Sete meses após incêndio, ginásio de ginástica do Flamengo permanece fechado
Há sete meses, um incêndio dava sinais do início de um período difícil na ginástica do Flamengo. No dia 29 de novembro de 2012, o Ginásio Cláudio Coutinho, localizado na sede do clube, na Gávea, pegou fogo e foi destruído. Os atletas ficaram sem ter local para treinar e precisaram recorrer a
uma base improvisada no Vélodromo do Rio de Janeiro, que posteriormente
precisou ser fechado por não apresentar as especificações corretas para
os Jogos Olímpicos de 2016. Três meses após o incidente, o clube anunciou o fim da equipe profissional da modalidade, dispensando ginastas como os irmãos Diego e Daniele Hypolito, além de Jade Barbosa, mantendo apenas os atetas da categorias de base. Atualmente, a área que
já foi casa de grandes estrelas do esporte permanece fechada e nenhuma
obra foi iniciada. O presidente do Rubro-Negro, Eduardo Bandeira de
Mello, afirma que existe um projeto para a reconstrução do espaço. No
entanto, ele está inserido em uma reforma geral no complexo esportivo da
Gávea, para a qual será destinado o dinheiro referente ao seguro, no valor de R$ 666.596,20.
"Conseguimos recuperar uma parte dos recursos que seriam necessários para
reconstruir o ginásio. O seguro, como foi noticiado, não cobria a
totalidade e, mesmo com o trabalho do nosso setor administrativo
conseguimos recuperar uma parte que vai dar para começar a trabalhar
nesse sentido. O Flamengo está trabalhando num plano diretor na Gávea
que vai envolver não só a reconstrução do ginásio, como a reformulação
de todo o complexo esportivo e estamos captando recursos. Temos um
convênio com o Comitê Olímpico Americano e vamos usar também recursos de
incentivo fiscal. É um projeto de longo prazo, mas com certeza vai dar
muito orgulho aos rubro-negros. O plano diretor vai ser concluído a
curto prazo, e vamos começar a busca pelos recursos para atender a todos
os aspectos que serão tratados nesse planos. Os torcedores do Flamengo
podem ficar esperançosos de que vamos ter boas notícias em breve" - disse
o presidente.
Sem local para treinar, os ginastas da categoria de base precisaram se
adaptar à nova realidade. A equipe masculina agora está no espaço de
ginástica do Flamengo, localizado na Univesidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), e o grupo feminino precisou trocar o Rio de Janeiro pela
cidade de Três Rios para continuar treinando. É o caso de Rebeca
Andrade, uma das promessas para 2016.
"Já aprendi a me acostumar com tudo aqui, até com os aparelhos. Gostei
daqui. A cidade é boa, claro que no Rio é melhor porque tem praia, mas
aqui é bom e estamos bem adaptadas."
Com aparelhagens novas, o Centro de Treinamento do Planeta Vida, em Três
Rios, reúne atletas de várias partes do Brasil e se tornou uma nova
casa para as ginastas do Flamengo até que a situação do Ginásio Cláudio
Coutinho seja resolvida.
"As meninas estão felizes aqui. Fomos bem recebidas em Três Rios, em uma
casa confortável. O prefeito e o secretário da cidade são fantásticos.
Tivemos uma reunião esses dias, e eles garantiram apoio total, agora por
mais seis meses. Isso porque o Flamengo não tem a previsão da reforma
do ginásio, o plano é mais para adiante. Até o fim do ano temos a
tranquilidade de saber que temos esse espaço" - afirmou Ana Paula Luck,
supervisora de ginástica do Rubro-Negro.
Com o fim da equipe profissional do clube carioca, Daniele Hypolito está
treinando no Centro de Excelência de Ginástica (CEGIN) e morando em
Curitiba. Sobre sua relação com o Rubro-Negro, a ginasta afirmou que o
clube ficou lhe devendo dinheiro, mas que não guarda ressetimentos.
"Não acertaram tudo com a gente, mas, de coração, que façam bom proveito
do que ficou. Soube que eles receberam o dinheiro do seguro e não vão
usar para o ginásio. Isso não está certo. Ali tem uma história de um
esporte que é forte hoje no Brasil. Sinceramente, é uma pena o que estão
fazendo com o Flamengo. Mas a entidade Flamengo é muito forte e vai
continuar sendo, vai seguir naquela sede entre quatro pontos
maravilhosos do Rio. O Flamengo não passa, mas diretoria, dirigente,
isso tudo passa. Não guardo mágoa do clube que não tem nada a ver com a
diretoria que entrou."
Além da reconstrução do ginásio, outra preocupação para o Flamengo é a
formação de uma outra equipe profissional de ginástica, principalmente
com o início do ciclo olímpico para os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo
Marcelo Vido, executivo de esportes olímpicos do Rubro-Negro, o clube
não descarta a reintegração de atletas que foram dispensados no começo
do ano.
"Inicialmente temos que aguardar a definição do ginásio. Como temos uma
equipe de base muito forte, é natural que esses atletas façam parte de
uma adulta de ponta. Quanto à reintegração de atletas, é uma decisão que
será analisada para 2014" - destacou.
Fonte e Foto: Globoesporte.com
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