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Atletas elogiam o Centro Paralímpico Brasileiro


“Está praticamente pronto”, diz Dirceu Pinto, bicampeão Paralímpico da classe BC4 da bocha. “Nossas quadras ficam no meio do pessoal do tênis de mesa, da esgrima e do judô. Na visita que fizemos, comentamos: parece que o mundo parou lá fora. A gente esquece de tudo e pode se concentrar no treinamento. É como se estivéssemos em nossa casa.” A perspectiva de ter à disposição a infraestrutura do Centro Paralímpico Brasileiro empolga os atletas brasileiros.

Construído com investimentos do governo federal e estadual - um total de R$ 264,7 milhões (obras) e R$ 24 milhões (equipamentos) - para ser um dos melhores locais do mundo para treinamentos e competições, o Centro fica no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, zona sul de São Paulo, e deverá ser usado para a reta final de preparação para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 (de 7 a 18 de setembro). O Brasil é uma das potências do esporte Paralímpico mundial (9º lugar em Pequim 2008 e 7º, em Londres 2012).

Segundo Edílson Alves da Rocha, o Tubiba, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, o Centro está a “detalhes” da inauguração. “Está sendo discutida a compra de equipamentos, que será feita por uma das secretarias estaduais, com repasse de recursos do Ministério do Esporte”, afirma o dirigente. Segundo Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), também estão em estudo aspectos jurídicos para formatar um modelo comercial de manutenção e gestão.

Dirceu Pinto lembra que sua geração e a anterior não tiveram um local como esse para se preparar: “Os atletas que estão chegando já vão ter à disposição profissionais capacitados de várias áreas. Preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionais, psicólogos... todos em um mesmo local". E completa, bem-humorado: “Será muito bom para as novas gerações, para quando a gente parar... Daqui a uns 200 anos!”



Vice-campeão Paralímpico em Londres 2012 e bicampeão mundial de goalball, Leomon Moreno treina com a seleção brasileira em Jundiaí, São Paulo, em quadra multiesportiva normal. Ele é um dos que aguarda ansioso a mudança para o CPB, principalmente pela possibilidade de dispor do piso oficial de seu esporte. Para os atletas, que têm visão comprometida e usam muito o tato (jogam abaixados e encontram as linhas de jogo demarcadas com faixas no chão), é muito importante que o piso seja seguro contra escorregões e que permita que bola deslize mais nos arremessos.

“Com certeza nos treinos teremos mais dinâmica, com um jogo mais forte e mais puxado”, prevê Leomon, orgulhoso da evolução do goalball nacional. “Além de bicampeões mundiais e vice Paralímpicos, este ano fomos ouro no Parapan. As meninas conseguiram sua primeira medalha de ouro nesses Jogos de Toronto, vencendo as americanas, que são campeãs mundiais."

Petrucio Ferreira, recordista mundial dos 200m da classe T47 (amputados de um dos braços) com 21s49, só viu o Centro Paralímpico por fotos, mas tem certeza de que será fundamental “no incentivo ao esporte Paralímpico” no país. Para o velocista, que treina para as provas de 100m dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a infraestrutura vai se refletir nas marcas de cada um. “Muitos não têm pistas nem quadras adequadas para treinar. O CPB vai ajudar os atletas a melhorar seu desempenho.”

A arquiteta Mei Ling, da gerenciadora do consórcio responsável pelas obras, diz que o local será único: “Não existe nada parecido no mundo, com uma área desse tamanho, que reúna 15 modalidades em uma mesma edificação. Na Coreia do Sul, existe um centro multiesportivo, mas de área menor. Na China, os esportes são distribuídos em edifícios separados. E, na Ucrânia, são locais mais antigos, que foram adaptados”.


O Centro Paralímpico Brasileiro foi construído em cinco níveis, em um terreno ao lado de uma reserva de mata atlântica, com elevadores e rampas internas e externas de acesso. Além das instalações para treinamento, inclui um prédio de alojamento para 280 pessoas.

No nível mais alto ficam a pista de atletismo e a praça de eventos. Abaixo vêm a pista de atletismo indoor, quadras, salas de fitness e halterofilismo, salas de reuniões e de convívio, o campo de futebol de 7 e o Centro de Pesquisa de Medicina e de Reabilitação.


No nível da área administrativa, ficam a praça com lanchonete, a quadra de tênis e também o único centro aquático do país totalmente coberto, com piscina olímpica e semiolímpica. Depois, vem o ginásio com espaços para tênis de mesa, goalball, judô, esgrima e bocha, campo de futebol de cinco. No piso mais abaixo, estão quadras de vôlei, basquete, poliesportiva e campo de rúgbi, todos cobertos.

Fotos: ME

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