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Poderá o mesatenista Hugo Calderano repetir o feito de lenda do esporte no Brasil?


Uma despedida nas quartas de final, há um ano, no Campeonato Mundial Juvenil disputado em Rabat, no Marrocos, é só um exemplo das fronteiras que Hugo Calderano vem expandindo para a América Latina.

Em 1996, Hugo Hoyama contabilizou uma vitória sobre o chinês Kong Linghui na fase de grupos da Copa do Mundo, sediada na cidade de Nîmes (FRA). No mesmo ano, ele já havia causado uma grande surpresa ao bater o sueco Jörgen Persson (top 10 do mundo na ocasião), nos Jogos Olímpicos de Atlanta.

Performances incríveis de um jogador que é modelo para todos os outros, mas o fato é que ninguém do continente nunca entrou em um evento mundial com as aspirações do carioca de 18 anos. No Mundial Juvenil 2014, que começará em Xangai (CHN), amanhã, Hugo Calderano é o cabeça de chave número quatro da competição.

Ao longo dos anos, o Brasil tem sido a principal força da América Latina. Contudo, nos principais torneios do mundo, aparece mais como “zebra” do que com expectativas reais de atingir o pódio.

Mesmo entrando no túnel do tempo até Ubiraci Rodrigues da Costa, o famoso Biriba. Ele causou sensação em sua época, mas alguém realmente esperava que ele conquistasse uma medalha num Campeonato Mundial?

Em 1958, quando o Japão visitou sua cidade natal, São Paulo (SP), Biriba superou Toshiaki Tanaka e Ichiro Ogimura. A façanha foi grandiosa, já que os dois asiáticos haviam sido nada menos que campeões mundiais nos quatro anos anteriores. Ogimura venceu em 1954 (Londres) e 1956 (Tóquio), enquanto Tanaka ficou com o ouro em 1955 (Utrecht) e 1957 (Estocolmo), sendo o então campeão do mundo quando a surpreendente vitória ocorreu – para completar, na final realizada na capital da Suécia, Tanaka havia batido justamente Ogimura.

Ainda mais marcante foi a idade do feito, pois Biriba tinha apenas 15 anos na época. Atuações sensacionais que o paulista ainda viria a superar. No Mundial de 1961, na primeira vez que a China sediou o evento, Biriba bateu o anfitrião Rong Guotan, que defendia o título mundial. Dois anos antes, Guotan havia se tornado o primeiro chinês campeão do mundo – não só no tênis de mesa, mas em todos os esportes. Resultado monumental que Hugo Calderano pode ter que encarar para chegar ao pódio.
Em casa, o quarteto chinês formado por Yu Ziyang, Liang Jingkun, Lyu Xiang e Xue Fei representam alguns dos mais difíceis oponentes, com outros podendo ser adicionados à lista, como japonês Yuto Maramatsu, cabeça de chave número um do torneio masculino.

Recentemente, no Aberto do Brasil, Hugo Calderano foi superado por Xue Fei, um caneteiro destro que tem um dos melhores forehands do planeta.  Ainda em 2014, na semifinal dos Jogos Olímpicos da Juventude (Nanquim), seu algoz foi justamente Maramatsu. Apesar do revés, o brasileiro se recuperou bem, assegurando a medalha de bronze com vitória sobre Yang Heng-Wei (Taiwan), nono cabeça de chave em Xangai. Vitórias e derrotas, tudo faz parte do esporte, independentemente da qualidade do jogador.

Pergunte a qualquer jogador dos últimos 30 anos qual foi sua maior vitória, e a maioria irá lembrar do mesmo nome: o sueco Jan-Ove Waldner. Então olhe o que ele conquistou durante a carreira e o que eles conquistaram – não há comparação.

A medalha de bronze conquistada em Nanquim é um passo à frente dos antecessores de Hugo Calderano, que ganhou partidas notáveis contra muitos de ótimas credenciais no esporte, além de ganhar seu respeito como igual. Representando o Ochsenhausen na poderosa Liga Alemã, Calderano bateu ninguém menos do que Timo Boll – certamente o sucesso mais comparável aos de Biriba e Hugo Hoyama.

Agora, se Calderano conseguir repetir a atuação de Xangai, ele herdará a mesma responsabilidade que Biriba recebeu há mais de meio século, quando bateu Rong Guotan.

“Tinham 15 mil chineses assistindo”, sorriu Biriba. “De repente, eu era famoso na China!”.

Será que Hugo Calderano pode se tornar famoso na China?


Fonte: CBTM e ITTF

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