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Lars Grael critica organização das Olimpíadas de 2016 e se diz preocupado com infraestrutura


A pouco mais de um ano e meio para o início da Rio 2016, dirigentes esportivos estão receosos com o sucesso da competição. O medalhista olímpico e atual presidente da Confederação Brasileira de Clubes, Lars Grael, comparou a organização do evento com a de Atenas 2004, considerada o maior fiasco entre os Jogos. A declaração foi dada na última quarta-feira 19, durante um seminário esportivo realizado em Belo Horizonte (MG).

— Nosso rumo tem o foco lá em Atenas. O Brasil não planejou o esporte nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo. Por sorte, o assunto da Grécia vem sendo bastante debatido pela crônica esportiva, pelos debates e seminários — afirmou Grael, ao ser indagado se Rio 2016 está mais próximo de Atenas-2004 ou Sydney-2000, considerado um evento exemplar.

O medalhista em Seul-1988 e Atlanta-1996 acredita que ainda há tempo para o Brasil evitar o vexame proporcionado na Grécia. Mas, segundo o dirigente, é certo de que as Olimpíadas em terras brasileiras não serão primorosas.

— Estamos tentando fazer o melhor para que a festa saia bonita. E que nós possamos entregar a infraestrutura a tempo. Está em tempo de corrigir, não seremos Atenas, aquele fiasco não ocorrerá aqui não. Vai ser melhor, mas também não será a melhor Olimpíada de todos os tempos. Basta ver o caso da vela, Baía da Guanabara imunda, emporcalhada, e não estará disponível em 2016. Impossível que esteja, haverá uma medida paliativa para minimizar o desgaste — afirmou o ex-velejador.

GOVERNO FALA EM EVOLUÇÃO

O diretor de Excelência Esportiva e Promoção de Eventos da Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Avellar, concordou que Rio-2016 não deverá ser mesmo um evento exemplar, mas exaltou as ações realizadas em função do evento.

— Entre Sydney e Atenas, o Brasil não vai ser nem uma coisa nem outra, mas acho que a gente muda de patamar. Se você pegar objetivamente os resultados, pegar primeiro ano pós-olímpico e comparar com o ciclo anterior, pulamos de 9 para 27 medalhas. Isso não aconteceu por acaso. No paralímpico também, de 45 para 78. Essa evolução está acontecendo e o Ministério do Esporte entende também que 2016 não é o fim do caminho, é a motivação para mudança de patamar — afirmou.

O ex-jogador da seleção brasileira de basquete e atual diretor de Esportes Olímpicos do Flamengo, Marcelo Vido, enalteceu a troca de experiências que será proporcionada pelas Olimpíadas.

— A delegação britânica veio ao Rio conhecer a cidade agora em outubro. Só interação e integração com nossa equipe de remo já foi um ganho, isso porque o país será sede das Olimpíadas. Essa troca de experiência será um legado e eu não tenho dúvidas que o esporte brasileiro entrará em um outro nível a partir de 2016.

O também ex-jogador da seleção brasileira de basquete e atual presidente do Minas Tênis Clube, Luiz Gustavo Lage, também exaltou o intercâmbio, mas criticou a gestão brasileira.

— Grande legado realmente é a estrutura, mas é importante planejar como fazer essa evolução para atingir o objetivo. Só para citar um exemplo, três meses antes das Olimpíadas de Londres, o Comitê Olímpico Britânico teve a primeira missão no Minas Tênis Clube (a delegação ficará no clube mineiro durante Rio 2016). Aprendemos muita coisa, mas a primeira coisa que aprendemos com eles foi planejamento porque antes de as Olimpíadas de Londres acabarem eles já estavam olhando onde iriam ficar no Brasil — afirmou.


Foto: Agência O Globo
Fonte: O Globo



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