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Surto História (Especial de Feriado) - 10 anos do Mundial de Vôlei 2002, o 1° título brasileiro - Parte III


(fotos da FIVB/Autor Desconhecido)

E o Especial de Feriado do Surto História chega ao fim, relatando os últimos momentos do Brasil no Mundial Masculino de Vôlei em 2002. Ontem, relatamos a segunda fase brasileira, que fechou nos 100% de aproveitamento no seu grupo, no qual também estavam República Tcheca, França e Holanda. Agora, o Brasil enfrentaria parada duríssima, um jogo da morte desta fase de mata-mata contra a Itália.


O Brasil entrou em quadra com mais vibração, e isso fez com que a seleção dominasse os primeiros pontos do jogo. O capitão Nalbert, com um bloqueio e um ataque, colocou a seleção brasileira na frente. Mas com dois erros do ataque brasileiro, a Itália chegou à frente do marcador na 1ª parada técnica. Entretanto, Giba não deixou a equipe italiana disparar e comandou a reação brasileira, que assumiu a frente do marcador num bloqueio de Maurício. A Itália chegou a empatar em 21 a 21, mas o Brasil foi melhor nos pontos decisivos e levou o set por 25 a 23 após um ataque de Nalbert após bom saque de Henrique. Se o primeiro set foi equilibrado, o segundo foi mais disputado ainda. 

Os dois times se alternaram inúmeras vezes na frente do marcador, e a vitória do Brasil foi decidida nos detalhes. Giba e Nalbert viraram as principais bolas para o Brasil, enquanto Fei era o maior pontuador italiano. Mas a definição do set ficou por conta da passagem de Gustavo no saque. Ele deixou a seleção brasileira com dois pontos de vantagem. Um ace de Henrique deu três set points para a seleção brasileira. A Itália conseguiu salvar duas bolas, mas um ataque de Nalbert explorando o bloqueio adversário deu a vitória ao Brasil por 25 a 23, em 24 minutos.

Perdendo por 2 a 0, a Itália voltou descontrolada no terceiro set. Já no início a equipe perdia por 5 a 2. Com tranqüilidade, o Brasil manteve a ponta, não se abatendo nem quando a Itália empatou (14 a 14). Entretanto, um ataque de Fei e uma condução de Giba fizeram com que a Itália começassem a abrir vantagem. O Brasil errou três saques seguidos e facilitou a vida dos italianos, que fecharam o set em 23 minutos, com a parcial de 25 a 23. Os erros apresentados no final do terceiro set se repetiram no início do quarto. Nervosa, a Itália também errava. Só que o Brasil conseguiu a proeza de ficar mais perdido que os italianos. Apesar disso, o Brasil ainda mostrou uma reação. O capitão Nalbert marcou dois pontos no ataque e um no bloqueio e encostou a seleção no marcador. Em outro lance, Dante fez a parede pra empatar a partida. A Itália abriu novamente dois pontos de vantagem, porém o Brasil se recuperou e empatou o jogo após um bom saque de Dante, destaque naquela competição. Os últimos pontos foram emocionantes, e a seleção italiana fechou um set em 28 a 26 num bloqueio duplo, em 28 minutos.

E aí, hora de conferir o Tie Break. Equilibrado também. A pontuação deste 5° set foi um bate-volta de pontos entre as equipes. Até que no final do set, o Brasil voltou a ficar com dois pontos de vantagem, após um belo vacilo de Mastrangelo, que invadiu a quadra brasileira. Depois, a equipe de Bernardinho apenas administrou o resultado para fechar em 15 a 13 e ganhar o jogo por 3 sets a 2.

Nas outras partidas, a Iugoslávia despachou a zebraça portuguesa, 3 sets a 0. A Rússia também despachou a surpreendente Grécia, pelo mesmo placar. E a Argentina deu adeus à competição perdendo para a seleção da França por 3 sets a 1. Agora, teríamos de um lado Rússia x França e do outro, Brasil x Iugoslávia.


No jogo contra a já extinta nação dos Balcãs, o Brasil começou a errar muitos ataques e deixou a Iugoslávia disparar na frente. Isso "obrigou" Bernardinho a fazer duas substituições, trocando André Nascimento por Anderson. Na segunda parada técnica do set, o placar apontava 16 a 11 para os iugoslavos, e no tudo ou nada, Bernardinho fez a inversão de posições na equipe, substituindo Maurício e Anderson por Ricardinho e Giovane. No saque, Giovanni conseguiu três pontos e ajudou o Brasil a virar o placar. Depois disso, a partida ficou equilibrada até o 24º ponto. No segundo set-point que teve à disposição, o Brasil fechou a série com um bloqueio de Anderson.

No segundo set, Bernardinho manteve a formação com Anderson e Ricardinho. Giba foi o destaque do Brasil, mas o time falhou muito após o segundo tempo técnico. Depois que Nalbert perdeu um contra-ataque, a reação iugoslava teve início. Na seqüência, Anderson errou um ataque e cedeu cinco set-points aos adversários. Dois foram salvos, mas Anderson errou saque e a Iugoslávia fechou em 25 a 22.

Apesar de tanto nervosismo, era hora de voltar à dianteira. O Brasil começou a abrir vantagem ao fazer 12 a 10, mas levou a virada com um contra-ataque do levantador Grbic e um bloqueio de Boskan em Giba. A partir daí, o saque brasileiro começou a funcionar e a equipe voltou a ficar à frente, com um bloqueio de Nalbert e um ace de Gustavo. Depois de fazer 16 a 14, o Brasil chegou a abrir três pontos, com um novo ace, dessa vez de Giba, fazendo 18 a 15. Nesse momento, Vujevic, terceiro melhor passador do Mundial, era o mais instável na recepção, por incrível que pareça. Um novo erro dele deu ao Brasil a boa vantagem de 21 a 18. No entanto, ele mesmo se recuperou com dois bloqueios em cima de Anderson e virou o set para 24 a 23. O time de Bernardinho só voltou a tomar a ponta no placar graças a um erro de Miljkovic, fazendo 25 a 24. O último ponto veio num contra-ataque desse jeito: a jogada iniciou com uma defesa de Serginho, passou pela agilidade de Ricardinho e terminou com Henrique, que cravou o 27º ponto e fechando o set em 27 a 25.

No quarto set, a Iugoslávia mostrou nervosismo no início, depois da derrota do 3° set. Com isso, permitiu que o Brasil, com três pontos de bloqueio, abrisse seis pontos de vantagem, fazendo 12 a 6. Depois de um pedido de tempo, a seleção européia começou a arriscar mais no saque e a diferença chegou a cair até dois pontos. Erros brasileiros acabaram permitindo a virada dos iugoslavos na partida. Porém, a alternância no placar era grande e o Brasil retomou a ponta do marcador, em uma seqüência de saques de Giba - um ace, um bloqueio de Anderson e outro de Nalbert. Quando teve três match-points à disposição, o Brasil aproveitou a terceira chance com um ataque de Nalbert, fechando o set e a partida com 25 a 23, 3 sets a 1.


Era hora da grande final. Depois de passar pela Iugoslávia, hora de encarar a temida Rússia, que eliminou a França de forma sofrida, 3 sets a 2. As duas seleções começaram a partida muito nervosas, e o Brasil soube aproveitar o primeiro momento para abrir quatro pontos de vantagem. Mesmo sem apresentar a mesma potência demonstrada contra Itália e Iugoslávia nos momentos iniciais de partida, o Brasil conseguia administrar a vantagem, principalmente por causa da pouca eficiência do bloqueio russo. Entretanto, os russos começaram a acertar esse fundamento e encostaram no marcador. E foi justamente num bloqueio que a Rússia empatou. Quando a partida estava empatada em 20, Giba atacou para fora e colocou os russos pela primeira vez à frente do marcador. Os europeus souberam aproveitar a vantagem e fecharam o set com um forte ataque de Serguey Tetyukhin, fechando a primeira parcial em 25 a 23.

O resultado afetou o Brasil, que entrou desconcentrado no segundo set. A Rússia aproveitou e abriu cinco pontos de vantagem logo após a 1ª parada técnica. Bernardinho resolveu arriscar, tirando de quadra Maurício e colocando em quadra Ricardinho. A alterações surtiram efeito e, após uma boa passagem de André Nascimento no saque, o Brasil empatou ao 11° ponto. Depois, o jogador deixou a quadra para a entrada de Anderson, e a seleção deslanchou no marcador até fechar o set em 27 a 25, num ataque de Nalbert.

A virada brasileira animou a equipe, que comandou todo o terceiro set. A Rússia só assustou num ataque de Tetyukhin, mas começou a errar bastante e permitiu que o Brasil abrisse pelo menos três pontos de vantagem. Nalbert, em grande fase, foi o comandante do Brasil no set. E o ponto da vitória por 25 a 20, em 27 minutos, foi marcado por Giba. A vantagem do Brasil fez com que a equipe entrasse relaxada (até demais) no quarto set. Por outro lado, a Rússia melhorou de produção e abriu uma vantagem logo no começo. A diferença chegou a ser de quatro pontos, mas o Brasil demonstrou um poder de reação e encostou no marcador. Entretanto, não conseguiu empatar o set, que foi decidido com um ataque de Koulechov. 25 a 23 em 27 minutos. Era a hora importante, a do tie-break. A partida estava ótima e os dois lados estavam com os ânimos a toda.

O tie-break começou equilibrado até o Brasil marcar 5 a 3 num ataque de Giba. O resto do set você acompanha aí neste vídeo.


Mas, se você está com problemas na conexão ou sua internet é simplesmente lenta, eis o texto da: A Rússia empatou logo em seguida, depois de salvar uma bola quase na arquibancada. Mas Giba, em outro ataque, colocou o Brasil novamente com dois pontos de vantagem. A Rússia empatou de novo quando Nalbert foi bloqueado. Mas um ataque para fora fez com que o Brasil voltasse a ter dois pontos de diferença. Entretanto, a seleção brasileira perdeu a vantagem por causa de dois saques seguidos: um erro de Nalbert no serviço e um ace de Tetyukhin. Foi então que brilhou a estrela de Giovanne. Ele marcou o ponto que colocou o Brasil na frente e, com um saque na linha, definiu o cotejo.

E finalmente, o Brasil alcançava um título mundial, depois de 20 anos da prata amarga na mesma Argentina, no Mundial de 1982. Além de credenciar a seleção canarinho contra os adversários nas futuras disputas e ser o ponto de partida da mítica década de inúmeros títulos e Ouro Olímpico.

Veja os prêmios para jogadores na competição:
MVP - Marcos Milinkovic (ARG)
Melhor Pontuador - Marcos Milinkovic (ARG)
Melhor Saque - Franz Granvorka (FRA)
Melhor Levantador - Maurício (BRA)
Melhor Atacante - André Nascimento (BRA)
Melhor Bloqueio - João José (POR)
Melhor Defesa - Hubert Henno (FRA)
Melhor Recepção - Pablo Meana (ARG)

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