A Autoridade Pública Olímpica (APO) apresentou na última terça-feira a
Matriz de Responsabilidades Governamentais dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos do Rio-2016. Dentre os 52 projetos inclusos no documento,
que reúne a lista de obras que não seriam realizadas caso o evento não
fosse disputado na cidade, apenas 24 tiveram o custo definido. Somadas,
elas chegam ao total de R$ 5,6 bilhões - 76% desse valor será pago com
recursos privados.
Apenas três projetos já estão concluídos: o Parque dos Atletas e as
duas obras no Sambódromo - instalação de novas arquibancadas e reparo
nas fundações. O local receberá as competições de tiro com arco e a
maratona dos Jogos. Outros 12 projetos já tiveram os contratos de
execução assinados e nove tem edital de licitação ou pedido de proposta
publicado.
De acordo com a APO, o custo dos outros 28 projetos que ainda tem
orçamento desconhecido será acrescentado à Matriz conforme seus editais
de licitações sejam divulgados. Destes, 11 ainda estão na etapa
conceitual e 17 em fase de anteprojeto. Por conta disso, ainda não é
possível estimar quanto essas obras irão custar. inclui só os projetos que não seriam feitos se o Rio não tivesse sido escolhido sede dos Jogos Olímpicos", completa.
Os projetos da Matriz contam apenas com as obras consideradas
essenciais para a realização do evento, que não seriam realizadas caso o
Rio de Janeiro não sediasse os Jogos - como o parque aquático, a vila
olímpica, o novo velódromo e o Complexo Deodoro, que receberá 11
modalidades e está com as obras atrasadas.
"Tudo indica que estamos com um cronograma viável. Atraso existe com
relação ao cronograma original, mas vamos entregar no prazo", garante
Maria Silvia Bastos, presidente da EOM (Empresa Olímpica Municipal). A
dirigente prometeu os valores referentes ao complexo para abril.
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís
Fernandes, a decisão de excluir as ações de interesse social e ambiental
do documento foi tomada com a experiência na organização dos Jogos
Pan-Americanos de 2007 e da Copa do Mundo.Estes
projetos serão incluídos em outro documento, o Plano de Antecipação e
Ampliação de Investimentos em Políticas Públicas, que será divulgado na
segunda quinzena de março. Ele contará com a relação das obras de
melhoria pública, como a despoluição da Baía de Guanabara, a
revitalização da zona portuária, entre outras. No entanto, como não
integram a Matriz de Responsabilidades, não há a obrigação de
terminá-las antes dos Jogos. "A intenção é essa", afirma Azevedo.
O dossiê de candidatura do Rio de Janeiro, elaborado em 2008, previa
que os Jogos Olímpicos custariam R$ 28 bilhões. Este valor, no entanto,
foi deixado de lado na apresentação da Matriz. De acordo com a APO, os
Jogos de Londres-2012 elevaram o patamar dos projetos. Além disso, foram
excluídas as obras de infraestrutura da cidade, o que altera o valor
inicial.
O custo total dos jogos será conhecido apenas após a divulgação do
valor dos 52 projetos da Matriz. A expectativa de Maria Silvia Bastos é
que todos eles tenham suas licitações com editais publicados até o
primeiro semestre de 2015. De acordo com a APO, haverá atualizações
semestrais da Matriz.
Segundo Luís Fernandes, ainda não está definido quais
responsabilidades do Comitê Rio-2015 serão custeadas com recursos
públicos. Segundo ele, as três esferas do governo gastarão, no máximo,
R$ 1,8 bilhão com os Jogos - a candidatura do Rio de Janeiro estipulava
que esse valor não ultrapassaria R$ 1,4 bilhão.
Na última semana, o Comitê Organizador dos Jogos apresentou o
orçamento privado do evento. O órgão é responsável pela operação dos
Jogos, como serviços, tecnologia, cerimônias, acomodação, alimentação e
transporte de atletas, entre outros. O gasto total com as operações será
de R$ 7 bilhões, 25% mais caro que o informado no dossiê de candidatura
da cidade.
Fonte: Terra/Gazeta Esportiva
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