O ano olímpico mal começou e a seleção brasileira de tênis de
mesa já disputou compromissos no Circuito Mundial: a etapa da Hungria da série Major e o Aberto da Alemanha, da série Super, a mais
importante do Circuito. Foram só os primeiros de vários compromissos do
time até os Jogos Olímpicos de 2016.
“O período antes dos Jogos é bem movimentado, vamos ter várias
competições fundamentais, como o Mundial por equipes, o Pré-Olímpico e a
Copa Latina. Teremos também alguns abertos internacionais, como os da
Hungria, Alemanha, Catar/Kuwait e Japão/Coreia. Então, até o fim de
junho, os atletas vão jogar com os clubes deles e participar desses
eventos. Em julho, vamos ter um período de quase um mês no Brasil para
treinar e preparar para os Jogos”, explicou o francês Jean-René Mounie,
técnico da equipe masculina.
A seleção chega a 2016 embalada por um 2015 histórico. No Circuito
Mundial, a dupla formada por Gustavo Tsuboi e Hugo Calderano alcançou
pelo menos as quartas de final em todas as etapas disputadas, com
exceção do torneio no Kuwait, e foi prata no Catar, o melhor desempenho
das Américas na história. Bruna Takahashi foi campeã cadete, o primeiro
título mundial individual fora do eixo Ásia-Europa. Mas o grande
destaque foi o sucesso nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.
Foram sete medalhas no Canadá, considerando o masculino e o feminino:
dois ouros, três pratas e dois bronzes, incluindo aí feitos inéditos,
como a primeira participação em uma final individual entre as mulheres,
quando Lin Gui ficou com o segundo lugar. No masculino, o ouro individual de Hugo Calderano lhe garantiu a vaga nos Jogos Olímpicos.
Por ser sede do megaevento, o Brasil já tem vaga por equipes e está
garantido nas chaves de simples. No pré-olímpico do Chile, em abril, o
país pode conseguir até duas vagas no individual de cada naipe. Caso o
Brasil conquiste as duas no feminino e a outra vaga no masculino, a
equipe será formada pelos atletas que faturarem as vagas, mais um (o
terceiro mesatenista escolhido pela comissão técnica). Hugo Calderano é o
único garantido até agora em função do resultado no Pan. Diferentemente
da competição continental, para os Jogos Olímpicos a equipe anfitriã
não trabalha com metas.
“Durante os Jogos Olímpicos seremos ‘desafiantes’, não temos
interesse de colocar uma meta precisa, que bota mais pressão do que
ajuda. Sabemos que podemos brigar e vencer os melhores, já comprovamos
isso, e vamos fazer tudo para obter um desempenho especial”, explicou
Jean-René.
O melhor resultado brasileiro em Olimpíadas foi em Atlanta 1996,
quando Hugo Hoyama, atual técnico da seleção feminina, chegou às oitavas
de final. Os resultados olímpicos são dominados pelos asiáticos e
poucos países fora daquele continente conseguem ser medalhistas, como a
Alemanha em Londres 2012 e Pequim 2008, ou a Dinamarca em Atenas 2004. O
Hugo “da vez”, o Calderano, teve o gostinho de subir ao pódio nos Jogos
Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China, em 2014, tendo
conquistado o bronze. Na competição de 2016, o mesatenista de 19 anos
(completa 20 em junho) não teme a pressão de jogar em casa e quer
superar expectativas.
“Acredito que tenho uma força mental e foco muito grandes, então
jogar em casa não vai ser problema. Espero conseguir pegar a energia da
torcida e usar ao meu favor. Vai ser uma experiência nova e legal.
Apesar de minhas maiores esperanças serem os Jogos de 2020 e 2024,
espero surpreender em 2016”, disse Calderano, que disputa a Liga Alemã
pelo Liebherr Ochsenhausen.
Foto: ITTF
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