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Yang Tae Young e o Ouro Olímpico perdido.

                    Hamm (USA) entre Dae-Eun e Tae-Young (KOR) no pódio de Atenas




Uma das disputas mais controversas da história da Ginástica Artística em Olimpíadas foi a do Individual Geral Masculino, em Atenas 2004, entre Paul Hamm (USA) e Kim Dae-Eun (KOR). Hamm obteve a maior pontuação nas qualificatórias, seguido por Yae Tae-Young (KOR). A final foi composta por quatro grupos de seis atletas organizados pelas suas posições na qualificação, e cada grupo começando em um diferente aparelho, com o grupo dos seis primeiros colocados finalizando na Barra Fixa. Hamm começou na liderança por ter ganho a maior pontuação no exercício de Solo. Na metade da disputa a diferença entre Hamm e Yang Wei (CHN) era de apenas 0.038 pontos. Durante a quarta rotação, no aparelho do Salto, Hamm não conseguiu aterrissar corretamente, perdeu o equilíbrio no matê e quase caiu no local onde ficam os juízes. Sua pontuação ficou em 9.137 o derrubando para o 12º lugar. O técnico do norte-americano, tentou anima-lo; ele falou para Hamm que, se ele conseguisse 9.800 nos últimos dois aparelhos, ele conseguiria a medalha de Bronze.
Enquanto isso, Wei, nas Barras Paralelas, alcançou a liderança. Na quinta routação, Hamm respondeu com uma de suas melhores exibições nas Paralelas e conseguiu a pontuação de 9.837, o que o colocou no quarto lugar, enquanto Wei caiu na Barra Fixa e conseguiu apenas 8.937 e o eliminando da disputa por medalhas. Já Ioan Suciu (ROM), que havia conseguido 9.737 no salto, errou nas Paralelas, conseguindo apenas 9.312 e também saindo da disputa. Tae Young conseguiu 9.725 nas Argolas e 9.700 no Salto. Nesse momentos os dois sul-coreanos, de 19 anos, na liderança da competição. Então chega o momento que mudou a competição, a quinta rotação nas paralelas.
Dae Eun conseguiu 9.650 no solo, e essa nota forçava Tae Young a conseguir acima de 9.512 nas paralelas para passar seu compatriota. Mas uma falha da execução derrubou sua pontuação para 9.475, o colocando em segundo lugar. Sendo o último a competir, Hamm fez uma exibição quase perfeita, o que lhe deu 9.837 e, consequentemente, a medalha de Ouro no Individual Geral.
Enquanto os atletas disputavam as medalhas, o treinador de Tae Young percebeu, assim que seu pupilo encerrou a exibição nas paralelas, percebeu que algo estava errado. A nota do valor da exibição no aparelho, que na qualificação e na final por equipes, tinha sido listado com 10, caiu para 9.9. Kim Dong Min (KOR), um juiz  nas paralelas, se aproximou do juiz principal do aparelho, George Beckford (USA) e reclamou sobre a mudança do valor da nota de partida. Beckford apenas disse que 9.9 era o correto e assim ficou. Dong Nim informou a um representante da delegação sul-coreana o que houve e ele apresentou o problema para os dois juízes do painel A, Bultrago Reyes (COL) e Benjamin Bango (ESP). Os dois reviram as suas notas e descobriram o erro. Eles tinham identificado um dos elementos da exibição de Tae Young erroneamente. Se tivesse sido adotada a nota correta, Tae Young teria vencido por 0.100 o norte americano.
O Comitê Olimpico da Coreia do Sul interpôs um recurso junto a Federação Internacional de Ginástica, que recusou a recebê-lo pelo protesto ter sido feito após o fim do evento, o que vai de encontro com as regras da FIG, que exige que o protesto seja feito durante a competição. Entretanto, dois dias após o fim da competição o Comitê Executivo da FIG reviu o caso e reconheceu o erro, alem de suspender os três juízes responsáveis poe ele. Mas manteve os resultados. O presidente da FIG na época enviou uma carta para Hamm, através do Comitê Olímpico dos EUA, pedindo que ele devolvesse, voluntariamente, a medalha para Tae Young, mas o USOC se recusou a entregar a carta para o atleta, alegando que isso era uma tentativa da FIG de fugir da responsabilidade de seus próprios erros. O Cômite Olímpico da Coréia do Sul apelou junto ao CAS para mudar o resultado, mas o CAS confirmou o resultado da prova.
No final das contas, Yang Tae Young recebeu do Comitê Olímpico Coreano uma medalha de ouro simbólica e 20.000 dólares em dinheiro.

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