A
Rússia é um dos países que mais possui compositores de alto nível e mais
conhecidos do mundo, como Tchaikovsky (foto acima), Stravinsky, Shostakovich, Leshchenko e
Shalyapin. Mas não foi sempre assim. Diferente do que muitos pensam, a música
clássica demorou para se desenvolver dentro da Rússia, porque a igreja Ortodoxa
proibiu a música secular no país.
A
partir do reinado de Ivan IV, a Corte Imperial convidou compositores ocidentais
e músicos para preencher esse vazio. Na época de Pedro I, esses artistas foram
uma presença regular na Corte. O czar viu a música europeia como uma marca de
civilização e uma forma de ocidentalização do país, o seu estabelecimento da
cidade de estilo ocidental de São Petersburgo ajudou a promover a sua
disseminação para o resto das classes superiores. A mania de ópera italiana na
corte durante os reinados de czarinas Elisabeth e Catherine também ajudou na
introdução e popularização da música clássica e, na aparição de diversos
compositores russos.
O
foco na música europeia fez com que os compositores russos tivessem que
escrever no estilo ocidental se quisessem que suas composições fossem
executadas. O sucesso das composições era variável, pois não havia grande
familiaridade com as regras e normas de composição de músicas. Alguns músicos
viajaram à Europa Ocidental para treinamento. O principal destino era a Itália,
onde aprendiam a compor obras vocais e instrumentais na tradição clássica de
músicas populares.
Considerado
o primeiro grande compositor russo, Mikhail Glinka explorou as tradições
musicais russas e as incorporou em suas composições seculares. Mesmo não sendo
o primeiro compositor de óperas no idioma russo, conquistou esse título por
contar com músicas e temas ligados ao seu país.
A
geração seguinte teve como principal fonte a música folclórica russa. Foi a
partir desse período que os conhecidos compositores Korsakov, Borodin e
Mussorgsky apareceram. Além disso, esse período ficou marcado pela fundação da
Sociedade Musical Russa, em 1859. Os compositores Anton e Rubinstein foram os
líderes dessa nova sociedade. Com isso, a criação de dos primeiros
Conservatórios na Rússia foi apenas consequência. São Petersburgo e Moscou
foram as casas dos recém criados conservatórios. Essa geração ainda teve a
presença de um dos compositores russos mais conhecidos até hoje: Peter
Tchaikovsky. Ele compôs músicas para os ballets de O Lago dos Cisnes, A Bela
Adormecida e O Quebra-Nozes. Também compôs sinfonias, concertos, óperas, música
de câmara e obras para coro para as liturgias da Igreja Ortodoxa Russa.
A
terceira onda de compositores russos aconteceu no final do século 19 e início
do século 20. O principal marco foi a aparição de Igor Stravinsky (foto acima). Ele foi influente
sobre os compositores de sua época e das gerações seguintes, tanto na Rússia,
como em toda a Europa e Estados Unidos. Com o início da revolução russa, ele
deixou o país e não retornou. Além dele, Scriabin, Prokofiev e Shostakovich
fizeram parte dessa geração. As canções românticas marcaram essa fase e
tornaram-se popular mundialmente. O líder do movimento romântico foi o
compositor e cantor Shalyapin.
Após
a revolução russa, os anos dourados da composição na Rússia ficaram para trás.
Não que os compositores seguintes não fossem bons, mas não conseguiram dar à
música clássica obras no mesmo nível que os compositores do passado. A pressão
do socialismo também influenciou os músicos e isso acabou tirando um pouco da
liberdade e da inspiração dos mesmos.
Para
os interessados, os teatros e conservatórios espalhados pelo Brasil realizam
algumas apresentações com as principais obras dos compositores russos, dentre
eles Stravinsky e Tchaikovsky.
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