A 841 dias do início dos Jogos Olímpicos de 2016, a Prefeitura do Rio de Janeiro publica nesta quinta-feira o edital com os custos e prazos das obras de onze projetos envolvendo o complexo esportivo de Deodoro, onde serão realizadas, em pouco mais de dois anos, as competições de hipismo, ciclismo, mountain bike, BMX, pentatlo moderno, tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei, basquete, rúgbi e esgrima, além de quatro modalidades paraolímpicas: tiro esportivo, hipismo, esgrima em cadeira de rodas e o futebol de sete.
Um dos grandes motivos de preocupação do Comitê Olímpico
Internacional (COI) e do próprio prefeito Eduardo Paes, as instalações
esportivas da Vila Militar, no subúrbio do Rio, são as únicas que sequer
foram iniciadas, mesmo com o consórcio vencedor MRJE Construtora tendo
sido anunciado como vencedor pela secretaria municipal de Obras e pela
Empresa Olímpica Municipal em março do ano passado.
Diante deste cenário, o próprio prefeito do Rio admite
que “a gente ficou sem gordura de tempo nenhuma ali” quando o assunto é
Deodoro. “Não quero negar que não podemos errar mais nada”, reconheceu
ainda Paes na última quarta-feira no lançamento do orçamento das obras
públicas que, de acordo com os órgãos de governo, servirão de legado
para a população ao final das competições. O prazo para o COI é de
entrega no primeiro semestre de 2016 para a realização de eventos teste
antes dos Jogos.
No plano conceitual elaborado pela Prefeitura do Rio, o
complexo esportivo de Deodoro é de mais simples execução, em um
comparativo, por exemplo, com o Parque Olímpico do antigo autódromo de
Jacarepaguá, por exemplo, mas ainda assim requer cuidados e tempo para o
ativamente de estruturas provisórias e aperfeiçoamento de outros
equipamentos deixados pelos Jogos Pan-Americanos.
Do
Pan de 2007, diante das exigências de federações e do próprio COI, será
remodelados o Centro Nacional de Tiro Esportivo, o Centro Nacional de
Hipismo e a piscina do pentatlo moderno. Três novas instalações
permanentes serão construídas: a Arena Deodoro (esgrima e basquete), que
terá 5 mil lugares, a pista de BMX e o circuito de canoagem slalom –
que teve sua área reduzida em 40% e novo traçado definido com aprovação
da federação internacional da modalidade.
Por fim, estruturas temporárias do próprio complexo já
existente na Vila Militar serão utilizadas para o mountain bike,
pentatlo moderno e rugby. “Deodoro é mais simples”, garantiu o prefeito
do Rio. “Tudo será realizado num padrão e qualidade que permita realizar
os Jogos. Nós vamos ter nos equipamentos olímpicos toda a qualidade
necessária para a prática das atividades esportivas”, completou.
Com a divulgação do edital de obras de Deodoro, o valor
do orçamento geral dos Jogos Olímpicos Rio 2016 será elevado do valor
estimado atual de R$ 36,7 bilhões, sendo R$ 7 bilhões do comitê
organizador, R$ 5,6 bilhões para as instalações esportivas (onde entram
as intervenções de Deodoro) e de R$ 24,1 bilhões das obras públicas de
mobilidade das três esferas de governo. No caso de Deodoro, o
investimento será do governo federal, muito embora a execução e
supervisão das obras seja de responsabilidade da Prefeitura do Rio de
Janeiro.
Fonte: Terra/André Naddeo
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