Não foi fácil para Rebecca. Ela havia disputado os Jogos de Pequim
2008 pela Grã Bretanha e também viveu todo o ciclo das Olimpíadas em
casa. Mas, em Londres 2012, ela não ficou na lista final de atletas da
ginástica artística que participariam dos Jogos. A tarefa de assimilar o
golpe teve um aliado felino. Becky, como é chamada, ganhou da família
um novo gato e deu a ele um nome inspirador, pensando no futuro.
“Quando eu fiquei de fora do time olímpico (para os Jogos de Londres
2012), fiquei muito para baixo por pelo menos um mês. Quando voltei para
casa, eles me deram um gatinho. Eles me mandaram fechar os olhos e me
sentar e, quando fiz isso eles, colocaram o gatinho nos meus braços e
nós resolvemos chamá-lo de Rio. Nós ainda o temos. Ele não está tão
pequeno agora, mas é muito bonitinho”, contou Becky, que completou 24
anos neste mês. Rio se juntou a outros três gatos de uma família que se
considera “cat lover”.
O gesto foi uma injeção de ânimo para a ginasta, que chegou a pensar
em desistir do esporte, mas decidiu seguir adiante. Outro estímulo
estava ali ao lado, em casa, e atende pelo nome de Elissa, ou Ellie, sua
irmã de 16 anos e também atleta da seleção britânica.
“Eu sempre amei esse esporte e é isso o que me manteve treinando. E
foi importante ter a Ellie ao meu lado. Quand comecei este ciclo, ela
ainda estava na categoria júnior, mas sempre acreditei que nós duas
pudéssemos nos classificar para o time olímpico e agora que isso está
acontecendo. Eu acho bastante empolgante”, disse Becky.
Rebecca coleciona cinco medalhas em campeonatos europeus, incluindo
um ouro nas barras assimétricas em 2014. Na disputa de Montpellier, no
ano passado, conquistou duas pratas (assimétricas e trave), e viu a irmã
fazer história, aos 15 anos, tornando-se a primeira ginasta britânica a
conquistar uma medalha no individual geral em um campeonato major, com
um bronze. Em 2014, Ellie havia faturado quatro medalhas nos Jogos
Olímpicos da Juventude, na China. As duas também integraram a equipe
britânica medalhista de bronze no Mundial de Glasgow, em 2015 na
Escócia, garantindo assim a participação nos Jogos de 2016.
“Nosso principal objetivo nos Jogos diz respeito ao time. Queremos
classificar a equipe (para a final). Uma vez fazendo isso, todas nós
vamos tentar fazer as melhores rotinas que puderem e, obviamente,
tentaremos ganhar uma medalha. Individualmente, eu espero me manter em
forma e sem lesões. Mas já seria maravilhoso apenas estar na equipe com a
Ellie”, disse Rebecca.
Semana no Brasil
As irmãs estão participando de uma semana de aclimatação no Centro de Treinamento de ginástica artística do Time Brasil, no Rio de Janeiro, até o domingo (31), e estão aproveitando a experiência.
“Eu acho muito empolgante estar aqui e poder ver as instalações e o
ginásio. É óbvio que nem todas as instalações já estão prontas e,
portanto, vão estar um pouco diferente quando nós voltarmos, mas já dá
para ter uma ideia de como será. Está um pouco quente demais para nós
agora e esperamos que esteja um pouco mais fresco (na época dos Jogos).
Mas eu já gostei do que vi”, disse Ellie.
E as brasileiras podem contar com a torcida da dupla para garantirem a
vaga por equipes para os Jogos de 2016 no mês de abril, no
evento-teste da modalidade.
“Elas são meninas muito boas e parecem que trabalham muito duro.
Tenho visto o que elas estão fazendo nesses últimos dias e espero que
elas consigam classificar a equipe para os Jogos”, desejou Elissa.
“Apesar de elas ainda não terem classificado a equipe, tenho certeza de
que elas formam um time bem forte e não devem ter muito problemas para
conseguir. Espero poder encontrá-las aqui no Rio”, completou Rebecca.
Foto: Brasil 2016
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