O que os Jogos de Inverno tiveram de controvérsias nos bastidores no período que antecederam as Olimpíadas, Sochi também teve de emoção nas competições. Só de cabeça já dá para buscar de um lado as discussões sobre homofobia em cima do governo russo e denúncias de corrupção na organização. Por outro lado, o lado bom, tivemos a emocionante final do hóquei no gelo feminino, Bjoerndalen quebrando recordes no biatlo e a Holanda varrendo os pódios da patinação de velocidade. Isso só para começar, abaixo você poderá desfrutar dessa retrospectiva, com interatividade e relatos dos editores do Surto Olímpico. Aproveitem!
Cerimônia de abertura e a gafe que se tornou símbolo
Já na bela cerimônia de abertura, um espetáculo que uniu inovações e modernidade, mas sempre com um toque de simplicidade, o que é até comum nos Jogos de Inverno. Mas sem dúvidas o grande destaque foi a falha nos anéis olímpicos suspensos no meio do estádio. A ideia inicial era que os flocos de neve se abrissem e formassem os anéis, mas o último floco simplesmente não abriu, criando essa imagem que você pode ver à direita. Ela se alastrou pelas redes sociais e virou até estampa de camiseta. Já adotada de forma carinhosa, a cena se repetiu (dessa vez intencionalmente) na cerimônia de encerramento.
"Falhas volta e meia acontecem durante as Cerimônias Olímpicas, vide a ocorrida no acendimento da tocha em 2000. Mas mesmo assim, fiquei surpreso quando o quinto anel não abriu e ficou aquela sensação de que faltou algo", Regys Silva
Canadá brilha no hóquei, com direito a virada emocionante
No masculinos os canadenses não tiveram dificuldades na primeira fase, enquanto no mata-mata também passaram com autoridade diante de seus adversários. 2 a 1 contra Letônia, 1 a 0 contra Estados Unidos e 3 a 0 contra Suécia, deixando a grande emoção para o feminino. Entre as mulheres a final foi, como esperado, entre Estados Unidos e Canadá. As norte-americana venciam por 2 a 0 a menos de quatro minutos do fim, quando as canadenses diminuíram. Assim, o Canadá partiu com tudo para cima, colocando até a goleira no ataque. O resultado foi que, após um erro de passe, o puck sobrou para uma norte-americana, que arriscou de longe, sem goleira, e o disco tocou caprichosamente na trave. Estava ativada a maldição, o Canadá empatou quando faltavam 54 segundos de jogo e fez o gol de ouro na prorrogação.
Como não falar em sorte com esse disco que poderia dar o ouro aos EUA e tocou na fina trave do Bolshoy Ice Dome? |
Tripletes, tripletes e mais tripletes...
Não faltaram países ocupando os três lugares mais alto do pódio em Sochi. A começar pela Holanda na patinação de velocidade, que conseguiu quatro em meio a todas as 12 categorias em que os holandeses medalharam. O feito também ocorreu com Noruega no esqui cross country 30km feminino e com os Estados Unidos no esqui slopestyle masculino.
"O triplete mais marcante seria no moguls feminino, com as irmãs canadenses Dufour-Lapointe. Só que na semifinal a Maxime acabou errando e ficou de fora. Mesmo assim, a dobradinha de Justine e Chloé Dufour-Lapointe foi um momento de grande emoção nos Jogos", Rodrigo Huk
Canadá país do curling...
Brasil bate recorde de participações
A delegação brasileira em Sochi foi a maior da história em Jogos Olímpicos. A conta de 13 atletas teve um grande destaque para Isadora Williams, a primeira patinadora brasileira a disputar uma olimpíada. Isadora acabou caindo na fase eliminatória, mas nada que tirasse o brilho da estreia do Brasil na modalidade, que já era o grande feito alcançado pelo país. Isabel Clark foi a 14ª no snowboard cross, marcando o melhor resultado do Brasil em Sochi. Deixamos aqui também o destaque às equipes de bobsled, Maya Harrisson, Jhonatan Longhi, Jaqueline Mourão, Leandro Ribela e Josi Santos.
Resultado pra lá de polêmico na patinação artística
A sul-coreana Yuna Kim se despedia da patinação artística com uma apresentação com o programa longo do individual feminino em Sochi. Após liderar o programa curto, a grande apresentação de Kim não deixava dúvidas sobre o título olímpico. Aí entrou em ação a russa Adelina Sotnikova, que conseguiu acertar sete saltos triplos e levantar a plateia no Iceberg Skating Palace. Mesmo assim ainda seria difícil bater a coreana. Não foi o que pensaram os juízes, que atribuíram quase seis pontos de vantagem para Sotnikova, o que rendeu à atleta a medalha de ouro. O fato repercutiu na imprensa especializada e na própria confederação da Coréia do Sul, que entrou com apelações e protestos contra a ISU.
Aos 40 anos de idade, Bjorndalen faz história...
Quase 16 anos depois de conquistar sua primeira medalha de ouro olímpica, o norueguês Ole Einar Bjorndalen venceu novamente a prova do sprint no biatlo. Assim, somando ainda a medalha do revezamento misto conquistada por Bjorndalen, o biatleta chegou a oito medalhas de ouro na história dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Maldição de Lindsey Jacobellis continua...
A norte-americana tricampeã mundial e octacampeã dos X-Games no snowboard cross viu o sonho do ouro olímpico, pela terceira vez seguida, ir embora junto com uma queda. Jacobellis liderava com grande vantagem a bateria semifinal, quando, já perto do último salto, a snowboarder perdeu o controle após um pequeno salto e caiu, sendo ultrapassada por todas as adversárias.
Holanda "on fire" no gelo...
Cinco recordes olímpicos, oito medalhas de ouro entre 12 possíveis e um total de 23 medalhas entre as 36 disputadas. Esse foi o saldo da Holanda na patinação de velocidade em Sochi. Com uma equipe em plena forma, liderada por Sven Kramer, Jorrit Bergsma, Michel Mulder, Ireen Wüst e Jorien ter Mors os holandeses impressionaram a todos com um desempenho histórico.
O desempenho holandês na patinação de velocidade foi surpreendente mesmo diante do histórico de sucesso do país no esporte |
Os canadenses não quiseram saber de conversa no curling em Sochi. No feminino uma campanha arrasadora, com 11 vitórias em 11 jogos. com direito a duas vitórias indiscutíveis contra a Suécia, algoz em Vancouver. Os homens até chegaram a perder dois jogos na primeira fase, mas no mata-mata a conversa foi outra, ainda mais com a ajuda dos britânicos, que eliminaram os suecos - donos da melhor campanha da primeira fase - na semifinal.
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Ouro dividido no Downhill...
A disputa do downhill no esqui alpino teve um resultado inédito: empate na primeira colocação. O feito foi alcançado pela eslovena Tina Maze e pela suíça Dominique Gisin, que receberam uma medalha de ouro cada.
Alemanha comanda o Luge...
Os alemães confirmaram todo o favoritismo no luge e saíram de Sochi com todas as medalhas de ouro possíveis no esporte. A começar por Felix Loch, que conquistou o bi no individual masculino, além de ajudar a equipe na estreante prova do revezamento misto.
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Cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 |
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