Nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos, poucas
modalidades garantiram tantas medalhas para o Brasil quanto o vôlei de
quadra. De seis medalhas possíveis, as seleções brasileiras ganharam
cinco, sendo três de ouro (duas no feminino em Pequim-2008 e
Londres-2012 e uma no masculino em Atenas-2004) e duas de prata (ambas
no masculino, em Pequim e Londres). Com as próximas Olimpíadas no Rio de
Janeiro, é natural que o favoritismo do Brasil e a expectativa da
torcida aumentem, mas atletas e comissões técnicas das seleções estão
cientes do desafio que terão pela frente.
“Eu acho que esse desafio vai ser o mais difícil das
nossas vidas. Porém, vejo com otimismo essa situação de jogar próximo da
torcida, em um local que você já conhece. Nosso time tem condições de
jogar de igual para igual com qualquer time do mundo. Eu sempre digo que
a gente tem a responsabilidade de jogar bem, de se apresentar bem, de
jogar bem dentro de casa, e fazer o melhor possível. Ganhar ou perder
faz parte da competição”, diz José Roberto Guimarães, técnico da seleção
feminina atual bicampeã olímpica e que também conquistou um ouro com os
homens em Barcelona-1992.
O otimismo do treinador é compartilhado pelo oposto
Wallace Souza, prata em Londres-2012 com a seleção masculina. “Não vai
ser nada fácil, mesmo jogando em casa. Sempre tem uma pressão a mais,
mas é uma pressão boa. O time vai saber lidar com isso. Infelizmente na
Liga Mundial que foi em casa a gente não conseguiu chegar à fase final,
mas acho que tem tudo para dar certo dessa vez e vamos tentar trazer
essa pressão para cima dos adversários”, afirma o jogador do Sada
Cruzeiro, lembrando da edição de 2015 da Liga Mundial, quando o Brasil
acabou fora do pódio.
A vontade de dar a volta por cima depois da decepção na
Liga fica mais forte quando Wallace lembra da medalha de ouro que
escapou há quatro anos, em Londres, quando o Brasil perdeu a final para a
Rússia. “Acho que eles fizeram bem o lado deles na ultima Olimpíada,
mas com certeza a gente ficou frustrado, ainda mais por estar ganhando
de 2 sets a 0, ter a oportunidade de fechar e não conseguir, mas o jogo
foi jogado. Fica o gosto amargo, mas a gente vai fazer de tudo para não
acontecer isso de novo e trabalhar bastante para trazer esse ouro”,
projeta.
Recuperado de cirurgia para corrigir uma hérnia de disco,
Wallace não esconde a vontade de disputar uma edição dos Jogos em casa.
“Eu sofri uma cirurgia, mas agora estou na melhor forma para poder
ajudar tanto o clube quanto a seleção se vier a convocação. Estou
trabalhando para isso. Todo ano sempre digo a mesma coisa: ninguém tem
vaga cativa na seleção. Tem que fazer por onde, e eu trabalho em cima
disso. Mas acho que a preparação está boa e vamos chegar bem para essas
Olimpíadas”, projeta.
Foto: Getty Images
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