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Quero sediar os Jogos de 2020 - Tóquio



A capital japonesa pretende organizar sua segunda Olimpíada de Verão da história, 56 anos depois. Nesta ocasião, depois de terminar na terceira posição na decisão final para os jogos de 2016, atrás de Rio e Madri, a cidade mais populosa do mundo volta com seu sonho olímpico e, agora, é o favorita nas casas de apostas do mundo.

No entanto, o perigo de radioatividade é um dos principais pontos que dificultam a candidatura de Tóquio, que aposta em "reviver" das cinzas após a catástrofe do terremoto e do tsunami de 2011, em que 20,896 pessoas morreram. A cidade poderia superar estes obstáculos e voltar a ser o palco central do mundo olímpico?

Poder Econômico: financiamento garantido
O Japão é a terceira maior economia do mundo, atrás de Estados Unidos e seu vizinho, a China. O PIB nominal é de cerca de 4,5 bilhões de dólares e seu poder de compra transforma a ilha em uma potência mundial, onde o transporte, telecomunicações e seguros imobiliários são as suas principais indústrias.

No entanto, a tragédia do terremoto e do tsunami, somada ao desastre nuclear de Fukushima, em 2011, provocou a maior queda nos mercados financeiros japoneses desde 1987, devido ao fator de incerteza, o que permitiu ao índice Nikkei perder 16 % de seu valor nos dias seguintes da tragédia.

A crise nuclear agravou a situação, porque 30% da energia do país depende de seus centros nucleares, e a explosão de Fukushima, localizada a 289 quilômetros de Tóquio, forçou muitas empresas estrangeiras a fechar fábricas de produção e, ao mesmo tempo, investimentos estrangeiros deixarem a ilha. De qualquer forma, o governo japonês soube como lidar com a situação e percebeu maneiras de recuperar parte do dinheiro perdido, com a venda de títulos, a força de sua moeda, o iene, e uma reconstrução sem precedentes, que tentou restabelecer o país ao seu nível estável.

Este fundo confirma claramente que o país está em um nível positivo para garantir amplamente o financiamento dos Jogos Olímpicos, depois de demonstrar a capacidade de sair rapidamente uma crise econômica, ficando marcada como uma potência mundial capaz de oferecer seu poder econômico para organizar o maior evento do esporte. Desta forma, o Governo Metropolitano de Tóquio garantiu um orçamento estimado para a organização dos jogos de 4.5 bilhões de dólares, que vão servir para a construção de uma Vila Olímpica e outras instalações esportivas, além de remodelar outros locais existentes.

Finalmente, é importante dizer que o financiamento foi garantido também graças a muitas empresas importantes que estão patrocinando a candidatura, como a maior fabricante mundial de veículos, a Toyota Motors, as companhias aéreas Japan Airlines e All Nipon Airways, o navegador de internet mega-Yahoo e Sega Sammy Holdings, um dos principais desenvolvedores de jogos no mundo, etc.


Radioatividade: O ponto fraco da candidatura
Os desastres causados pelo terremoto e tsunami resultaram no maior desastre nuclear da história desde a explosão de Chernobyl , em 1986. Fukushima tinha sido vítima da destruição de seus reatores nucleares, falhas em seu sistema de refrigeração e liberação de radiação externa, o que representa um perigo autêntico para os Jogos Olímpicos.

De acordo com o jornal local Asahi Shimbun, os responsáveis pela candidatura tiveram que dar explicações frente ao Comitê Olímpico Internacional no ano passado, garantindo que a cidade de Tóquio está limpa de radioatividade, devido a queixas de pessoas preocupadas com a detecção de tais emissões no ar da cidade, na terra , no mar e em alimentos como legumes, carne ou peixe.

O governo já destinou 8.3 bilhões de euros para as tarefas de descontaminação, mas segundo especialistas o trabalho vai demorar 40 anos, porque as técnicas têm que retirar três dos seis reatores nucleares envolvidos na tragédia.

De qualquer forma, apesar de os especialistas insistirem que os níveis de radioatividade vão persistir por décadas ao longo do perímetro de 20 quilômetros em torno do centro nuclear , o governo e os líderes da candidatura garantem que Tóquio permanece longe desta situação, devido a distância entre as duas cidades.


Um país organizado e com esporte de alta qualidade
O Japão é um país experiente na organização e hospedagem de eventos internacionais. Começando por três Jogos Olímpicos: uma vez no verão, com Tóquio 1964, e duas no inverno, com Sapporo 1972 e Nagano 1998.

O país também recebeu muitos eventos última década , como a Copa do Mundo de futebol em 2002 e a Copa do Mundo de Basquete em 2006, o Mundial de atletismo 2007, além de mundiais de ginástica, judô e vôlei.

Sobre a experiência no esporte, Japão volta a se destacar de seus concorrentes, pois é a nação com mais medalhas olímpicas entre os países que apresentaram cidades candidatas aos Jogos Olímpicos de 2020. Ele já participou de 21 edições dos jogos, com exceção de 1986, 1900, 1904, 1908, 1948 e 1980. Ele ganhou um total de 397 medalhas: 131 de ouro, 126 de prata e 140 de bronze, que convertem este país na 13ª potência do esporte na história olímpica.



Um projeto ultracompacto
Os líderes da candidatura prometeram uma distribuição compacta das instalações olímpicas em oito quilômetros ao redor da cidade. O projeto apresenta 37 locais de competições, em que o deslocamento máximo duraria 30 minutos devido ao eficiente sistema de transporte.

- Zona Tokyo Bay: O epicentro dos jogos será situado em uma zona de atividade industrial e portuária, em terras recuperadas que pertencem ao governo metropolitano. Aqui será o lugar do maior número de disciplinas. A Ilha Harumi, a mais próxima da cidade, será ligada à Vila Olímpica, que ocupará 70 hectares e será de 1,3 vez maior do que o que foi apresentado para 2016. Além disso, se comunicará com o resto da cidade, graças a redes de serviços de ônibus adicionais. Após os jogos, a área se converterá para habitação social destinada a toda a comunidade local.

Nesta zona estão previstas a realização dos eventos de Voleibol , Ciclismo BMX , Ciclismo, Ginástica Artística e Rítmica, Trampolim, Ténis, Triatlo, Natação em Águas Abertas, Vôlei de Praia, Esgrima, Taekwondo, Hóquei, Hipismo, Remo, Canoagem Slalom, Mountain Bike, Vela, Badminton, Basquete, Tiro com Arco, Natação, Nado Sincronizado, Saltos Ornamentais e Polo Aquático.



- Zona Heritage: A zona mais central da cidade será também uma parte importante do projeto, pois os locais Olímpicos de 1964 serão modernizados e usados extensivamente. Há uma aposta em um empreendimento faraônico que será a remodelação do Estádio Olímpico, que será completamente demolido no próximo ano para se tornar em um estádio ambicioso, com teto retrátil e capacidade para 80 mil pessoas, se a cidade é escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2020. O projeto estará a cargo da Anglo Iranian Zaha Hadid e vai custar cerca de um bilhão de euros. Locais emblemáticos da cidade, como o Jardim do Palácio Imperial e ou o Parque Yoyogi, também serão usados para as competições.

Aqui, terão lugar Atletismo, Futebol, Rugby, Ténis de Mesa , Handebol , Judô, Ciclismo de Estrada, Halterofilismo e Boxe.

Por outro lado, fora das zonas delimitadas do projeto, a Musashino Wood receberá o pentatlo moderno e o término do ciclismo de estrada, o Estádio de Futebol de Tóquio receberá o futebol, o Asaka Shooting o Tiro e o Kasumigaseki Golf Club o Golf .

O futebol também terá como sede Sapporo, Miyagi, Saitama e Yokohama.



Destaques...
A Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional ficou impressionado em seu último informe com o projeto "compacto" que propõem Tóquio sobre a distribuição local, o que vai permitir um rápido deslocamento de atletas e turistas .

De acordo com o COI , o transporte público representa uma segurança para os Jogos Olímpicos, porque é "excelente, moderno e tem uma alta qualidade".  A rede ferroviária e de metrô possuem mais de 70 linhas e, por isso, esse sistema de transporte é considerado o mais extenso do mundo, transportando diariamente um total de 20 milhões de passageiros. Sobre o informe final, a organização não deve fazer qualquer investimento adicional.

Finalmente, o COI está confiante de que os locais que passarão por uma remodelação terminarão dentro do prazo, e que, apesar do fato de haver uma possibilidade de um terremoto atacar o país durante o evento esportivo, não é um ponto negativo para a organização, segundo os líderes da candidatura de Tóquio 2020.

"Um terremoto pode, potencialmente, acontecer em qualquer lugar. E temos que estar preparados como uma nação para se defender a qualquer momento", disse o presidente da candidatura, Tsunekazu Takeda. "No Japão , o procedimento para enfrentar desastres e diretrizes arquitetônicas são muito rigorosos. Em 2011 não houve vítimas em edifícios e Tóquio não sofreu qualquer dano". No final , sentenciou: "O Governo de Tóquio já está trabalhando para construir as instalações olímpicas mais resistentes a terremotos e tenho certeza de que em sete anos, conseguiremos isto."

Fontes:
Suite101.Net 
Finanzas.Com 
ABC.Es
20Minutos.Es
Tokio2020.Jp
ElDiarioMontanes.Es 
Deportes.Terra.Es

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