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De volta das férias, Yane Marques inicia preparação no pentatlo moderno para os Jogos de 2016


Aos 31 anos, a pernambucana Yane Márcia Campos da Fonseca Marques, nascida na pequena Afogados da Ingazeira, uma cidadezinha do sertão pernambucano com cerca de 36 mil habitantes, é uma desbravadora.

Única representante do Brasil no pentatlo moderno nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012, Yane fez história na Inglaterra há três anos quando subiu ao pódio para receber o bronze e se tornar a primeira e única medalhista olímpica do país na modalidade, entre homens e mulheres.

Este ano, Yane conquistou dois ótimos resultados. Em junho, faturou o bronze no Campeonato Mundial, em Berlim, quando assegurou a vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Na sequência, em julho, faturou a medalha dourada nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, quando ratificou a vaga para 2016 por ser a melhor atleta da América do Sul na competição. Nos Jogos Mundiais Militares, na Coreia, por pouco não faturou mais um pódio, terminando em quarto lugar.

Esta semana, Yane retornou aos treinos depois de um período de férias em Recife (PE). A partir de agora, o objetivo é um só: se preparar para competir no Rio de Janeiro, em agosto. “Resolvi tirar férias mais cedo para me preparar bem para 2016”, explica.

Yane ainda não tem o calendário do próximo ano definido, mas calcula que deverá voltar às competições em fevereiro, na Copa do Mundo. “Esse ano não tem mais competição”, diz, consciente de que os meses que terá pela frente serão importantes aliados.

“Eu não tenho como tirar um mês de férias, treinar uma semana e competir. Preciso de um período para trabalhar. Tenho que fazer a base, depois fazer o que a gente chama de período específico, que é quando intensificamos os treinos, e, então, fazer o polimento, que é baixar a intensidade para chegar bem na competição. É necessário tempo para fazer uma preparação bem feita”, detalha.

Desafio

Yane já conquistou o sonho de qualquer atleta: subiu ao pódio nas principais competições de sua modalidade e tem guardada em casa uma medalha olímpica. São façanhas impressionantes, principalmente levando-se em conta que o pentatlo moderno está longe de ser um esporte popular no Brasil. A pernambucana sabe que construiu uma carreira vitoriosa. Mas agora se prepara para um desafio de peso no Rio de Janeiro, em 2016. Talvez o maior de sua vida. Afinal, para brilhar na primeira edição dos Jogos Olímpicos do Brasil, que também será a primeira de um país da América do Sul, Yane terá que quebrar um tabu do pentatlo moderno feminino.

Entre as mulheres, a disputa da modalidade em Jogos Olímpicos é recente. Elas entraram em cena apenas a partir de 2000, nos Jogos de Sydney. Desde então, nenhuma atleta conseguiu a proeza de repetir um pódio olímpico. Foram 12 medalhistas diferentes em quatro edições dos Jogos.

Para Yane, competir em casa torna o desafio ainda mais complicado. “Para mim, não é melhor. A pressão é muito maior”, afirma. “O problema, no caso do pentatlo, é que é um esporte muito pouco falado no Brasil. Quando eu fui medalhista em Londres, só eu e uma alemã tínhamos conseguido nos manter entre os top 10 nos últimos dois anos. Depois da medalha, uma repórter me perguntou como foi que eu me sentia com a surpresa da medalha. Para mim, não tinha sido uma surpresa. Eu era uma das 15 atletas que tinha chance de conquistar uma medalha e consegui”, recorda.  “E hoje, como eu já ganhei uma medalha de bronze, as pessoas criam uma expectativa grande. Acham que eu tenho que ganhar agora uma de prata ou de ouro. Se não conseguir, vem a frustração”.

Mas disputar os Jogos Olímpicos em casa também tem seus lados positivos. “Os benefícios são a torcida e o fato de competir em instalações que a gente já conhece. Em Deodoro (local das provas do pentatlo moderno nas Olimpíadas de 2016) já estamos acostumados. Não será um ambiente desconhecido”.

Para não se sentir pressionada por competir em casa, Yane já tem um plano traçado, o mesmo que funcionou em 2012. “Não espero conquistar uma outra medalha no Rio. O que eu espero é chegar lá em condições de fazer isso de novo, com foi em Londres”, diz.

Foto: Getty Images

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