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Patinadora que quer defender o Brasil em Sochi é fã de comida brasileira






Quem observa o jeito extrovertido e simpático de Isadora Williams pode achar que ela é apenas mais uma adolescente comum. Mas, por escolha própria, sua rotina é bem diferente da maioria das jovens de 17 anos. Ela acorda todos os dias às 5h45m da manhã, treina por horas no ringue de patinação, faz diversas sessões de academia e ainda encontra tempo para estudar e tirar boas notas no colégio. Isso tudo por um único objetivo: representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, na Rússia.

Ela não nasceu em solo brasileiro, pouco fala português e tem dupla cidadania. Mesmo assim, é fã da comida e da música do Brasil. Isadora é filha da mineira Alexa, que se casou com um americano, há 20 anos, e formou sua família nos Estados Unidos. Mesmo tendo visitado poucas vezes o país do futebol, partiu da própria jovem o interesse pela patinação artística e, sobretudo, de defender as cores da nação de sua mãe.

- Tenho muito orgulho de defender o Brasil. Meu pai é americano e cresci falando inglês em casa. Aos poucos estou aprendendo mais português, gosto de comer comida brasileira e  escutar música também. Amo o povo brasileiro, o jeito como são felizes e levam a vida de uma forma legal. Fora isso, adoro água de coco, brigadeiro e pão de queijo - disse Isadora.

Isadora Williams tem chance de ser a primeira representante brasileira da patinação artística a disputar uma edição das Olimpíadas de Inverno. Em março, ela ficou em 25º no programa curto do Mundial de patinação artística no gelo, em Ontário, no Canadá. As 24 primeiras garantiam vaga nos Jogos de 2014. Agora, ela vai atrás das seis vagas olímpicas restantes na repescagem mundial, em setembro, na Alemanha.
- Não quero ficar muito confiante (com a classificação). Não quero dizer que vou, e depois não conseguir. Mudamos muita coisa desde o Mundial e acho que estamos no caminho certo. Treinando duro. Este é meu sonho.

Além do gosto pela comida brasileira, passado por sua mãe, Isadora tenta ao máximo se familiarizar com a cultura do país que sonha representar nos Jogos. Fã de rock antigo, como Rolling Stones, ela também confessa que gosta de ouvir Legião Urbana e até mesmo clássicos de Roberto Carlos. A jovem também tem tentado ensinar ao namorado, Chase, algumas palavras em português.
- Eu adoro sair com amigas do colégio, ir ao cinema, museus, ouvir músicas. Gosto ir a lojas de discos, sou fã de Rolling Stones, Jimmi Hendrix...Tenho um namorado, ele joga futebol americano no colégio. Estamos juntos há três meses e já estou o ensinando a falar português - conta.

A jovem vem sendo treinada há cinco anos pelo técnico russo Andrey Kryukov e já acumulou bons resultados em campeonatos da categoria júnior. Ela é apontada como uma aposta certa pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) e já fez história ao conquistar o bronze inédito no Golden Spin, em Zagreb, na Croácia, em dezembro passado. Atualmente, já recebe apoio também do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Isadora começou na patinação artística quando tinha apenas quatro anos, em aulas de grupo. Sua mãe confessa que não aprovava a ideia, queria ver a filha tentando outras modalidades. Mas não teve jeito. Foi a própria menina que escolheu a trajetória no gelo.

- Ela começou a patinar em grupo. Tentei tirá-la várias vezes. Primeiro porque era caro, segundo porque sou brasileira. Queria que ela jogasse vôlei de praia, tênis, algo assim. Mas não tinha jeito. Isadora tentou natação, tênis, mas sempre pedia para voltar. Ela tinha nove anos quando começou com essa ideia de representar o Brasil - conta a mãe, Alexa.

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