Últimas Notícias

Papo do chá das cinco sobre...o chá!!!



Por Juliana Trombini (@juh_trombini)

Aproximadamente um terço das exportações mundiais de chá vêm da Inglaterra. Os dois tipos favoritos da ilha são o “English Breakfast” e o “Earl Grey”, ambos servidos, geralmente, com um pouco de leite. Além disso, existe o Tea Time, conhecido aqui como Chá das Cinco.

Mas o chá não foi criado na Inglaterra, mas na China a cerca de 5.000 anos. O imperador chinês Shen Nung, por volta de 2700 a.C., estava em uma viagem e, durante uma pausa, seus criados ferviam água para beber. Shen Nung era obsecado por higiene e limpeza por isso só bebia água fervida fora de sua residência. Porém, enquanto ferviam, folhas de um arbusto caíram na água, que ficou levemente marrom. O imperador, que também era cientista, ficou curioso e experimentou a bebida. Ele a achou muito refrescante e assim nasceu o chá.

A partir desse episódio, o chá popularizou-se rapidamente pelo oriente, principalmente na China, Japão e Índia. A bebida ficou conhecida como medicinal e religiosa, tendo diferentes significados nas culturas orientais, porém todos benéficos à saúde física e mental.

O chá chegou ao Ocidente apenas no século XVI, em 1560, com os navegadores portugueses consumindo-o pela primeira vez, mas foi apenas no início do século seguinte que os holandeses fizeram a primeira importação de chá na Europa. Com isso, o chá propagou-se rapidamente para os demais países europeus.

O chá chegou na Inglaterra apenas em 1652,  por Catherine de Bragança, portuguesa e filha do Rei D. João IV e da Rainha D. Luísa de Gusmão. Quando a princesa portuguesa casou-se com o Rei Charles II, apresentou aos ingleses a sua bebida favorita: o chá. Ela era tão aficionada por esta bebida que, quando se mudou à Inglaterra, levou consigo o seu próprio baú de chá A partir de então, tornou-se a bebida mais popular da corte e inglesa e, posteriormente, da classe alta. A primeira encomenda de chá da Inglaterra foi em 1664 à Companhia da Índia Oriental, cerca de 50kg.

Curiosamente, os Estados Unidos consumiram o chá primeiramente que a Inglaterra. A Holanda exportou o chá em 1650 à Nova Iorque, e apenas 2 anos depois que a Inglaterra o consumiu.

Os ingleses ficaram maravilhados pelo chá. No entanto, nos primeiros anos de consumo, esta bebida não estava ao alcance de todos por ter um imposto tão alto que, em 1689, as vendas de chá quase que pararam completamente. Isso resultou no contrabando de chá em larga escala, tornando-se uma verdadeira rede de “crime” organizado. Porém, muitas vezes as folhas de chá eram adulteradas, ou seja, colocavam folhas de outras plantas ‘comuns’ para render mais e gerar lucros maiores.

Para acabar com o contrabando, em 1984, o primeiro-ministro da época, William Pitt, reduziu o imposto de 119% para 12,5%. Isso fez com que o chá tivesse preço acessível rapidamente exterminando por completo o contrabando que não tinha mais como ser algo lucrativo.

Em 1840, o Tea Time, Chá das Cinco, foi criado e incorporado pela duquesa Anna de Bedford. Como forma de espantar a fome que sentia a tarde e também de exibir sua luxuosa cerâmica, decidiu tomar chá diariamente às cinco horas da tarde com uma imensa variedade de pães, torradas, biscoitos, muffins, etc.

O chá influenciou até mesmo as indústrias da cerâmica e da porcelana. Originário da China, era tradicionalmente bebido numa xícara sem alça. Foi somente quando o chá tornou-se popular na Inglaterra que as xícaras ganharam alças, para se adaptar aos costumes ingleses. Isto representou um crescimento enorme nas indústrias da cerâmica e da porcelana e prosperidade para algumas empresas do setor.

Atualmente, o chá é a segunda bebida mundial mais popular, perdendo apenas para a água. Todo inglês bebe em média 4 xícaras de chá por dia, o que dá cerca de 1500 xícaras (ou 2,3 kg) anualmente. Com diversos sabores e benefícios ao nível da saúde e do bem-estar geral de quem o bebe, o chá das cinco vai, certamente, continuar a fazer história.

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar