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Coluna do Vôlei - Saldo positivo, mas precisamos renovar


Olá amigos leitores do Surto Olímpico, esta é a nossa primeira "Coluna do Vôlei", onde iremos abordar os assuntos que estão em alta no vôleibol mundial, e também, repercutir o que há de novo no vôlei brasileiro. Resumindo: esse espaço será um misto de opiniões e também, informações.

E para iniciar, não poderia deixar de falar sobre a atuação brasileira em Londres nas modalidades de quadra e também de praia. Avaliando, sendo menos rigoroso do que a maioria dos críticos, considerei as atuações das seleções de quadra e das duplas masculinas do vôlei de praia boas (a seleção feminina de quadra, então, foi sensacional). Na parte "faltou algo mais", as duas duplas femininas do vôlei de praia poderiam ter ido mais longe.


Pois então, começo falando por Maria Elisa/Talita e Juliana/Larissa. As duas duplas fizeram uma 1ª fase excelente, venceram todas as suas partidas, ficaram 100%. Aí, Maria Elisa e Talita acabaram parando em Kolocova e Sluckova, dupla da República Tcheca n° 9 do mundo. Nada que tenha sido vexaminoso, afinal, as duas duplas são do bloco "intermediário", e fizeram boas campanhas na 1ª fase na medida do possível. Mas naquele dia, as brasileiras foram mal, não tiveram a mesma força que tiveram na primeira fase, e quando enfrentaram uma dupla mais difícil, acabaram eliminadas. Juliana e Larissa tiveram uma trajetória parecida, mas de uma forma mais "folgada". Até a semi-final, não haviam perdido nenhum set para ninguém. Até baterem de frente com a dupla Jennifer Kessy e April Ross, dos Estados Unidos, campeãs mundiais de 2009. Começaram muito bem o 1° set, mas logo após, acabaram sofrendo a virada, e consequentemente, a derrota por 2 sets a 1. E a partir daí, começaram a aparecer "problemas" na dupla: que as duas seriam "amarelonas", que a Larissa seria brigona e reclamona demais (me incluo nessa, também cheguei a comentar sobre), a Juliana seria sem-sangue, que as duas se separariam após Londres e por aí vai. Por fim, quase ficaram sem bronze, porém, trouxeram a medalha para casa após vencer a dupla Xue e Zhang, chinesas que vinham bem na competição. O ouro foi para a dupla norte-americana tricampeãs olímpicas Kerri Walsh e Misty May, que confirmaram a separação, já que May se "aposentará" do vôlei de praia. Quanto às duplas brasileiras, nenhuma delas declarou o que será do futuro delas, por enquanto, seguem juntas disputando o Circuito Mundial.


Pelo masculino, campanhas boas, mas azar na hora dos confrontos. Ricardo e Pedro Cunha vinham invictos em sets e claro, nas partidas. Nada podia atrapalhar, até que no meio do caminho, encontram a dupla alemã Brink e Reckermann. Os n° 3 do mundo, e campeões mundiais de 2009 venceram os dois brasileiros com certa tranquilidade, até. E tirou o sonho de Ricardo ser bicampeão olímpico. Falando em ser bicampeão olímpico, vamos ao outros dois representantes do Brasil: Emanuel, parceiro de Ricardo até 2008, também campeão olímpico, e Alison, que vem despontando como um dos melhores jogadores de vôlei de praia da atualidade. Eles chegaram a "desperdiçar" dois sets durante a competição, mas não perderam a invencibilidade durante a competição. Até que na final, acabaram enfrentando os mesmos alemães que derrotaram a outra dupla brasileira. Jogo equilibrado do início até o fim, mas o fôlego de Brink e Reckermann foi páreo para Emanuel e Alison, que estavam bastante cansados. E o Brasil acabou retornando com a prata, um gosto um pouco menos amargo, já que os dois perderam lutando até o final. Os alemães tiveram seus méritos também, conseguiram bater uma dupla considerada "superior" a eles e puderam festejar o primeiro ouro olímpico do vôlei alemão. Quanto a 2016, Pedro Cunha e Alison devem estar em forma até lá, são mais novos e calhando de estarem no auge de suas carreiras. Já Ricardo e Emanuel estão velhos, um tem 37 e outro, 39. Podem até ter condições de jogar a Olimpíada para encerrar suas carreiras vitoriosas, mas isso tem que depender de seus resultados e também, do resultado dos outros atletas brasileiros. Ou seja, fica a interrogação no ar quanto o futuro desses dois campeões olímpicos de 2004.


Na quadra, começo pelo vôlei masculino, que começou bem a competição, vacilou contra os Estados Unidos, e terminou em 2° lugar na primeira fase. Na segunda fase, a partir das quartas de final, o sorteio entre os 2° e 3° lugares deu sorte para o Brasil, que escapou do forte time da Polônia, que em 2012, fez nossos rapazes amargarem 4 derrotas em 5 partidas na Liga Mundial de Vôlei. Encaramos a Argentina e vencemos com tranquilidade, 3 sets a 0. Logo após, novamente tivemos "sorte": a Itália eliminou os fortes norte-americanos e nos proporcionaram um confronto menos difícil do que o que era esperado para nós. E com direito a massacre no 2° set, nós derrotamos os italianos, pelo mesmo placar de 3 a 0. Só que do outro lado da quadra na final, vinha a seleção russa. Muitos torcedores vinham subestimando aquela equipe comandada por Vladmir Alekno, já que o Brasil aplicou outro 3 sets a 0, numa partida que era considerada dura. E vendo a atuação dos russos nos dois primeiros sets, dava para concordar com esses torcedores. Atuação ruim até aquele momento. De repente, o treinador Alekno faz algumas alterações para o 3° set, mudando posições de jogadores na partida, e a Rússia deslanchou. Fez o set mais duro da partida contra o Brasil e depois de salvar dois match points brasileiros, venceram o 3° set, e fecharam os dois últimos sets e conquistaram seu primeiro título no vôlei masculino pós-URSS. Ao time brasileiro, restou a prata e aquela velha palavra que sempre é apitada após algum fracasso do nosso esporte: renovação. Giba, Rodrigão, Ricardinho, Serginho e provavelmente, Dante estarão fora em 2016. Alguns nomes vem aparecendo como possíveis substitutos, como Lucarelli, Théo, Thiago Alves, Mário Júnior e outros nomes. Mas, a esperança não é das melhores, pois comparando com a geração de 2000, eles não são os melhores. Esse ciclo de 2016 será importante para que Bernardinho faça um teste com esses novos jogadores e faça os brasileiros "esquecerem" dessa antiga geração, e esses nomes fiquem na boca do povão. Quanto à atuação brasileira em Londres, destaques para Wallace, Bruno e o próprio Dante, que vinha em baixa na seleção. E se Leandro Vissotto der mole, Wallace pega fácil a sua vaga, o jogador do Sada/Cruzeiro jogou muito, e está jogando muito pela seleção Brasileira. De negativo, só a inexpressiva participação de Ricardinho, que voltou à seleção, porém bem diferente daquele levantador que chegou a ser eleito o melhor do mundo, em 2007.


Para fechar as análises, termino com a Seleção Feminina de Vôlei, que começou muito mal na competição, e por um triz, não terminaram eliminadas e ainda mais mal-faladas do que vinham sendo neste ciclo olímpico. Depois de sofrer na 1ª fase, perdendo para Coreia do Sul e Estados Unidos, e fechando jogos em 3 a 2 contra Turquia e China, avançamos até a 2ª fase. Adversárias? As fortíssimas russas, com Gamova, Sokolova, Goncharova e cia. O jogo foi um verdadeiro drama, um teste para cardíaco como diria Galvão Bueno. Depois de um toma lá dá cá de sets, as meninas brasileiras fecharam o jogo em 3 sets a 2, deixando nós, torcedores, bem aliviados. A próxima partida seria contra a seleção japonesa de vôlei, que vinha surpreendendo a todos durante a Olimpíada, já que seu ciclo olímpico foi bem mediano, nenhuma campanha para lembrar com carinho. Mas a motivação depois daquela dura vitória contra a Rússia foi maior do que qualquer outra coisa e o Brasil venceu o Japão por 3 sets a 0. Neste jogo, Dani Lins começava a mostrar que estava se recuperando junto com aquela equipe, Sheilla que já vinha bem, estava para ser consagrada, idem Fernanda Garay e Thaísa. Faltava uma boa atuação de Jaqueline, que pouco havia se destacado durante a Olimpíada. E essa boa atuação apareceu na partida final, contra as algozes norte-americanas. O 1° set parecia ser o prólogo de um massacre, 25 a 11 de forma bem dura. Entretanto, as brasileiras mostraram novamente seu poder de reação, algo que não era muito marcante naquele time até a partida contra a Rússia. E Jaque fez o que não havia feito na Olimpíada inteira, jogar muito e ser principal jogadora da equipe em uma partida. Ao lado de Sheila, Garay, Thaísa, correram atrás da virada e foram bem sucedidas no plano, conseguindo alcançar o bicampeonato olímpico. Destaque também para José Roberto Guimarães, que com seu estilo sereno de comandar, foi responsável pelas mudanças da equipe e conquistou seu tricampeonato olímpico particular (1992, com os homens e 2008 e 2012 com as moças). Simplesmente sensacional. Quanto ao futuro, algumas jogadoras devem sair da seleção de 2016. Fernandinha é uma delas, não foi muito bem durante os Jogos Olímpicos e acabou tendo que esquentar o banco para Dani Lins. As mais velhas dessa equipe são a própria Fernandinha e a líbero Fabi, as duas com 32 anos. Para Fabi, já temos uma líbero que possa a substituir, caso haja necessidade: Camila Brait, que foi cogitada estar nessa equipe, mas acabou sendo cortada. As outras jogadoras estão no rumo de 2016, já que ainda são novas e até lá, devem ter na média uns 27, 28 anos.

E vocês, o que acharam da atuação brasileira em Londres? Participem deixando seu comentário em baixo! Semana que vem, volto com a coluna com mais alguma coisa, dependendo do que rolar nessa semana.

CURTINHAS:

O torneio Grand-Slam de Stare Jablonki, do Circuito Mundial está em pleno vapor. Até esta terça-feira (14), aconteceu a fase Country-Cota da competição, quando acontece uma espécie de "torneio seletivo" dos países. Quando um país está bem ranqueado, pode enviar até 4 duplas. O Brasil estará lá com 4 duplas, tanto no feminino, quanto masculino. Hoje, Agatha e Bárbara se juntaram a Juliana/Larissa, Maria Elisa/Talita e Maria Clara/Lili na disputa feminina. No masculino, os brasileiros que saíram do Country-Cota foram Thiago e Bruno Schmidt. Eles ainda disputarão o qualifyng para saber se enfim, poderão se juntar a Emanuel/Alison, Márcio/Pedro Solberg e Ricardo/Vítor Felipe (Pedro Cunha alegou dores no joelho e não participará da competição). Esse é o último Grand Slam do ano, e a premiação está estipulada em 300 mil dólares. Durante o torneio, dar destaque aos brasileiros.

Para encerrar de vez, o ranking da FIVB foi atualizado após os Jogos Olímpicos de Londres. Confira aí:

Masculino:
1 - Brasil - 300pt
2 - Rússia - 276.50pt
3 - Itália - 235.50pt
4 - Polônia - 230.75pt
5 - Estados Unidos - 203pt

Feminino:
1 - Estados Unidos - 312.50pt
2 - Brasil - 292.50pt
3 - Japão - 246pt
4 - Itália - 222.50pt
5 - China - 217pt

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