então estar representando a minha terra de alguma maneira é muito importante pra mim. Acho que vou ter que me controlar bastante para não chorar”, aposta.

Ela acredita que o revezamento da tocha é uma forma de aproximar as outras partes do Brasil do evento, que é concentrado no Rio de Janeiro. “Eles vão sentir uma emoção grande só de ver a tocha, de alguma forma vai chamar atenção. O povo vai querer saber o que está acontecendo na cidade e vão saber das Olimpíadas que são no Brasil”, explica.

No dia seguinte, em 4 de junho, outro atleta brasileiro que se prepara para disputar os Jogos Rio 2016 sentirá a emoção de conduzir a tocha na cidade onde nasceu. Dono de 13 medalhas paraolímpicas na natação, Clodoaldo Silva será um dos carregadores em Natal (RN).

“Vai ser uma emoção muito grande para mim, mas para quem estiver vendo, quem vai estar ao lado, passa uma mensagem de superação, de otimismo. Que possam olhar para a pessoa que está conduzindo e falar: ‘Esse cara tinha todos os motivos do mundo para ficar em casa, para ser dependente de tudo e de todos, e não é, ele decidiu escrever sua história de uma outra forma e hoje é um campeão. Se ele conseguiu, eu também posso ser um grande nadador, um grande esportista. Se eu não conseguir tudo isso, posso ser um grande cidadão’”, diz Clodoaldo.

O nadador chegou a pedir ao Comitê Rio 2016 que fizesse uma alteração no percurso da capital potiguar de forma a passar pelo bairro onde ele cresceu (Mãe Luíza). O Rio 2016 informou ao brasil2016.gov.br que não é possível alterar as rotas.

Clodoaldo tem uma história especial com a tocha dos Jogos de 2012. Em Londres, ele conduziu a chama pelas ruas da capital inglesa, e conseguiu levar a melhor lembrança disso para casa. “Em Londres, eu não tive oportunidade de ganhar medalhas, mas fui um dos caras que saíram mais felizes de lá, porque trouxe a tocha que eu conduzi lá. É algo histórico. Teve gente que ganhou mais de uma medalha e disse que trocava as medalhas por isso”, relembra.

O circuito do revezamento da tocha dos Jogos Rio 2016 foi definido levando em conta critérios logísticos, turísticos e culturais. No total, serão 12 mil condutores que levarão a chama por 329 cidades do país. Ao chegar ao Brasil, em 3 de maio, a tocha passará pelas mãos da rainha do basquete, Hortência Marcari.

A ex-atleta destaca o simbolismo do fogo olímpico. “Ele representa os valores olímpicos, respeito, admiração, fair play, luta, garra, determinação. Na competição, é só o atleta de alto rendimento. Quando você fala do tour da tocha, é o povo brasileiro participando de forma concreta. É superemocionante”, afirma Hortência.

Para ela, é um momento de refletir sobre as atitudes não só no mundo do esporte. “As pessoas cobram muito dos atletas quando dão uma cotovelada, por exemplo. Mas aí alguém mexe com uma pessoa na rua e ela dá um soco no cara. O atleta tem que dar o exemplo, mas cada um também, dentro de casa, na rua, no trânsito. Os valores servem para todos”, diz.

Foto: CPB

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